sábado, 27 de maio de 2023

Goleado, Lula pede o VAR 48 horas após o jogo



Goleado na quarta-feira, Lula teve uma reação esquisita na quinta. Minimizou o resultado —"É a coisa mais normal"—, olhou para o gramado —"Agora começou o jogo"— e esboçou uma reação —"Vamos conversar com o Congresso". Nesta sexta-feira, Lula reúne seu staff político para reanimar Marina Silva e Sonia Guajajara. É mais ou menos como se o técnico de um time varejado pedisse o VAR 48 horas depois do jogo.

Lula dança com os subordinados a coreografia da enganação. Sabendo-se derrotado, o Planalto combinou o jogo. Entregou ao centrão pedaços das pastas do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas para não perder toda a medida provisória que repaginou a Esplanada. Numa política de redução de danos, Lula acena com o veto às regras que afrouxaram o controle do desmatamento de áreas protegidas numa medida provisória sobre a Mata Atlântica. Antes, tenta erguer no Senado um dique contra a derrubada do veto.

Numa evidência das limitações do governo, Lula não incluiu na reunião desta sexta o ministro da Justiça, Flávio Dino, o único auxiliar que esboçou em público um caminho para a reação: "Organização e funcionamento da administração federal" competem ao Executivo, anotou Dino nas redes sociais, sinalizando que o Planalto poderia restaurar o que o Congresso deformou por meio de decreto. O problema é que a coreografia de Lula exclui a hipótese de confrontar a céu aberto Arthur Lira e seu grupo.

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