quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Não é Nada (Felicio Vitali)



A frase, ainda que muito batida: "Seria engraçado se não fosse trágico", se encaixa bem na situação do eleitor que pediu ao bolsonaro que reduzisse o preço do arroz e, como resposta, ouviu pra "ir comprar arroz na Venezuela". 

Seria engraçado ver o eleitor deste impostor, ser maltratado pela criatura que ele insanamente idolatra. 

Mas passa a ser trágico, quando observamos que o arroz é apenas a ponta do iceberg. Apenas a pontinha do rabo de um monstro que, não demora muito, irá mostrar-se por inteiro e com a sua horrorosa cara, que de feiura só perde para a cara do impostor do seu criador. 

A perspectiva para o Brasil que será entregue daqui a dois anos por este embuste, não é nem um pouco animadora e o país estará muito pior que o país que ele recebeu a dois anos atrás. 

A questão do arroz, que o humilde camponês pediu ao rei medieval, que misericordiamente baixasse o preço e, pela ousadia, levou cem chibatadas, não é nada, insisto, diante do que ainda virá. 

O país economicamente parece um náufrago que a beira da praia, já sem forças, alterna momentos de afogamentos com vigorosas braçadas. 

Só que, com o cansaço cada vez mais frequente, as braçadas passam a ser cada vez mais descoordenadas, até que o país se sucumba ao fatídico desastre, assistido por pobres e incrédulos banhistas de ocasião. Portanto, que cada um se prepare como der e puder. Que seja com sofisticadas boias salva-vidas, câmara de ar ou colchão inflável, pois o mar não vai dar pé nem pra peixe grande, imagina então pra bagre que se assusta com o preço do arroz.

Por Felicio Vitali

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