terça-feira, 18 de abril de 2023

Carluxo se 'afasta' de redes do pai com pose de navio que abandona os ratos



Coisas boas também acontecem. Carlos Bolsonaro, o Carluxo, anunciou a intenção de se afastar do gerenciamento das contas do pai nas redes sociais. Fez o anúncio num lote de postagens encharcadas de ressentimento. "Difícil ficar sozinho anos e ser tratado de modo que nem um rato mereceria", queixou-se.

A notícia só não é extraordinária porque o Zero Dois não esclareceu quando seu "voluntariado" de "uma década" será de fato interrompido. "Muito em breve chegará o fim deste ciclo de vida", limitou-se a escrever. Melhor seria se Carluxo percebesse que não convém deixar para amanhã o que pode ser deixado hoje.

Chefe do gabinete bolsonarista da maledicência, que espargia ódio nas redes, Carluxo fez e aconteceu durante a Presidência do pai. Derrubou ministros, pisou nos calos de Michelle, desqualificou aliados, fez troça de adversários, espicaçou instituições, incitou o preconceito e encorajou o golpismo.

De tanto espalhar ressentimentos, Carluxo experimentou do próprio veneno. Expressando-se num idioma muito parecido com o português, insinuou que gente malvada lucra com o seu esforço patriótico. "Pessoas ruins se dizem as tais e ganham muito com o suor dos outros que trabalham de verdade e isso não é excessão (sic) aqui".

Tomado pela forma, Carlos Bolsonaro se "afasta" das redes sociais do capitão fazendo pose de navio que abandona os ratos. Mas convém observar o suposto desembarque com olhos de São Tomé. O histórico do personagem estimula a descrença. O piti do pitibull, como Bolsonaro se refere ao filho, pode ser mera tentativa de chamar a atenção de papai.

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