sexta-feira, 30 de setembro de 2022

Último debate tornou-se estratégico para definir se haverá ou não 2º turno



Numa corrida presidencial em que algo como 80% do eleitorado diz ter absoluta certeza do seu voto, há na praça 20% de eleitores por ser seduzidos. Considerando-se que está posicionado na margem de erro das pesquisas para obter uma vitória em primeiro turno, o debate da noite desta quinta-feira na TV Globo é estratégico. Dependendo do desempenho dos candidatos, pode levar ao encerramento do jogo no próximo domingo ou produzir um segundo turno que esticará a disputa até o final de outubro. Poucas vezes o voto do eleitor indeciso teve tanto valor.

Lula vai ao debate acumulando as condições de favorito e alvo preferencial. Como líder nas pesquisas, precisa sair para o ataque sem descuidar da defesa. Como alvo, tem que evitar gols dos adversários, sobretudo de Bolsonaro. Levará munição pesada: da compra de imóveis com dinheiro vivo à rachadinha. Um gol contra seria fatal para Lula. Um zero a zero seria melhor do que o desempenho tosco que exibiu no debate realizado na TV Bandeirantes.

Bolsonaro grudará a pecha de ladrão no adversário, fazendo pose de uma criança que brinca na lama depois do banho. O comitê da reeleição torce para que o presidente, quando contra-atacado, não fique fora de si, sob pena de perder votos ao exibir novamente o que tem por dentro.

Ciro Gomes e Simone Tebet travam uma disputa particular pelo terceiro lugar. Tentarão evitar a conversão de eleitor em voto útil. Soraya Thronicke e Luiz Felipe D'Ávila viraram asteriscos de um enredo que empurrou a terceira via para o estacionamento. E fakeKelmon, o padre do PTB, vai aos estúdios da Globo como uma aberração a serviço de Bolsonaro. O laranja de Roberto Jefferson exibe-se diante das câmeras como uma evidência de que a lei que obriga a sua presença no debate precisa ser modificada.

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