Carla Zambelli e seu marido (1), no casamento ocorrido no dia 14 deste mês, ouvem Moro dizer que a parlamentar mereceria uma caveira como distinção. Em 2012 (2), Carla e outras militantes com a camiseta do grupo Femen: em busca de uma causa. Moro e sua "conja" (3) dançam com os noivos "La Vie en Rose" na versão "caveira". Weintraub (4), à esquerda na foto, era um dos presentes. E Édith Piaf (5), coitada!", a espancada da noite |
Não há a menor dúvida de que os atos que estão sendo convocados para o dia 15 buscam jogar setores da população contra o Congresso. Mais: nas convocatórias, prega-se abertamente que os militares deponham os respectivos presidentes das duas Casas.
Lembram-se de Carla Zambelli (PSL-SP), aquela deputada que foi saudada por Sergio Moro — ainda queridinho de alguns setores da imprensa que resistem em admitir sua alma golpista — como exemplo de luta em favor do Brasil? Pois é. Já se tornou uma agitadora de primeira hora da causa.
Não está sozinha: anunciaram sua adesão às manifestações fascistoides os deputados Filipe Barros (PSL-PR), Guiga Peixoto (PSL-SP), Aline Sleutjes (PSL-PR) e Delegado Éder Mauro (PSD-PA). No Senado, a entusiasta é Soraya Thronicke (PSL-MS).
Trata-se obviamente de um espetáculo arreganhado de quebra do decoro parlamentar.
Lembro alguns dos deveres de um deputado, segundo dispõe o Código de Ética da Câmara:
I - promover a defesa do interesse público e da soberania nacional;
II - respeitar e cumprir a Constituição, as leis e as normas internas da Casa e do Congresso Nacional;
III - zelar pelo prestígio, aprimoramento e valorização das instituições democráticas e representativas e pelas prerrogativas do Poder Legislativo;
IV - exercer o mandato com dignidade e respeito à coisa pública e à vontade popular, agindo com boa-fé, zelo e probidade;
O mesmo código estabelece ser ato incompatível com o decoro parlamentar:
I - abusar das prerrogativas constitucionais asseguradas aos membros do Congresso Nacional (Constituição Federal, art. 55, § 1º);
O mesmo vale, com pequenas alterações de texto, para os senadores.
Sem os dois terços na Câmara e no Senado, não é possível impichar Bolsonaro, que cometeu mais um crime de responsabilidade.
Mas Câmara e Senado podem, sim, tentar se livrar da escória que prega abertamente uma intervenção MILITAR no Poder que, por excelência, representa o povo.
É preciso ter a coragem de varrer o lixo que empesta as próprias Casas.
É o que dispõe a regra do jogo.
Por Reinaldo Azevedo
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