terça-feira, 28 de março de 2023

Bolsonaro evolui da condição punguista ideológico para a de ladrão de joias



Pode-se acusar Bolsonaro de tudo, exceto de falta de originalidade. Desonestos convencionais escondem a sujeira embaixo do tapete. Pelas bordas do tapete do capitão vazam diamantes. A dois dias da volta de Bolsonaro da terra do Pateta para o Brasil descobre-se que ele se apropriou de um terceiro embrulho de joias sauditas. Coisa fina, avaliada em R$ 500 mil. A peça mais vistosa do estojo é um relógio Rolex de ouro branco, cravejado de diamantes.

Neste caso, Bolsonaro dispensou a intermediação do almirante Bento Albuquerque e de sua comitiva. Recebeu as joias pessoalmente, numa visita que realizou à Arábia Saudita em 2019. Esteve com membros da família real, inclusive o ditador saudita Mohammad bin Salman. Derramou-se em elogios ao príncipe sanguinário. Depois, incorporou as joias ao seu acervo pessoal, sem o inconveniente de ter que escondê-las como muamba na bagagem presidencial.

Até aqui, Bolsonaro era visto sobretudo como um punguista ideológico. Mastigava votos conservadores e arrotava arcaísmo. Dizia ser liberal e acumulava fortuna com o empreendimento da rachadinha. Fazia pose político antissistema enquanto entregava cofres do Estado para o patrimonialismo corrupto. De repente, Bolsonaro evoluiu da condição batedor de carteira ideológico para a incômda posição de ladrão de joias.

A questão agora é saber quantas joias terão que vazar pelas bordas do tapete para que o Bolsonaro seja responsabilizado criminalmente pelo saque. O Partido Liberal anunciou que o capitão será presidente de honra da legenda. Já se sabia que esse tipo de função honorífica rende remuneração a políticos desocupados sem a contrapartida do trabalho. Verifica-se que Valdemar Costa Neto, o ex-presidiário do mensalão que administra o PL como dono, dispensa Bolsonaro também da honra.

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