quinta-feira, 27 de julho de 2023

Com ofensas mútuas, Bolsonaro e Lula fazem o jogo um do outro



Num cenário convencional, Lula desligaria o capitão da tomada. Entretanto, como candidato prematuro à re-re-re-reeleição, Lula parece interessado em manter viva a ameaça bolsonarista que pavimentou seu retorno ao Planalto, impulsionado por uma frente em defesa da democracia.

No domingo, Lula subiu no palanque na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo. Incitou os companheiros: "Vocês têm que estar preparados, porque nós derrotamos o Bolsonaro, mas não derrotamos os bolsonaristas ainda. Os malucos estão na rua, ofendendo pessoas, xingando pessoas."

Em 2018, no dia em que Lula deixou a sede do mesmo Sindicato dos Metalúrgicos para se apresentar à Polícia Federal, pouca gente imaginou que ele subiria a rampa do Planalto pela terceira vez.

Hoje, é Bolsonaro quem está mais próximo da cadeia do que da urna. Mas Lula, a pretexto de "dizer para eles que queremos fazer com que esse país volte a ser civilizado", bate palmas para o antipetismo dançar.

"Fui punido no TSE por virtude", discursou Bolsonaro 48 horas depois da cena do sindicato. "Vontade de ser presidente novamente, não é verdade? Eu queria ir para a praia, mas entendo que é uma missão!"

Num cenário em que Lula hesita em retirar titica dos lábios e Bolsonaro demora a enxergar no espelho a cor de burro quando foge de meia dúzia de inquéritos criminais, resta defender a fauna nacional.

O excremento da galinha, quando usado como adubo, ajuda a produzir alimentos em pequenas propriedades rurais. O jumento trabalha em silêncio nos fundões do Nordeste sem exigir nada em troca. Se falassem a língua dos humanos, galinha e jumento encareceriam: Inclua-nos fora dessa!

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