Congelado em função do descaso do governo Bolsonaro com o meio ambiente, o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia foi retirado do freezer. Negociadores dos dois blocos reuniram-se por dois dias em Buenos Aires. Foi à mesa um documento de oito páginas.
Nesta quarta-feira, anunciaram um plano de trabalho que prevê o fechamento do acordo até o final do primeiro semestre. A assinatura ocorreria no segundo semestre. Em encontro com o chanceler alemão, Olaf Sholz, no final de janeiro, Lula havia prometido que o processo seria concluído ainda neste semestre.
Confirmando-se o cronograma, Lula fará um gol que estava na marca do pênalti há mais de duas décadas. Após negociação de 20 anos, o acordo havia sido celebrado em 2019, sob Bolsonaro. Faltava a aprovação dos legislativos dos países-membros e do Parlamento Europeu.
O texto continha cláusulas ambientais. Bolsonaro deu de ombros, oferecendo pretexto para que protecionistas do setor agropecuário europeu, sobretudo da França, erguessem barricadas contra a parceria comercial. Temiam a concorrência com o agronegócio do Brasil.
O descompromisso do governo Bolsonaro com o combate à destruição da Floresta Amazônica retardou o acesso privilegiado de empresas brasileiras a um mercado de 780 milhões de consumidores, quase 25% do PIB mundial. Desde que assumiu o Ministério do Meio Ambiente, Marina Silva vem dizendo que sua tarefa mais importante é ajudar a destravar o acordo com a União Europeia. A volta da racionalidade parece produzir resultados.
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