quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

Trem Intercidades está garantido para o Vale, aponta secretário de Doria



A duplicação da Rodovia dos Tamoios, obra antes prevista para ser concretizada até o mês de dezembro de 2020, deve terminar em 2021.

A informação é do secretário estadual de Logística e Transportes, João Octaviano Machado Neto, que, em entrevista a OVALE, ainda abordou o papel da RMVale na nova matriz logística de São Paulo e garantiu que a região permanece nos planos do governador João Doria (PSDB) para a implantação do Trem Intercidades. Confira os principais trechos:

Qual o papel da RMVale na nova matriz logística do estado?

A Região Metropolitana do Vale do Paraíba é fundamental para o estado. [Se] você conectar aqui todas as cargas que passam por aqui, todas as conexões rodoviárias que você tem, você vai ver que ela importante em uma conexão de São Paulo com o Brasil. Você tem aqui a Via Dutra, que você consegue acessar todo o norte, nordeste, é um grande elo de ligação, além do conjunto de indústrias que estão localizadas nesta região. Faz conexão com toda essa estrutura de logística do estado de São Paulo.

Há previsão de mudanças no sistema tarifário?

Estamos trabalhando com outras ideias no formato de tarifação rodoviária. Em uma outra região do estado, lá entre Piracicaba e Panorama, você já tem a figura do usuário frequente nos pedágios da região, você consegue identificar isso e aí você terá uma tarifa reduzida que pode chegar a 80% do valor da tarifa do pedágio.

Estamos trabalhando o conceito de trechos, em que você pagará pelos trechos. Também estamos discutindo a possibilidade de em rodovias que constituem um corredor logístico fazer uma redução de tarifa, tarifa móvel. Algumas rodovias que têm grande carga de caminhões, você pode ofertar um horário, principalmente à noite, onde você diminui a tarifa e esse horário vai ser utilizado pelo conceito de carga.

Quando?

Já nas novas concessões, na renovação das concessões, de maneira que você tenha um grande impacto positivo nessa logística do estado.

Qual o estágio da duplicação da Tamoios?

A duplicação teve um problema chamado risco geológico, previsto em contrato, e portanto o cronograma vai para 2021. Mas está dentro do esperado, dentro do que estava planejado, é algo que poderia acontecer. É importante dizer que é uma obra que está muito bem, é uma obra extremamente diferenciada, que tem soluções de engenharia inovadoras.

E em relação às obras nos contornos?

Vamos retomar as obras, o governador João Doria determinou a retomada imediata. Passamos esse ano fazendo as análises, os ajustes com as construtoras que deixaram as obras, tiveram seus contratos rescindidos. Estamos trabalhando agora na parte jurídica desse arranjo, a parte técnica já está definida, tão logo a gente resolva o arranjo jurídica, isso deve acontecer agora no primeiro semestre de 2020, nós vamos retomar as obras.

Há previsão de duplicação da Oswaldo Cruz?

Não. A Oswaldo Cruz tem um problema, a duplicação dela implicaria em discussões ambientais bastante grandes.

O que nós vamos fazer é melhorar a operação da Oswaldo Cruz. Por exemplo, ela tem curvas em que ônibus às vezes não conseguem fazer. Estamos trabalhando com correções geométricas, mudando algumas sinalizações e criando, principalmente agora no verão, uma operação intensa.

Há previsão de reforço na atuação das balsas no Litoral Norte?

Houve uma mudança no formato da manutenção, passamos a ter manutenção 24 horas. Foram reformadas oito embarcações ao longo deste ano, tivemos condições de colocar mais uma lancha para passageiros entre São Sebastião e Ilhabela, teremos agora a segunda lancha e o aumento da capacidade dessas balsas na medida que nós temos a retirada do pedestre. A grande demanda é o volume de balsas, temos que ter embarcações fazendo direto essa travessia para que você alivie as filas.

Também do lado das filas, estamos reorganizando, dando maior conforto.

O porto de São Sebastião deve passar por mudanças?

É uma boa notícia, faz parte do Plano Nacional de Privatização dos Portos. Há um estudo de fazer uma privatização conjugada com o porto de Santos. Isso no nível federal está sendo discutido. É um porto muito importante, o maior embargo de carga viva do Brasil. Temos certeza que esse modelo de privatização vai ajudar muito o porto. O que falta para São Sebastião é uma ferrovia, se tivesse uma ferrovia chegando no porto ele seria sem dúvida nenhuma um porto ainda mais competitivo.

Quando o Trem Intercidades começa a sair do papel no Vale do Paraíba?

O grande ponto é iniciar o projeto São Paulo-Campinas, porque ele consegue reordenar a questão jurídica legal dos trilhos, então entre São Paulo e Campinas você já tem trem de passageiros da CPTM chegando ate Jundiaí, depois na hora que você tem o rearranjo dos trilhos para segregar carga entre São Paulo e Campinas você resolve isso, mas isso depende de uma negociação com o Ministério da Infraestrutura. Resolvido esse arcabouço jurídico você tem o espaço para iniciar outras discussões. O governador já determinou que o trecho São Paulo-São José já faça parte dos estudos. Então isso já começou.

Como está o projeto para privatização do Aeroporto de São José dos Campos?

O aeroporto de São José dos Campos nós estamos ainda discutindo com o governo federal, porque o governo entende que ele tem um papel na malha federal. O houve foi a estadualização do aeroporto de Guaratinguetá. O de São José, como você ainda tem a questão da Aeronáutica operando no mesmo aeroporto, tem uma discussão com o governo federal. Ele tem uma característica que o governo federal entende que é mais próxima da modelagem do governo federal do que da nossa modelagem de privatização. Fato é que é um aeroporto muito importante, e ele tem aí essa discussão se ele faz parte de uma malha de privatização federal ou se ele será estadualizado. Por enquanto, ele é federal, do ponto de vista desse estudo que está sendo feito.

Como a recuperação de estradas vicinais será benéfica para a região?

O programa é fundamental para o estado, ele vai conectar as zonas produtivas às rodovias, as zonas produtivas às cidades, vai conectar as cidades entre si e em algumas situações vai cuidar daquelas vicinais que atravessam o município. Portanto, você tem aí uma grande capacidade de atuar na matriz logística do estado deslocando com mais rapidez as cargas.

É um programa muito grande, foram mapeadas 12 mil rodovias vicinais do estado.

O vice-governador conseguiu uma linha de crédito de R$ 500 milhões de dólares, essa linha precisa ser aprovada em Brasília, o que deve acontecer no início do ano que vem.

Secretário espera que RMVale ainda alcance meta de reduzir mortes no trânsito em 50%

Para o secretário estadual de Logística e Transportes, João Octaviano Machado Neto, o maior desafio para se alcançar a meta de reduzir 50% dos mortes no trânsito está na conduta dos próprios motoristas. "A grande arma para reduzir acidentes nas rodovias ou mesmo nas cidades, é atitude do condutor. a infração cometida é uma decisão pessoal do condutor, ele toma a decisão de fazer a infração, ele faz a conversão proibida, estaciona no local proibido. É isso que precisa mudar", disse.

Para ele, o papel da secretaria de Logísticas e Transportes já está sendo desempenhado no sentido de ofertar a estrutura que é necessária para os condutores. "O que o Estado tem que fazer é dar todas as condições para que as regras de trânsito estejam presentes, e essa parte de educacional. É uma meta a ser atingida e o programa Respeito à Vida, que tem várias dimensões, está trabalhando forte nisso", disse o secretário estadual.

Em O Vale

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