Em 31 de janeiro, mesmo dia em que Adriano Magalhães da Nóbrega escapava a um primeiro cerco na Bahia, o ministro da Justiça, Sergio Moro, divulgava a lista de criminosos procurados em razão da sua periculosidade. E, ora, ora, Ariano Magalhães da Nóbrega não estava lá.
Informou a Folha:
De acordo com o Ministério da Justiça, o ex-capitão não foi incluído porque "as acusações contra ele não possuem caráter interestadual, requisito essencial para figurar no banco de criminosos de caráter nacional". De fato, 25 dos 27 que compõem a lista são apresentados pelo ministério como tendo uma atuação regional ou nacional. Há na lista de Moro, porém, dois integrantes de uma milícia de outro bairro da zona oeste. Em seus perfis publicados na página da pasta, sua área de atuação indicada é apenas o Rio de Janeiro. São eles: Wellington da Silva Braga, o Ecko, e Danilo Dias Lima, o Tandera, seu braço direito. Os dois atuavam em Campo Grande.
Que coisa, não? Há meros dez dias!
Fato: ao não incluir Adriano na lista — o que indica o índice de periculosidade do bandido e sua importância para desbaratar estruturas criminosas —, o ministro estava, na prática, entregando o homem a seus antigos amigos e, presentemente, algozes. Não é questão de querer, mas de fato.
Adriano foi morto pela Polícia da Bahia, é verdade, não por milicianos. Foi a forma que tomou, nesse caso, o dar de ombros do ministro da Justiça. E, reitere-se, miliciano morto não fala. Que sirva de lição a quem ainda pode falar.
Por Reinaldo Azevedo
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