terça-feira, 15 de dezembro de 2020

Em reunião com Pazuello, pesquisadores tiveram microfones silenciados e não puderam falar


Bolsonaro dá posse a Pazuello no Ministério da Saúde. Ou por outra: o capitão da reserva,
chutado do Exército por indisciplina, subordina um general da ativa, que, por seu turno,
silencia cientistas. Caminhamos para 200 mil mortos. Adivinhem onde o general guarda tudo o que
sabe sobre medicina, ciência e vacinas

Adivinhem o que acontece quando um general da ativa, assessorado por milicos da reserva, cuida do Ministério da Saúde... Leiam o que informa o Painel, da Folha:

O primeiro contato do ministro Eduardo Pazuello (Saúde) com os pesquisadores chamados para ajudar o governo a montar o plano de vacinação contra a Covid-19, em 1 de dezembro, esteve mais para monólogo que troca de ideias. Os convidados encontraram os microfones silenciados na sala virtual, enquanto o ministro e seus auxiliares apresentavam o plano do governo. Aos especialistas, a ordem era perguntar ou fazer considerações apenas por escrito, em mensagens dentro do aplicativo. O Ministério encerrou a reunião sem dar voz aos participantes e informou que responderia às questões em até sete dias. A resposta nunca chegou. A Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva), uma das entidades que representam os especialistas, prepara carta ao STF informando que eles não participaram da elaboração do plano de vacinação do governo, apesar de terem sido citados pela Saúde.

RETOMO
Aí está expressa toda a boa-fé da pasta. Ora, por que especialistas e cientistas falariam num evento dessa natureza? Estavam lá para receber lições de um pançudo, um sedizente especialista em logística.

Os doutores não tiveram direito a voz, mas depois seus respectivos nomes foram parar num documento com cujo conteúdo não concordam.

A gente começa a entender melhor também o passado, não é mesmo?

Assim é numa democracia. Imaginem essa gente com uma ditadura na mão, incluindo instrumentos jurídicos de exceção.

É claro que os outros dois Poderes da República, nesse particular, estão acoelhados. Um deles, o Legislativo, infelizmente, está sendo comprado aos poucos, no varejo, pelo "emendismo", administrado por outro general: Luiz Eduardo Ramos. Eu nada tenho contra emendas parlamentares, deixo claro. Desde que elas não sirvam de mortalha.

Quanto ao Supremo, vamos ver. Luiz Fux já deveria ter falado um bastante genérico, mas muito claro: "O STF não faltará aos brasileiros".

Ainda não o fez. Prefere perder tempo puxando o saco do empresário Sergio Moro, sócio de uma empresa controlada por uma holding offshore que fica num paraíso fiscal.

Que dias miseráveis estes!

Ah, sim: a pança física de Pazuello é irrelevante. O problema é a pança, digamos, política. Ele acha que pode empurrar tudo com a barriga.

Por Reinaldo Azevedo

2 comentários:

AHT disse...

Bolsonaro falou (e só depois pensou?) sobre obrigar a todos que quiserem se vacinar ter que assinar um termo de responsabilidade assumindo os riscos.

Ele está fazendo de tudo para o povo não se vacinar? Por quê? Qual o grande segredo que o Trump lhe falou, que induz ele a insistir em continuar dirigindo e levando o país para o despenhadeiro?

Estaria ansioso, louquinho da silva para implementar a ditadura que idealizou em seu fracassado tempo de caserna?

Ainda existem juízes com juízo. Não deixarão passar mais essa bolsonarice.

(Tomara que sim!)

AHT disse...

Enquanto a vacina não vem, rir igual ao Mutley é o melhor remédio.

No distante país das terras planas, o presidente Quixomito determinou que as concertações¹ idealizadas por ele, sempre buscando o melhor para todos os terraplanistas, fossem implementadas pelo seu inoxidável quadro de ministros. Meticuloso, não deixou de incluir a nova denominação de uma renovada e atuante Anvisa, para:

ANVISAAgência Nacional de Vacinas Importadas
Sobretaxadas Advir²

Notas:
¹ Concertações, segundo Quixomito, o mesmo que: combinada, composta, branda, ajustada, estudada.
² Advir, segundo Quixomito, “advir” abrevia e tem o significado de “há de vir um dia”. E, “ai daqueles que discordarem disso”, enfatizou o fiel Panchuello em coletiva de imprensa concertada com jornalistas convidados.


AHT
15/12/2020