quarta-feira, 5 de abril de 2023

Pela 1ª vez em 34 anos, Bolsonaro terá que responder por seus atos


Ex-presidente Jair Bolsonaro cumprimenta apoiadores de uma janela na sede do PL em Brasília

Durante quatro anos, Jair Bolsonaro mentiu sobre a urna eletrônica e sugeriu que seria vítima de um complô. Enquanto isso, seus aliados usavam a máquina do governo para tentar roubar a reeleição.

Governo aposta em ofensiva publicitária: Lula precisa se ajudar

A conspiração contra a democracia chegou ao ápice em 30 de outubro de 2022. Era o dia do segundo turno, e a Polícia Rodoviária Federal montou barreiras ilegais para dificultar a circulação de eleitores.

Os bloqueios tinham um alvo: as regiões onde Lula havia recebido mais votos no primeiro turno. Novos indícios complicaram a situação de Anderson Torres, mas nem o patriota mais delirante acreditaria que ele agiu por iniciativa própria.

O ex-ministro da Justiça era um bolsonarista obediente. Estava ao lado do chefe quando ele convocou embaixadores ao Palácio da Alvorada para atacar o sistema eleitoral. Depois da eleição, cruzou os braços quando a extrema direita queimou ônibus e tentou depredar o edifício da Polícia Federal.

Lula subiu a rampa, e Torres reapareceu na cena de outro crime: os atos golpistas de 8 de janeiro. Desta vez, como chefe da polícia que permitiu a invasão das sedes dos Três Poderes.

O delegado está preso há quase três meses, e seu novo advogado diz que ele só comentará as suspeitas nos autos. Seu silêncio ajuda o capitão, mas não significa que ele será o único a pagar pela trama contra a democracia.

Hoje Bolsonaro prestará o primeiro depoimento à polícia desde a derrota nas urnas. Será ouvido sobre outro escândalo, o das joias sauditas, e deve sair indiciado por peculato. Se os investigadores não acreditarem em sua versão sobre os “presentes” de R$ 18 milhões, também poderá ser enquadrado por corrupção passiva.

Ex-presidente Jair Bolsonaro cumprimenta apoiadores de uma janela na sede do PL em Brasília

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