terça-feira, 7 de março de 2023

Após comprar terreno na Lua, Lula vira sócio de haras localizado em Saturno



Lula havia declarado que o deputado Juscelino Filho só ficaria no Ministério das Comunicações se conseguisse "provar sua inocência". Após se reunir com o chefe, o ministro dos cavalos correu às redes sociais para alardear que havia esclarecido o que chamou de "acusações infundadas". Anunciou que viajará com Lula a Manaus e Santarém ainda neste mês.

No Congresso, líderes do União Brasil tratam a sobrevida de Juscelino como pagamento de Lula por serviços já prestados, pois o partido ajudou a aprovar a PEC da Transição. Não há o menor risco de um relacionamento como esse resultar em boa coisa.

As relações administrativas são regidas por uma combinação lógica de fatores. Se um ministro executa movimentos desmoralizantes, ele é mandado embora. Se o presidente mantém o auxiliar no cargo como se nada tivesse sido descoberto sobre ele, desmoraliza-se o governo. Se a desmoralização acontece antes do aniversário de 100 dias do governo, esculhambam-se os quatro anos de mandato.

Além de Juscelino, o União Brasil é representado no governo por Daniela do Waguinho, que levou para dentro do Ministério do Turismo o rastro pegajoso de suas relações políticas com quatro milicianos no Rio; e Waldez Góes, que chegou à pasta da Integração acompanhado de uma condenação por improbidade e um bloqueio judicial de bens e de R$ 797 mil.

Sentindo-se preterido, o líder do União na Câmara, Elmar Nascimento, exigiu manter sob seus domínios a Codevasf, duto por onde verbas do orçamento secreto escoaram pelo ladrão durante a gestão Bolsonaro. Lula deu tudo o que o União pediu. E ainda não recebeu o troco. Terá que dar algo mais. Todos sabem como esse filme termina.

A operação de compra e venda firmada por Lula com o União Brasil tornou-se um negócio desbalanceado. Nele, há muito "toma lá" e pouquíssimo "dá cá".

Lula já havia comprado um terreno na Lua quando entregou três ministérios a um partido que se diz "independente" no Congresso. Ao manter o ministro manga larga na pasta das Comunicações no pressuposto de que ele garantirá a fidelidade de sua legenda no Legislativo, o presidente tornou-se sócio de um haras em Saturno.

Nenhum comentário: