sábado, 1 de julho de 2023

Quem fez história não foi o TSE, mas o eleitor



O problema da meia verdade é o risco de prevalecer exatamente a metade que é mentirosa. Pelos próximos oito anos, Bolsonaro perambulará pela conjuntura como um político inelegível. A novidade exala um aroma de perenidade, típico dos fatos que têm lugar na estante.

Diz-se que o Tribunal Superior Eleitoral fez história. Meia Verdade. Quem fez história foi o eleitorado brasileiro, que sonegou a um capitão precário, nas urnas do ano passado, o prêmio da reeleição.
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Bolsonaro foi expurgado da Presidência a despeito de ter colecionado 58 milhões de votos. Perdeu para Lula por pouco mais de 2 milhões de votos. Reeleito, os sete ministros do TSE jamais se animariam a retirar de cena um presidente de 60 milhões de votos.

O brasileiro conhece o horror de um país em que tribunais eleitorais são a única maneira de impor justiça a presidentes precários.

Em 2017, o TSE absolveu por excesso de provas a chapa Dilma-Temer. Decorridos quatro anos, poupou da cassação em 2021 a chapa Bolsonaro-Mourão.

Súbito, o brasileiro decidiu fazer justiça com o próprio dedo. Devolveu Bolsonaro às togas sem mandato. Falta apenas descer a lâmina.

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