Com o patrocínio do Planalto e o apoio do centrão, avançou no Congresso a proposta que legaliza a jogatina no Brasil. A bancada da bíblia, contrária à iniciativa, dormiu no ponto. Desperdiçava suas energias e a paciência alheia com a proposta antiaborto na Câmara enquanto o lobby dos cassinos se articulva no Senado.
Já aprovado na Câmara, o projeto dormitava na Comissão de Justiça do Senado há mais de um ano. Foi penduradio na pauta a num instante em que a tropa evangélica, autoconvertida em estorvo do aborto legal, apanha de meninas e mulheres, por assim dizer, nas ruas e nas redes.
O texto passou raspando: 14 votoa a 12. Está pronto para ser levado ao plenário. Inclui todo tipo de jogo de azar: dos cassinos com suas roletas viciadas ao jogo do bicho, passando pelo bingo. Ninguém ignora que, junto com o jogo, virão o crime organizado, a sonegação e o vício. Mas os partidários da liberação propõem a criação de uma agência reguladora estatal para fiscalizar a atividade.
Alega-se, de resto, que a jogatina, a despeito da perversão e do vício, renderá algo como R$ 40 bilhões em tributos. Com esse tipo de argumento, pode-se defender até a legalização da cocaína. Ou a criação de uma estatal, a Póbras, para disputar mercado com as falanges do PCC.
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