quinta-feira, 3 de março de 2022

Foto de Bolsonaro com Putin transformou-se na imagem do mito com o mico



A resolução da Assembleia Geral da ONU que condenou a invasão e o bombardeio da Ucrânia pela Rússia transformou em cinzas o material de campanha reunido por Bolsonaro na sua visita ao Kremlin. A viagem presidencial a Moscou não produziu nenhum acordo comercial. Mas o candidato à reeleição obteve a tão desejada foto ao lado de Vladimir Putin. Quis mostrar ao eleitorado nacional que não estava isolado na seara internacional. Hoje, a foto exibe a imagem do mito apertando a mão de um mico. Putin tornou-se um personagem radioativo.

A Assembleia Geral da ONU é composta por 193 nações. Desse total, 141 países (73%) votaram a favor da resolução que condenou a Rússia, entre eles o Brasil. Outros 34 países (18%) se esconderam atrás da abstenção. Nesse grupo está incluída a China. Além da Rússia, apenas quatro países (2%) votaram contra a resolução. Fecharam com Putin as ditaduras da Bielorrússia, da Síria, da Eritreia e da Coreia do Norte fecharam. Repetindo: na foto da ONU, apenas 2% do mundo posaram ao lado de Putin.

No último domingo, o presidente interrompeu seu ócio no Guarujá para conceder uma entrevista. A certa altura, celebrou o fato de ter sido "o último chefe de Estado" a visitar Putin. "Pelo espaço que deu para mim, somos importantes", comentou, antes de estabelecer uma comparação com Emmanuel Macron. O presidente francês, disse Bolsonaro, "foi recebido sozinho no aeroporto. Para mim teve honras militares. Ele ficou afastado da mesa, apesar de vacinado. Putin ficou sem máscara ao meu lado. Achei uma deferência enorme, carinho mesmo pelos brasileiros".

A ficha de Bolsonaro demora a cair. Mas as imagens que colecionou na Rússia talvez não sirvam nem para a campanha paralela que o filho Carlos Bolsonaro conduz no gueto bolsonarista das redes sociais. A investida do candidato não lhe rendeu os votos que precisa conquistar fora do cercadinho.

Enquanto Bolsonaro despeja novas teorias conspiratórios no WhatsApp, o Itamaraty faz malabarismo para ajustar seus discursos à idiossincrasia do chefe e a ministra Tereza Cristina, da Agricultura, procura fornecedores alternativos para suprir os fertilizantes que o mito não conseguiu obter do mico.

Por Josias de Souza

3 comentários:

AHT disse...

Trump condena “holocausto” ucraniano: esquerda e direita repelem Putin.

“Estamos assistindo um holocausto”. Como nunca mede palavras, Donald Trump definiu assim a invasão da Ucrânia. À sua moda estapafúrdia, Trump detectou que o vento mudou.

Pois é...

Lá, Trump.
Cá, Bolsonaro.

Enquanto isso, em Moscou, «Эти двое смешны» — сказал Путин.*

* Tradução: "Esses dois são ridículos", disse Putin.

AHT disse...

O pior vidente é aquele que quer enxergar...

O quê?


Que não é, o que não pode ser que
Não é o que não pode ser que não é
O que não pode ser que não
É o que não pode ser que não...


O Bolsonaro enxerga o Trump e segue-o.
O Trump, malandro, joga-lhe uma dica e,
calculadamente, ajusta um delay.
O Bolsonaro se apega à dica, atende - e,
no momento seguinte, o Trump faz o inverso.

Vide o Bolsonaro se gabando que foi recebido com honras militares pelo Putin.

Vide a "desaprovação" de Trump à invasão da Ucrânia.

AHT disse...

O que significa o "V" e o "Z" nos veículos militares russos?

O "V' = Vamos correr daqui porque
O "Z" = vai dar Zebra!


Na URSS, era possível morrer de rir – no sentido literal da coisa. Mas piadas circulavam no mais alto segredo entre amigos.

Sistema socialista e seus vícios:

Uma velhinha vê um camelo pela primeira vez na vida e começa a chorar.
- Oh, pobre cavalo, o que o poder soviético fez com você?


Ridicularizando a propaganda oficial escondendo seus problemas:

Alexandre, o Grande, Júlio César e Napoleão estão assistindo (já fantasmas) o desfile na Praça Vermelha na década de 1940.
- Se eu tivesse tanques soviéticos, teria sido invencível! - diz Alexandre.
- Se eu tivesse aviões soviéticos, teria conquistado o mundo inteiro! - diz Júlio César.
- Se eu tivesse o Pravda, o mundo nunca teria sabido sobre Waterloo!” - arremata Napoleão.



Um turista russo recém formando em lingua portugesa veio ao Brasil. Se aproxima de um gari, e puxa uma conversa. Conversa vai e conversa vem, e o turista pergunta:

- E as piadas do regime brasileiro de parcerias publico privadas?
- Não tem mais graça nenhuma. São oficialmente comunicadas pelos porta vozes dos palácios e ministérios.