segunda-feira, 3 de julho de 2023

O calendário das tentativas fracassadas de golpe contra a democracia



Diz-se que os militares foram usados por Bolsonaro, e que hoje, constrangidos, lamentam. Não foram usados, deixaram-se usar, alguns com entusiasmo. E só não aderiram ao golpe planejado para dezembro porque o Alto Comando do Exército se dividiu.

A verdade é essa. Afirmar o contrário é passar a mão na cabeça de generais, almirantes e brigadeiros que, no final de agosto, se puseram de acordo com o golpe que Bolsonaro aplicaria no dia 7 de setembro. Foram, pois, duas tentativas de golpe abortadas.

Houve a terceira, a de 8 de janeiro, essa amadora, mas que poderia – quem sabe? – ter dado certo. Durante 67 dias, o Exército acolheu à porta do seu QG milhares de bolsonaristas que cobravam a anulação do resultado da eleição presidencial de 30 de outubro.

No acampamento, segundo documentos do próprio Exército, o ambiente comportava toda sorte de delitos “como prostituição, porte ilegal de arma de fogo e consumo de drogas”. Ali foi montada uma bomba para destruir parte do aeroporto de Brasília.

Ali também uma mulher foi estuprada, mas isso aparentemente não consta dos documentos. Para dar tempo para que parentes de militares escapassem à prisão na noite de 8 de janeiro, a Polícia Militar só pôde ter acesso ao acampamento no dia seguinte.

Em qualquer parte do mundo, áreas próximas a instalações militares são consideradas de segurança nacional. Tente estacionar ou ficar parado próximo a elas. É proibido. Vá o Movimento dos Sem-Terra querer acampar no Setor Militar Urbano de Brasília…

Mas aos bolsonaristas golpistas tudo foi permitido.

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