segunda-feira, 26 de setembro de 2022

Bolsonaro faz terrorismo eleitoral na beirada da urna



Proibido pelo ministro do TSE Benedito Gonçalves de continuar usando a biblioteca do Alvorada como palanque eletrônico, Bolsonaro realizou uma live clandestina na noite deste domingo. Disse estar "escondido", como se fosse "um cara das trevas." Nessa transmissão clandestina, o presidente comportou-se como um terrorista eleitoral. A uma semana da eleição voltou a insinuar que rejeitará qualquer resultado que não seja a sua vitória.

Baseando-se em auto critérios, Bolsonaro questionou o favoritismo de Lula nas pesquisas. Disse considerar "difícil" que Lula vença a eleição no primeiro turno. Corrigiu-se rapidamente: "Difícil não, impossível. E ponto final!". Declarou que "o resultado tem que ser respeitado", desde que as eleições sejam "limpas" e "transparentes". Insinuou que o TSE não tem preocupação com a "transparência eleitoral."

O autoengano que leva Bolsonaro a supor que ele será reeleito mesmo ralando nas pesquisas uma taxa de rejeição de mais de 50% o impede de distinguir a fantasia da realidade. Na política, campo em que a dissimulação sempre desempenhou papel relevante, o autoengano é um perigo ainda maior. Quando o enganador se autoengana, perde o contato com o mundo real.

Bolsonaro pode odiar o Datafolha o quanto quiser. Mas quem vai se expressar nas urnas de domingo é o povo. O povo, que não entende de pesquisas, jamais erra suas previsões. A maioria vota sempre no candidato que ganha. Nessa hora, se o perdedor continuar vivendo na realidade paralela do seu transtorno delirante, as instituições terão que transferi-lo para um manicômio. O problema é que, quando o perdedor é o presidente, ele só recebe alta do Planalto em 1º de janeiro de 2023. Terá todo o período de transição para enlouquecer o país.

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