terça-feira, 15 de outubro de 2019

Disputa pela chave do cofre


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Às favas os escrúpulos
Se ao menos Jair Bolsonaro e seus filhos, e Antônio Bivar e a turma dele fingissem que disputam o controle do PSL para levá-lo mais para a direita ou mais para o centro, uma vez que para a esquerda seria impensável, as aparências estariam salvas.

Mas, não. O presidente da República e o presidente do partido disputam a posse da chave do cofre do PSL empanturrado de dinheiro público dos fundos eleitoral e partidário. Trata-se de muita grana. Algo como R$ 15 milhões por mês.

Dinheiro que praticamente dispensa comprovação de como foi gasto. Só com o recente encontro de personalidades conservadoras promovido pelo deputado Eduardo Bolsonaro em São Paulo, estima-se que foram gastos cerca de R$ 800 mil.

Bolsonaro ameaça abandonar o PSL se não puder mandar no cofre. Seus advogados dizem que ele já recebeu convite para filiar-se a quatro partidos. Ocorre que essas legendas são nanicas, dispõem de poucos recursos. Bivar sabe disso e bate o pé.

Recusa-se a entregar o que Bolsonaro tanto quer. E como prova de sua disposição para lutar até o fim, diz-se pronto para hoje ou nos próximos dias punir com expulsão quatro deputados bolsonaristas de raiz. Talvez esteja blefando. A conferir.

A posição de Bivar é mais confortável do que a de Bolsonaro. A maioria dos 51 deputados federais do partido lhe deve obediência. Foi ele que montou o PSL país a fora. E se Bolsonaro resolver sair, Bivar já tem outro nome para a eleição presidencial de 2022.

Trata-se do governador do Rio, Wilson Witzel. Os dois já conversaram a respeito. Depois de Bolsonaro, Wiltzel, é o candidato a presidente mais assumido que há no mercado. Parte do PSL carioca já o apoia, para desgosto de Flávio Bolsonaro.

Por Ricardo Noblat

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