Patriota extremado, Bolsonaro se casou com a pátria. E foi morar no déficit público. Há mais de três décadas, dispõe de tudo o que o dinheiro —do contribuinte— pode comprar. De uma coisa sentirá saudade se for enviado ao olho da rua pelo eleitor: da boa vida que leva como presidente. No Planalto, não precisou do faturamento da holding familiar da rachadinha, empreendimento que morde nacos dos salários de assessores, para bancar suas despesas. Passou a dispor dos cartões corporativos. Já não precisa fazer contas. Apenas usufrui da mordomia.
O presidente torrou R$ 900 mil nas suas férias de uma semana em Santa Catarina. A cifra frequenta o noticiário desde 23 de fevereiro. Mas Bolsonaro, indagado a respeito numa entrevista, disse desconhecer o gasto. Indignou-se com a própria indignidade: "Acho um absurdo! Se foi R$ 900 mil, vou pegar no cangote de alguém lá. Não tem cabimento. Eu fiquei, se não me engano, seis ou sete dias."
Bolsonaro revoltou-se com o custo da boquinha catarinense no instante em que usufrui de novas férias, que ninguém é de ferro. Pela décima vez em três anos, o capitão e seu séquito estão no Guarujá. Costuma-se dizer que dinheiro não traz felicidade. Bolsonaro vai demonstrar até o final do seu mandato que essa é uma questão financeira irrelevante quando o dinheiro é dos outros.
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