terça-feira, 7 de março de 2023

Quem é o delegado da PF que vai investigar o escândalo das joias trazidas para Michelle e Bolsonaro


O delegado federal Adalto Machado

O delegado escolhido para conduzir a investigação sobre o escândalo das joias para Michelle e Jair Bolsonaro é Adalto Ismael Rodrigues Machado, da Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários da Polícia Federal de São Paulo.

O investigador já trabalhou em parceria com a Receita Federal em outros inquéritos complexos. Um deles foi a operação Descarte, que apurou a simulação de fornecimento de notas fiscais frias para o consórcio que era responsável por metade dos serviços de varrição da cidade de São Paulo.

Machado também atuou em casos da operação Lava-Jato que foram investigados pela PF de São Paulo envolvendo a delação da Odebrecht e nomes como Antonio Palocci e José Seripieri Filho. Em 2018, foi coordenador do Grupo de Prevenção ao Uso Indevido de Drogas da Polícia Federal no estado de São Paulo (GPRED-SP). Ele é apontado como um dos melhores e mais técnicos quadros da PF em São Paulo.

A coluna teve acesso ao documento que instaurou o inquérito nesta segunda-feira e designou Machado para o caso. O texto destaca que a investigação vai “apurar as possível(is) ocorrência(s) prevista(s) no(s) artigo 334, "caput", e artigo 321, parágrafo único, ambos do Código Penal, sem prejuízo de eventual alteração da tipificação penal ou acréscimo de outras que porventura forem constatadas no curso da investigação”.

O artigo 334 configura o crime de descaminho, quando acontece a entrada ou saída de produtos permitidos no país, mas sem respeitar os tramites burocráticos e tributários exigidos. O 321 se refere ao crime de advocacia administrativa, que ocorre quando um funcionário público se utiliza de sua função para interesses privados.

No resumo dos fatos, o documento aponta que "teriam sido realizados atos ilegítimos por servidores públicos com vistas à liberação das joias retidas pela Receita Federal para atendimento de interesses privados".

O primeiro ato determinado no inquérito foi a junção da nota da Receita Federal sobre o caso, revelado pelo jornal “Estado de S. Paulo”. O governo Bolsonaro tentou receber joias, de maneira ilegal, avaliadas em R$ 16,5 milhões que foram presentes do regime da Arábia Saudita. As peças, retidas pela Receita Federal, foram alvos de oito tentativas para serem reavidas por parte do então governo, sendo que uma delas se deu por meio de um ofício enviado diretamente pelo gabinete presidencial de Bolsonaro.

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