sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Profissionalismo é isso aí (A cada novo governo muda a História do país)



Ninguém sabe o autor, mas algum machista debochado cunhou a célebre máxima da falta de profissionalismo dos brasileiros: “É o país onde puta goza e cafetão tem ciúmes”.

Mas hoje a pergunta é: qual o problema se elas conseguem unir o útero ao agradável? O cliente só tem a ganhar, em prazer e orgulho de sua virilidade.

E o que impediria um cafetão de se apaixonar por uma agenciada? Ou só elas podem se apaixonar por eles, como no velho clichê de bas-fond?

Com a explosão da cocaína e do tráfico no Rio nos anos 80, foi acrescentada à lista de falta de profissionalismo nacional mais um item: “onde o traficante é viciado”.

E Tim Maia completou: e pobre é de direita.

Atualizando. É onde o presidente diz que o nazismo era de esquerda. E um secretário de Cultura queria criar um nazicristianismo tropical. E 11 milhões de cidadãos acreditam que a Terra é plana. E outros milhões que a ditadura foi boa para o Brasil.

A cada novo governo muda a História do país. Até para trás. Aqui até o passado é incerto, ensina o professor Pedro Malan.

É onde os bandidos querem julgar os juízes e prender os xerifes. E juízes perdem o juízo. E muitos deles ganham, e outros também querem, ganhar muito mais que o presidente da República.

E o castigo de juízes corruptos condenados é aposentadoria com salário integral.

E funcionários têm aumentos e vantagens por tempo no serviço público, quinquênios, decênios, licença-prêmio, como se fosse um esforço extra, quando só estão cumprindo seu contrato de trabalho. E qualquer aspone tem carro com motorista.

Agora chegamos a novos patamares, com um ministro da Educação sem educação, que só deseduca com seus erros de português e suas mentiras bisonhas e sempre desmentidas. O seu exibicionismo canhestro lembra o sábio provérbio rural mineiro: “Macaco que muito mexe quer chumbo.” E o Abraham sai sempre chamuscado. Mas esse já está pela bola sete.

Millôr Fernandes, sempre ele, disse tudo: “O Brasil é o único país em que os ratos põem a culpa no queijo.”

Por Nelson Motta

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