O Ipec (ex-Ibope) volta a atribuir a Lula 52% dos votos válidos, descontados os brancos e os nulos. Pela segunda semana consecutiva, o petista aparece no limite da margem de erro da pesquisa para derrotar Bolsonaro no próximo domingo. Na conta geral, com brancos e nulos, Lula subiu de 44% para 48% desde 15 de agosto. Bolsonaro se manteve praticamente no mesmo patamar. Oscilou de 32% para 31%.
É como se o eleitorado reagisse com um sonoro "e daí?" para todos os movimentos de Bolsonaro —do aumento de benefícios sociais à pregação de Michelle Bolsonaro. A seis dias da eleição, a maioria dos eleitores grita para Bolsonaro no Ipec: "Eu sou coveiro."
Lula prevalece sobre o rival nos nichos mais numerosos do eleitorado com percentuais acima de 50%. Isso acontece, por exemplo, entre os eleitores de baixa renda, os beneficiários do Auxílio Brasil, as mulheres, os pretos e pardos, os nordestinos. A tentativa do centrão e do comitê da reeleição de transformar com truques cenográficos um presidente precário num estadista de vitrine não colou.
Num esforço para transformar pesquisas em realidade, a campanha de Lula se autoimpôs um desafio adicional além do estímulo ao voto útil. Deseja-se intensificar os estímulos para que os eleitores compareçam às urnas no próximo domingo. Tradicionalmente, o eleitorado pobre e menos escolarizado está mais propenso à abstenção. Daí a preocupação.
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