ZERO DOIS: Destempero do vereador foi alvo de reprimenda do ministro Jorge Oliveira Dida Sampaio/Estadão Conteúdo |
A edição desta semana de VEJA mostra a mudança de postura de Jair Bolsonaro, que nos últimos meses tem abandonado discursos mais estrilados e passado a negociar com o Congresso Nacional e com o Supremo Tribunal Federal (STF). Um fator até então guardado a sete chaves foi decisivo para a transformação do presidente. Auxiliares do Palácio do Planalto receberam a informação de que o deputado Eduardo Bolsonaro e o vereador Carlos Bolsonaro poderiam ser alvo de uma ordem de prisão vinda do ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Moraes é relator de investigações que apuram o financiamento criminoso de ataques e ameaças a autoridades, divulgação de fake news e custeio de atos considerados antidemocráticos. Por lei, deputados federais, como o caso do Zero Três, só podem ser presos em flagrante e por crimes inafiançáveis. No caso do vereador Carlos, a imunidade protege somente a manifestação de opiniões. Pelos relatos recebidos por auxiliares presidenciais, os dois possivelmente seriam enquadrados em crimes previstos na Lei de Segurança Nacional. O recado foi passado por um dos principais auxiliares de Bolsonaro diretamente ao chefe e aos filhos.
No final de setembro, novos elementos corroboraram a avaliação palaciana de que os filhos do presidente poderiam ser alvo de ordens judiciais mais drásticas. Em depoimento à Polícia Federal, o deputado Alexandre Frota (PSL-SP) forneceu números de IPs de computadores de Brasília e do Rio, ligados a Eduardo, e que teriam participado de ações de disseminação de fake news na internet. Um dos IPs está relacionado ao email que o filho Zero Três registrou na Justiça Eleitoral.
Alexandre de Moraes é considerado o principal ator que levou o governo Bolsonaro a um ponto de inflexão. Ao compartilhar as descobertas da investigação sobre fake news com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ele semeou a certeza no presidente de que ele também estava na linha de tiro para perder o mandato. Tramitam no TSE ações de investigação eleitoral que apuram um possível financiamento ilegal da campanha bolsonarista vitoriosa em 2018 e que têm como elemento principal as provas colhidas pelo Supremo.
O chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira, agora indicado ao Tribunal de Contas da União (TCU) e tratado pelo presidente como praticamente um membro da família, também atuou diretamente para conter arroubos do vereador Carlos Bolsonaro. Partiu dele o choque de pragmatismo para o Zero Dois: “Carlos, você não está entendendo. O seu pai tem de buscar a conciliação. O que você que você quer? Fechar o STF? Se isso continuar, o seu pai pode ser preso”.
Na Veja.com
Um comentário:
Eleição & Corrupção
Aos corruptos que se revezam nos gabinetes e plenários dos Três Poderes, também nos gabinetes e plenários estaduais e municipais, a convicção e certezas: impunidade e condições de vida em um ”céu terreno” exclusivo para eles. Não importa as trágicas consequências causadas pelos crimes de corrupção que eles praticam incessantemente.
Ao povo, os pesadelos e sofrimentos em meio à luta pela sobrevivência. Enquanto segue aumentando descrédito desse povo nas Instituições, a insensível desesperança insiste em dar um chega pra lá em sua inocente esperança por melhores dias, por merecidas condições dignas de vida.
E todo esse tormento imposto à maioria do povo tem a sua intensidade aumentada à cada eleição. As urnas eleitorais são disponibilizadas para os votos durante tradicionais, esperançosos e festivos dias de eleições. A votação é encerrada, os votos são computados, os eleitos são empossados e tudo volta à cruel realidade: as promessas são esquecidas, os estelionatos eleitorais ficam patentes e os estelionatários continuam impunes, cada vez mais ricos e poderosos, agregando novos afilhados políticos e fortalecendo suas quadrilhas.
Nas próximas eleições municipais prefeitos e vereadores corruptos serão eleitos e reeleitos. Em 2.022, muitos corruptos serão eleitos e reeleitos para cargos dos Executivos e Legislativos estaduais e federal.
Por que somos um país assim? Até quando?
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