segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Areia, gás hélio e outros 4 recursos que você não sabia que estão acabando na natureza


Garis retiram areia que foi parar na Avenida Delfim Moreira após ressaca no Rio de Janeiro — Foto: Carlos Brito / G1
Garis retiram areia que foi parar na Avenida Delfim Moreira após
ressaca no Rio de Janeiro — Foto: Carlos Brito / G1

Cada vez mais, estamos nos dando conta da escassez dos recursos naturais.

Você provavelmente já ouviu falar sobre a crescente escassez de água, do petróleo e de abelhas, mas há mais recursos que estão acabando e cujo desaparecimento pode modificar vários aspectos de nossas vidas.

Aqui estão seis deles que talvez você não saiba que caminham para um esgotamento.

1. Espaço em órbita

Desde 2019, há cerca de 500 mil objetos em órbita ao redor da Terra.

Apenas cerca de 2 mil deles são realmente funcionais, satélites que usamos diariamente para comunicações, GPS e para assistir a nossos programas favoritos.

Ainda não sabemos o que fazer com todo o lixo que colocamos em órbita — Foto: Nasa/Unsplash
Ainda não sabemos o que fazer com todo o lixo que colocamos em órbita — Foto: Nasa/Unsplash

Os demais são restos de lançamentos de foguetes e colisões passadas de objetos em órbita.

O problema é que essa cifra de 500 mil cobre só os objetos que estão sendo ativamente rastreados.

E, na medida em que a tecnologia melhora, fica mais fácil introduzir algo em órbita.

Não há controle de tráfego aéreo para todos esses objetos que voam sobre o planeta, e ainda não há um sistema para limpar os elementos inúteis que se acumulam na órbita perto da Terra.

Com o espaço mais ocupado, aumenta o risco de que os objetos se choquem e causem danos muito sérios às redes de que necessitamos para que nossos mapas funcionem, nossos telefones se conectem e nossos sistemas de monitoramento do clima funcionem.

Ainda não temos uma saída para esse problema, embora soluções estejam sendo buscadas.

2. Areia

Estamos usando areia mais rápido do que a natureza pode renovar.

Parece infinita, mas não é; a areia é um dos recursos que estão acabando — Foto: Jim Gade/Unsplash
Parece infinita, mas não é; a areia é um dos recursos que estão acabando — Foto: Jim Gade/Unsplash

Talvez você esteja pensando: como podemos ficar sem areia se temos praias e desertos cheios dela?

O fato é que a areia é um dos materiais sólidos mais explorados do mundo e estamos utilizando a areia num ritmo muito mais rápido do que ela pode ser renovada naturalmente, de acordo com a ONU.

Demora milhares de anos para que a areia se forme, por meio da erosão.

Mas a areia é utilizada diariamente em grande escala na construção, recuperação de terras, filtragem de água e para fazer vidro.

A perda da areia ameaça os ecossistemas frágeis. Já existem movimentos que pedem a criação de um sistema de monitoramento global para regular nosso uso cada vez maior desse recurso surpreendentemente escasso.

3. Gás hélio

Não utlizamos gás hélio só em balões: o hélio é essencial pelo seu uso em equipamentos de exames médicos de imagem.

O gás hélio também é um recurso finito e só nos restam algumas décadas com o gás — Foto: Luca Upper/Unsplash
O gás hélio também é um recurso finito e só nos restam algumas
décadas com o gás — Foto: Luca Upper/Unsplash

O gás hélio também é um recurso finito, extraído das profundezas subterrâneas. Algumas estimativas estabelecem que haverá escassez do gás dentro de 30 a 50 anos.

Embora pareça um problema para as festas de aniversário, o que importa é que o hélio tem um uso médico essencial: resfriar os ímãs que permitem que scanners de ressonância magnética funcionem.

Os scanners revolucionaram o diagnóstico e o tratamento do câncer e das lesões do cérebro e da medula.

4. Bananas

Nossa distopia não tão distante pode ser de uma vida sem bananas.

Não é a primeira vez que correm risco, mas ainda não aprendemos a lição — Foto: Pixabay
Não é a primeira vez que correm risco, mas ainda não aprendemos a lição — Foto: Pixabay

A maioria das bananas que cultivamos atualmente para a venda comercial está ameaçada por um fungo chamado de mal-do-Panamá.

Consumimos, na maior parte das vezes, uma variedade chamada Cavendish.

Como todas são clones, o mal-do-Panamá tem o potencial de se propagar rapidamente através da população das plantações de banana.

E já aconteceu antes: na década de 1950, a mesma doença quase acabou com a colheita mundial, o que fez com que produtores mudassem da variedade Gros Michel para a Cavendish.

Pesquisadores estão trabalhando para desenvolver novas variedades que sejam resistentes ao fungo e que sejam saborosas.

5. Terra agricultável

Embora a terra não vá desaparecer do mundo, nós lidamos tão mal com ela que é motivo de preocupação.

Não lidamos bem com um recurso que é tão precioso — Foto: Pexels
Não lidamos bem com um recurso que é tão precioso — Foto: Pexels

A camada superficial da terra é a que fica na parte externa, da qual as plantas obtêm a maioria de seus nutrientes vitais.

E o Fundo Mundial para a Natureza estima que cerca de metade da camada superior do solo do mundo se perdeu nos últimos 150 anos.

O pior é que pode levar até 500 anos para que uma polegada de terra se forme de maneira natural.

Acredita-se que a erosão, a agricultura intensiva, o desmatamento e o aquecimento global contribuam para a perda da camada superior do solo, da qual a grande maioria da produção mundial depende.

6. Fósforo

À primeira vista, o fósforo provavelmente não parece ter um papel de protagonista em nossa vida diária.

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Mas não é só biologicamente vital para a estrutura de DNA humano: é também um fertilizante agrícola essencial que não tem um substituto conhecido.

Em vez de ser devolvido ao solo de onde vem, o fósforo agora viaja com maior frequência às cidades nos alimentos e termina levado para o mar por meio de nossos sistemas de esgoto.

No atual ritmo, as estimativas é de que nossas fontes de fósforo vão durar de 35 a 400 anos.

Por BBC no G1

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