O século 21, do qual tanto esperávamos, que nos trouxesse um futuro brilhante, do tipo com o qual Stefan Zweig sonhava para o Brasil, tem sido uma decepção. No Brasil a decepção tem sido assombrosa, mas no mundo inteiro ela ocorre de modo intenso.
Na doce e modelar Europa, temos visto revoltas, medo, desespero, governantes em tudo inferiores aos que fizeram da Europa o modelo sonhado por quase todo mundo. Na China, o Império do Meio, começamos a ver um grande desnível entre muito ricos e bem pobres. Nos Estados Unidos, Trump, a figura grotesca que prometeu Make America Great Again, está transformando aquela grande nação num paizeco que em muitas coisas começa a lembrar a triste América Latina. No Oriente Médio, o passado remoto se une a um presente modernoso, que engana o resto do mundo mas que continua a ser a terra onde o Homem é Rei e as mulheres suas súditas.
No Brasil, o assombro é assustador. Estamos já há um ano com um governo que é tudo, menos uma administração que leve o país a um progresso consistente. Ao contrário. O Gabinete presidencial é composto por pessoas que custamos a crer existam de verdade. Por exemplo: a ministra Damares, o que é isso, Deus meu? Ela existe? O da Educação, esse Weintraub que pode ser tudo, menos um educador? E o chanceler Araújo, que está conseguindo diminuir uma de nossas maiores e mais admiráveis instituições? Fora o chefe de todos, o ex-militar que conseguiu mais do que a ditadura militar jamais ousou: provar que a instrução nas escolas militares é bem fraquinha…
E fazer do Palácio do Planalto, onde são tramados projetos que levam ao ódio, um local onde o governo aceita a orientação de um sujeito que nem mais conhece o Brasil e que submeteu à sua mente os fedelhos Bolsonaro, que mandam e desmandam no pai, tipo de pai inseguro que teme mais perder o amor dos filhos que fazer deles cidadãos dos quais o Brasil poderia se orgulhar.
O que de mais espantoso Bolsonaro conseguiu foi entrosar sua alma com a do Trump. Ambos os Chefes de Estado, homens maduros, sentiram o tranco ao ver uma menina de 16 anos ultrapassá-los em tudo que se refere á capacidade intelectual. Como disse o jornalista Sergio Vaz, Greta Thumberg, a sueca que é um gigante e que Bolsonaro chamou de pirralha com o intuito de ofendê-la, deixou o ínfimo Trump irritado ao vê-la eleita a Pessoa do Ano pela Revista TIME.
Pois é, a pirralha é um fenômeno. Numa competição entre a menina sueca e os garotos do ex-capitão, não resta dúvida, o resultado seria Pirralha 10 x Fedelhos 0.
Por Maria Helena Rubinato (No blog do Noblat)
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