Que fruta deveria ser Bolsonaro? Um bom presidente da República deveria fazer bem à saúde do Brasil. Saúde interna e externa. Claro que um presidente tem de interferir. Ora essa. Bolsonaro não é um banana. Seria uma comparação injusta com a fruta. Bananas têm polpa macia e doce. São versáteis. Baixam a pressão arterial, ajudam a combater o estresse, a depressão e a diarreia intestinal, não verbal. Não, Bolsonaro nada tem a ver com bananas verdes e amarelas. Chegou a parecer banana-nanica num passado nem tão remoto. Pensa que virou ouro.
Afinal, Bolsonaro não foi eleito para mudar tudo o que está aí? Prometia melhorar os órgãos e a imagem do Poder. Com equilíbrio emocional e mental, sem viés, o país atrairia parceiros, “noivos e noivas”, sem dar a entender que quer mandar em deus e o mundo. A qualquer rusga ou suspeita de traição, não pegaria a arma sob o travesseiro para abater o cônjuge. Ou melhor, o “conge”, no novo dicionário amoroso do Planalto, grande contribuição de Sergio Moro, hoje frutinha escondida na salada de ministros, que disfarçam ou emudecem para não apodrecer na geladeira.
Este é um artigo dedicado à nutrição, como você pode ver. À mesa com Jair. Busco receitas tropicais de bananas sem agrotóxico. Tá difícil. Pode ser um purê de banana-da-terra. Ih, terra, não, porque está queimando por crime das ONGs e dos nortistas coniventes. Banana queimada tem sabor horrível. Esse texto é sobre frutas, nada de carne vermelha. O fritador de hambúrguer quase foi cortado do “Master chef” do Planalto nesta semana. Mas Eduardo peitou a insegurança do pai. Insiste em voltar para os EUA pela porta da frente e armado, porque “não existe diplomacia sem armas”.
Aqui vai uma dica para o presidente e para Michelle, que precisa se ocupar da mesa do marido em vez de anunciar as lingeries que ganhou de presente. Consultei minha nutricionista para saber quais frutas ajudam no equilíbrio emocional, saúde mental e controle da ansiedade. Vale para Bolsonaro e todos os que estão sob seu jugo, porque afinal quem manda é ele e anda desenfreado como um cavalo selvagem.
“Banana, kiwi e abacate”, disse a nutricionista. Banana é a principal. “São frutas ricas em L-triptofano, hormônio que sintetiza a serotonina, o hormônio do prazer, que diminui a ansiedade”. Uma boa. Presidente, por que o senhor não vira banana transgênica? Foi desenvolvida pela Austrália. É uma “banana dourada”. Para o senhor, que adora condecorações e medalhas, é o tipo perfeito. Esqueça o prefixo “trans”, sei que o senhor é alérgico.
O que não dá, presidente, é o senhor virar um abacaxi. Para todos. Para a Polícia Federal, a Receita, o Coaf, Inpe, Inep, Enem, Ibama, Fiocruz, BNDES, Ancine, Itamaraty. Para seus ministros e aliados. Para a Lava-Jato. Para o Norte e Nordeste. Para os vizinhos e o mundo. Um abacaxi abusador de autoridade, exterminador da cordialidade. Se não estivesse acima da lei, o senhor seria processado por todas as ofensas, provocações e acusações sem prova. Um abacaxi que leva ao paroxismo uma propriedade das frutas cítricas: a acidez. Não é recomendado a um país que sofre de azia.
Para você, leitor subnutrido de esperança, descobri uma fruta exótica, a pitaya, que vem do México. Ela “ajuda a eliminar os radicais livres”. Hoje, o maior radical livre está no Poder Executivo. Preciso incluir a pitaya nas compras do mês.
Por Ruth de Aquino
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