Bolsonaro foi infectado pelo vírus que inocula a ilusão no organismo. Em fase de delírio, o presidente sofre o pior tipo de ilusão. A ilusão de que preside. Bolsonaro acha que é uma coisa. Mas sua reputação revela que ele já se tornou outra coisa.
O presidente acaba de perder o monopólio do asfalto. A oposição lulista encheu as ruas neste sábado, deflagrando uma disputa para verificar quem favorece mais o coronavírus.
Alheio a tudo, o presidente pendurou nas redes sociais uma foto. Nela, aparece segurando uma camiseta com três palavras: "Imorrível, imbroxável e incomível." Hummmmmm... Será?
Na política, a morte é anterior a si mesma. Às vezes, o sujeito já começou a morrer e não sabe. Bolsonaro, por exemplo, é um vivo tão pouco militante que o eleitor começa a lhe enviar coroas de flores. Sua taxa de rejeição bateu em 54%, informa o Datafolha.
A virilidade, quando é real, costuma ser exercitada em silêncio. A de Bolsonaro parece existir apenas no gogó. Prometia há semanas editar decreto para revogar medidas sanitárias restritivas. O imbroxável brochou no instante em que protocolou no STF ação contra três estados: PR , PE e RN. Sabe que sofrerá uma derrota.
Incomível? Em cartaz há apenas um mês, a CPI da Covid já desnudou Bolsonaro. Uma mosca jura ter testemunhado na intimidade do Alvorada o instante em que o capitão colocou na vitrola uma música do grupo Mamonas Assassinas. Virou hit de festas infantis na década de 90. O verso mais pungente fala do drama de uma alma atormentada que se meteu numa suruba: "Já me passaram a mão na bunda e ainda não comi ninguém."
Nem apenas imorrível, nem imbroxável, nem incomível. Bolsonaro revela-se, na verdade, um rematado incompetente.
Por Josias de Souza
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