segunda-feira, 27 de março de 2023

Embraer volta a avaliar aeronaves maiores que o E195-E2



O Embraer E195-E2 tem um comprimento maior que um A320neo, superando o modelo da fabricante europeia de aeronaves Airbus em quase quatro metros. Mas leva menos passageiros. Por isso a Embraer estuda novamente uma aeronave maior.

O E195-E2 tem um fuselagem menos larga que os modelos de corredor único da Airbus. Por esse motivo mesmo a maior variante dos jatos E2 pode acomodar significativamente menos passageiros que o A320neo. No máximo 144 pessoas podem ser acomodadas no avião brasileiro – com assentos bem estreitos. Em um arranjo normal, há 132 passageiros. Agora a Embraer informou que pretende desenvolver uma aeronave maior que o E195-E2, que seria inclusive maior que o KC-390, atualmente o maior avião fabricado no Brasil.

Os E-Jets E2 são praticamente aeronaves desenvolvidas ‘do zero’, com novos motores, novas asas e novos sistemas de bordo incluindo um novo fly-by-wire. A família foi reduzida para 3 aeronaves ao invés de 4 (saiu o E-170), com as fuselagens do E-175-E2 e do maior E195-E2 sendo aumentadas e a fuselagem do E190-E2 sendo mantida com a mesma capacidade.

A Embraer já havia pensado em uma aeronave maior em 2011, uma extensão do E195. Na época, devido a “dificuldades em termos de retorno sobre os investimentos”, a Embraer encerrou o projeto também temendo a concorrência direta com Airbus e Boeing.

No segmento de aeronaves de passageiros, a fabricante brasileira aposta no jato pequeno de passageiros da geração anterior E175-E1 e nas aeronaves de geração mais nova: E190-E2 e E195-E2.

Mas agora a Embraer parece estar decidida a desenvolver um jato E2 maior. “Temos as habilidades para fazer isso”, disse o CEO Francisco Gomes Neto a jornalistas em São Paulo na sexta-feira (24 de março).

Além disso, Gomes Neto destacou que, após a tramitação do cancelamento da aquisição pela Boeing e a pandemia, está novamente em melhor forma graças a uma profunda reorganização. “Mas nada está decidido ainda”, disse o chefe da Embraer. Também não é um plano de curto prazo, dizendo que existem outras prioridades no momento. “Naquela época, dizia-se que não podíamos sobreviver. Não era verdade e hoje provamos que somos uma empresa com bases sólidas”, acrescentou Neto.

No final, Gomes Neto disse: “Mas isso pode ser uma oportunidade para o futuro.”

Em 2022, a Embraer entregou 57 aeronaves de passageiros e 102 jatos particulares das famílias Phenom e Praetor. Ele também apresentou a startup Eve, que está trabalhando em um táxi aéreo elétrico (eVTOL). Este ano, prevê entregas de até 70 aviões de passageiros e até 130 jatos particulares.

“No momento, estamos contratando pedidos de jatos privados para 2025. Já vendemos toda a produção para 2023-2024”, acrescentou Antonio Carlos Garcia, vice-presidente de Finanças da Embraer.


No ano passado, a receita da Embraer atingiu US$ 4,5 bilhões. Mais de um terço desse valor foi gerado pela venda de aeronaves de passageiros, outros 27 por cento são jatos particulares e 10 por cento de produção militar. Vale ressaltar que 28% dos a receita vem dos serviços. A Embraer tem, por exemplo, próprios centros de serviço, armazéns de peças e simuladores de voo.

Este ano, a fabricante brasileira espera pelo menos uma receita de US$ 5,2 bilhões e US$ 150 milhões de lucro. Pela primeira vez, também tem mais encomendas para a nova geração de aeronaves E2 do que a anterior.

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