A nova pesquisa Quaest sobre a avaliação do governo ecoa sondagens feitas por outros institutos. A aprovação de 36%, em viés de baixa, mostra que o primeiro ano de Lula 3 agradou aos convertidos. A desaprovação de 29% indica que o bolsonarismo ainda pulsa. E a persistência dos 32% que atribuem ao governo menção apenas regular sinaliza que fracassaram os planos de Lula de seduzir o brasileiro de classe média.
A boca do jacaré está se fechando. Em agosto, a distância entre os grupos que aprovam e os que desaprovam o governo era de 18 pontos percentuais. Hoje, caiu para sete pontos. Numa escala de zero a dez, os pesquisados atribuíram à gestão do veterano Lula uma média de aluno medíocre: 5,7.
Dois dados salta da pesquisa como um estrondoso paradoxo: embora a atuação pessoal de Lula seja aprovada por 54%, quase seis em cada dez brasileiros avaliam que o seu governo levou água para o moinho da polarização, ajudando a dividir o país. A contradição ilumina o fracasso de Lula em conversar com quem não votou nele.
Em 20 de março, ao relançar o programa Mais Médicos, Lula ampliou retoricamente seus horizontes: "Quando nós tivermos completado cem dias, já teremos recolocadas na prateleira todas as políticas públicas que nós criamos e que deram certo", disse ele. "A partir dos cem dias, nós vamos ter que começar a fazer coisas novas. Nós temos que nos dirigir um pouco à classe média brasileira." Ficou no gogó.
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