Trump fez o que se esperava dele. Pelas contas do New York Times, pronunciou pelo menos 15 declarações falsas, já descontadas as afirmações enganosas, exageradas ou descontextualizadas.
Biden desperdiçou sua melhor oportunidade para espantar a maledicência da senilidade e reativar a percepção de que o rival é uma ameaça democrática. Revelou-se um favorito não à Casa Branca, mas aos memes das redes sociais.
Enquanto o rival mentia e desconversava com o destemor habitual, Biden abusava da gagueira e dos raciocínios confusos. A certa altura, sofreu um apagão mental que o impediu de concluir um raciocínio sobre sistema de saúde.
A ausência de renovação da política americana é um sintoma desagradável. O eventual retorno de Trump à Casa Branca, hipótese cada vez menos negligenciável, daria contornos de realidade à especulação segundo a qual os Estados Unidos conspiram a favor de sua própria decadência.
Num cenário polarizado, a decisão entre a reeleição de Biden ou a volta de Trump está nas mãos dos americanos indecisos —algo como 20% do eleitorado. Resta torcer para que percebam que a diferença entre a aversão de Trump à democracia e a senilidade de Biden é que o golpismo não pode ser medicado.
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