sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Brasília vive uma realidade de desenho animado




Com a insanidade em alta, a economia em baixa, o Congresso em pé de guerra, o vírus e o desemprego à solta, o Poder brasiliense parece ter perdido o chão. Sob a presidência de uma caricatura, Brasília vive uma rotina de desenho animado. Nos desenhos, quando acaba o chão, os personagens continuam caminhando no vazio. Só despencam quando olham para baixo e se dão conta de que estão pisando em nada. No momento, as autoridades de Brasília evitam olhar para baixo.

O ministro das queimadas especializou-se em atear focos de incêndio nas redes sociais. Primeiro chamou de Maria Fofoca o general da coordenação política. Nada aconteceu, pois a humilhação de militares virou o novo normal depois que o general paraquedista da Saúde foi desautorizado pelo capitão do Planalto. Impune, o piromaníaco do Twitter contra-atacou o presidente da Câmara, chamando-o de Nhonho. Não fui eu, disse o incendiário depois de ter sido lembrado de que o gordinho de seriado infantil controla a pauta da Câmara.

Abatido, o general Maria Fofoca perdeu o controle sobre o centrão. Desgovernado, o grupo que deveria socorrer o Planalto no Legislativo promove uma desavença que trava o funcionamento da Comissão de Orçamento. E o governo convive com o risco de entrar em 2021 sem Orçamento. O xerife do Banco Central procura o Nhonho para avisar que a política está envenenando a economia. Foi alertado de que o problema está no Planalto, não na Câmara. Quem vazou a conversa?, perguntam-se todos, esquecendo-se do essencial: o teor do diálogo.

O ministro das queimadas continua com o fósforo na mão, o general Maria Fofoca finge ser coordenador, o centrão prepara novos botes, o gordinho da Câmara avisa ao Posto Ipiranga que lavou as mãos. E a caricatura do Planalto continua caminhando sobre o vazio. Não estranha nada, não permite que lhe façam perguntas. As autoridades de Brasília evitam olhar para baixo. O que não é difícil, porque na Capital toda autoridade tem o nariz empinado, não importa o tamanho do abismo que está sob os seus pés.

2 comentários:

Somos brasileiros. Além de bons também somos muito compreensivos e cordatos. Ou não? rs rs rs... disse...

Ainda não vimos tudo, ainda não sabemos de tudo e não faremos nada contra isso tudo!

AHT disse...

# O QUE DÁ PRA RIR, DÁ PRA CHORAR

Do refri cor de rosa
Presidente toma, goza e ri
De pandemia que mata
Povo adoece, sofre e chora


# BRASIL ACIMA DE TUDO E DEUS ACIMA DE TODOS?

Deus está acima de todos, sim.

O Brasil, não. Continua sob uma maledeta patota tri-poderosa, que por seu turno deita e rola em cima de todos que trabalham, produzem, empreendem e geram empregos e, entre risos e choros, são extorquidos por pesados impostos.