Confirmado no cargo de presidente e CEO da Embraer em 1º de maio deste ano, Francisco Gomes Neto está otimista com o desafio de tocar a terceira maior fabricante de aviões do planeta sem a sua principal estrela, a Aviação Comercial.
O executivo garante que a empresa não vai parar de crescer, mirando sempre ir mais longe. "A nossa jornada está só começando".
Nesta entrevista, Gomes Neto fala dos desafios da Embraer para o futuro e aposta no talento dos seus funcionários para vencê-los. Veja:
O que esperar pelos próximos 50 anos na Embraer?
Temos planos ótimos pela frente. A Embraer está num momento importante da sua história. Tem essa separação [da aviação comercial] que acho que vai ajudar a empresa a crescer, tanto na área comercial, na parceria com a Boeing, como na área da defesa, com a parceria com o KC-390 e os novos produtos da aviação executiva que são top de linha. Uma nova história começa agora na parceria com a Boeing, para os próximos 50 anos, lembrando sempre a ousadia na construção da história da Embraer. E, ao anunciar a expansão da unidade de Eugênio de Melo, em São José dos Campos, reforçamos o compromisso com as nossas pessoas e com a comunidade local, que são parte da nossa visão estratégica de crescimento contínuo e sustentável.
Como o sr. explica o sucesso da companhia?
A Embraer é resultado da determinação de visionários que queriam transformar o impossível em realidade, e conseguiram. É isso que queremos contar com essas ações em um momento histórico da companhia. Foi com esse ímpeto que crescemos, chegamos aos 50, e assim continuaremos pelas próximas décadas.
Sem a aviação comercial, como manter o desenvolvimento de novos produtos?
Praticamente metade da engenharia fica com a Embraer e temos planos de crescimento para os próximos anos.
Em quais áreas a Embraer entrará nos próximos anos?
A Embraer está forte em sistemas aeronáuticos, como o Sisfron, o sistema de coordenação das corvetas, os satélites que terão bons projetos pela frente e a combinação de todos eles. Tem também a EmbraerX, que vem aí com o eVTOL, o veículo elétrico de decolagem e pouso vertical, que é uma esperança boa para o futuro. Vamos fazer em 2020 os primeiros testes em voo.
Essas outras áreas ganharão mais espaço?
Vão contribuir bastante, sem dúvida.
A parceria com o KC-390 será importante para os próximos 50 anos?
Sem dúvida. São contatos que tinham há muito tempo e agora se consolida uma parceria que, certamente, vai ajudar as duas empresas.
E as perspectivas de mercado para o KC-390 após a joint venture com a Boeing?
São boas, além desses negócios com a FAB (Força Aérea Brasileira) e a Força Aérea Portuguesa, a Boeing pela presença forte nos Estados Unidos e a força geopolítica no mundo, temos expectativa que abra novos mercados para esse produto.
Como fica a manutenção dos empregos em São José com a separação da aviação comercial?
A princípio fizemos a alocação das pessoas, que foi praticamente concluída no mês de junho. E o que vamos buscar são novos negócios e novos crescimentos para que a empresa se mantenha saudável e que possa continuar investindo e crescendo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário