terça-feira, 7 de março de 2023

Derretimento político de Bolsonaro mudou de patamar, avaliam os aliados



O escândalo das joias sauditas reabriu a conta dos passivos de Bolsonaro. Depois da derrota para Lula, até os aliados passaram a dar de barato que o capitão terá os direitos políticos cassados pela Justiça Eleitoral, ficando fora do baralho de 2026. Entretanto, o Partido Liberal do ex-presidiário Valdemar Costa Neto esperava promover uma transfusão do prestígio do ex-presidente para candidatos do partido às eleições municipais de 2024.

Agora, Valdemar e seus operadores avaliam que a nova investigação potencializará o abatimento psicológico de Bolsonaro. Deflagrada nesta segunda-feira pela Procuradoria e pela Polícia Federal, a apuração deve ser demorada. Na avaliação mais otimista de um personagem familiarizado com os procedimentos, dificilmente o inquérito será concluído antes de setembro. Nos próximos meses, pingarão no noticiário vazamentos que devem ser corrosivos para o que resta da imagem de Bolsonaro.

Dissemina-se entre os aliados a percepção segundo a qual o derretimento político do ex-presidente mudou de patamar. Líderes do PL ruminam o receio de que o caso das joias potencialize a falta de rumo de Bolsonaro. Temem também que a radioatividade do escândalo comprometa a estratégia traçada para Michelle, o Plano B de Valdemar.

Inverteu-se momentaneamente a estratégia. Antes da revelação sobre as joias, priorizava-se o ataque. Agora, a defesa. O PL fornece suporte jurídico para Michelle. De resto, subiu no telhado o plano de exibir a ex-primeira-dama num road show partidário que começaria nesta semana.

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