sábado, 14 de agosto de 2021

Jefferson ensina em vídeo a matar policiais. E a ameaça à família de Moraes

Roberto Jefferson, o patriota dos pilantras, faz mira em vídeo, incitando "cristãos" a matar policiais. O troço foi feito por ele, não por seus adversários Imagem: Reprodução

Sim, os cuidados até a decretação da prisão preventiva de Roberto Jefferson foram excessivos. Está mais do que justificada, segundo dispõe o Artigo 312 do Código de Processo Penal. Este senhor deveria ter sido preso em flagrante quando postou nas redes sociais, no dia 2 de abril, um vídeo em que incitava ao assassinato de policiais. Ele segue abaixo.


Vejam aí: não há dúvidas a respeito. Aqueles que devem, a seu juízo, ser alvos dos tiros são pais de família que estariam aplicando decisões judiciais. De resto, por óbvio, não se viu força armada nenhuma a ameaçar templos religiosos, ainda que muitos deles tenham desrespeitado a lei.

Mas, sim, houve casos em que a intervenção policial, num país em que já morreram quase 600 mil pessoas, se fez necessária. O discurso de Jefferson, nesse vídeo, com sua linguagem aparentemente religiosa — é só um delírio paranoico ou o fingimento de um falso maluco —, pode estimular muitos a partir para a ação direta.

A pergunta é clara, e a resposta tem de ser clara: uma democracia deve abrigar o presidente de um partido político — interlocutor do chefe do Executivo, líder de uma bancada de deputados — que incita ao assassinato de policiais?

E, como se sabe, esses não são seus únicos alvos. Também estão na mira os Poderes constituídos, particularmente o Supremo. Que as milícias bolsonaristas e o PCO tenham decidido defender o "direito" de Jefferson à suposta divergência e atacado a correta decisão de Alexandre de Moraes fala por si.

E como reagiu Jefferson minutos antes de ser preso? Foi para as redes sociais e postou o seguinte:
"Xandão, maridão de dona Vivi, cachorro do STF, decretou minha prisão por crime de milícia digital. Ele está repetindo os mesmos atos do Supremo da Venezuela, prendendo os Conservadores para entronizar os comunistas. Deus. Pátria. Família. Vida. Liberdade".

Abstenho-me das considerações sobre Jefferson ser um "conservador" ou tentar ligar Moraes ao governo da Venezuela... É de um ridículo sem par. Destaco, claro!, a ofensa ao ministro — que nada tem a ver com divergência de ideias — e a alusão à mulher do magistrado. Mesmo os mais simplórios percebem tratar-se de uma ameaça. É como dizer: "Conhecemos a sua família".

A prisão é preventiva. Garantido o direito de defesa, com todas as suas prerrogativas — COISA QUE O GOLPE MILITAR QUE JEFFERSON DEFENDE NÃO GARANTIRIA —, o lugar deste senhor é mesmo a cadeia. Mas não como preso preventivo. Como condenado.

Por Reinaldo Azevedo

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