terça-feira, 18 de julho de 2023

Versão dos ofensores de Moraes é gelatinosa como bolsonarismo



A consistência das conclusões da Polícia Federal sobre o tumulto de Roma crescerá na proporção direta da nitidez das imagens captadas pelas câmeras do aeroporto da capital italiana. No estágio atual, porém, os indícios não favorecem o casal Roberto Mantovani Filho e Andrea Munarão, que ouvidos nesta terça-feira pela PF, e o genro deles, Alex Zanatta, já interrogado.

Os três negam as agressões relatadas em representação formal por Alexandre de Moraes. Para se contrapor à versão de um ministro do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral, apresentam alegações fluidas, com o mesmo selo de qualidade das versões de Bolsonaro e dos seus milicianos digitais.

No caso dos devotos acusados de promover uma arruaça em Roma, o que há do outro lado é a palavra de uma autoridade que não tem motivos aparentes para trocar sua reputação por um enredo mentiroso. No lado oposto há a nota dúbia da defesa. Nela, alega-se que Andrea não xingou Moraes. Houve "uma confusão interpretativa". Pede-se desculpas pelo suposto mal-entendido.

Alega-se que o Marido Roberto interveio apenas para "conter os ânimos do jovem ofensor". Nenhuma palavra sobre o tapa na cara do filho do ministro. O advogado do casal informa, de resto, que "não houve motivação política" na agressão que supostamente nem aconteceu. Sempre que Bolsonaro e seus devotos se apropriam de uma notícia, os fatos costumam se perder para sempre. Mas a turma de Roma exagera. A versão dos acusados é gelatinosa como o próprio bolsonarismo.

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