"Não é que ele encontrou com o Tarcísio em uma festa. A festa foi para ele, foi uma homenagem que o governo de São Paulo fez para ele, certamente porque o governador de São Paulo está achando maravilhoso a taxa de juros de 10,5%."
Ao revelar sua inconformidade com o jantar de 70 convidados oferecido na semana passada a Campos Neto por Tarcísio, no Palácio dos Bandeirantes, Lula como que escalou o governador paulista, pela primeira vez, como seu principal adversário para 2026.
Lula se valeu da notícia segundo a qual Campos Neto mostrou-se disponível para assumir o ministério da Fazenda de uma hipotética Presidência de Tarcísio.
"Quando ele se autolança para um cargo, eu fico imaginando: A gente vai repetir um Moro? O presidente do Banco Central está disposto a fazer o mesmo papel que o Moro fez?".
Na prática, com essas indagações, Lula insinuou que Campos Neto usa a autonomia do BC como trampolim para acrobacias políticas, mimetizando o comportamento do ex-juiz da Lava Jato, que trocou a 13ª Vara de Curitiba pelo Ministério da Justiça de Bolsonaro.
Lula declarou que, "se for necessário", disputará um quarto mandato "para evitar que os trogloditas que governaram voltem a governar." Bolsonaro, como se sabe, bateu no iceberg das urnas em 2022 e afundou na inelegibilidade da Justiça Eleitoral.
A direita neandertal que o elegera em 2018 foi para a rua no 8 de janeiro. O conservadorismo civilizado trocou o Titanic do capitão pelo arco democrático que devolveu Lula ao Planalto.
Num ambiente ainda polarizado, Lula terá que exibir, além de saliva, resultados efetivos para evitar que a direita não troglodita migre para Tarcísio em 2026. Esse é o seu desafio.
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