O casamento de Lula introduz definitivamente na cena política uma personagem nova: a socióloga Rosângela da Silva. Para Janja, como ela é chamada na intimidade, o matrimônio pode representar a transição da cadeia para o Palácio do Planalto. Ela estreitou seus laços com Lula na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, durante os 580 dias em que ele esteve preso no local. Ao dizer "sim" para Lula diante de mais de 200 convidados e de dom Angélico Sândalo Bernardino, o sacerdote convidado para consagrar a união, Janja se tornará instantaneamente candidata favorita ao posto de primeira-dama do Brasil.
Janja frequentava o acampamento "Lula Livre", em Curitiba. Quando saiu da cadeia, Lula discursou para os apoiadores que fizeram vigília por sua libertação. Com Janja ao seu lado, o agora presidenciável vangloriou-se de ter conseguido "a proeza de arrumar uma namorada" no cárcere e ainda convencê-la a se casar. "É muita coragem dela", disse na ocasião.
Hoje, Janja é personagem onipresente na campanha de Lula. Aparece nas viagens, nos comícios, nos encontros fechados e nos discursos do candidato. Tornou-se parte do marketing eleitoral de Lula, que contrapõe o amor de um candidato apaixonado ao ódio que o petismo se empenha em grudar em Bolsonaro e no bolsonarismo.
Tomada pelo comportamento, Janja não será uma primeira-dama decorativa. Ela opina, participa da rotina de Lula de uma maneira que os petistas que privam da intimidade do pajé do PT não estavam acostumados a ver.
A nova mulher de Lula é presença ativa também nas redes sociais. Observando-se a movimentação, tem-se a impressão de que os brasileiros talvez tenham saudades da discrição da ex-primeira-dama Marisa Letícia caso Lula obtenha um terceiro mandato.
Por Josias de Souza
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