terça-feira, 31 de julho de 2018

E190 produzido pela Embraer, com 103 pessoas cai no México; TODOS SOBREVIVEM



Um avião da companhia Aeroméxico caiu cinco minutos após decolar da cidade de Durango, na região central do México. Segundo informou o governador do estado, José Ramón Aispuro pelo Twitter, não há mortes.

De acordo com o governo mexicano, a aeronave levava 99 passageiros – entre eles dois menores – e quatro membros da tripulação. As primeiras informações, contudo, davam conta de que eram apenas 97 passageiros.

Até o momento “temos informação de 85 pessoas machucadas”, disse Alejandro Cardoza, porta-voz da Defesa Civil de Durango, à TV Milenio.

“Um incêndio começou após o pouso forçado realizado pelos pilotos, mas ao que parece não há pessoas com queimaduras”, declarou Cardoza, acrescentando que a maioria apresenta ferimentos “muito leves, nada além de contusões, mas alguns têm lesões consideráveis”.

O avião da Aeroméxico AM2431 decolou do Aeroporto Internacional Guadalupe Victoria, em Durango, às 15h09 (17h09, horário de Brasília) para a Cidade do México, onde deveria aterrizar às 16h50 (18h50, horário de Brasília). A aeronave é um Embraer E190, da empresa Aeroméxico Connect.

Com base em relatos de pessoal de segurança do aeroporto, o jornal El Financieroinformou que o avião se chocou com um objeto logo depois de decolar, que o levou à queda.

Na Veja

Bem alimentado, Lula terceirizou greve de fome



Seis militantes de movimentos sociais iniciam nesta terça-feira, em Brasília, uma greve de fome pela libertação de Lula. Comandante do ''exército do MST'', João Pedro Stédile declarou que o tempo de duração da greve será determinado pela ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal.

“Ela foi indicada para respeitar a Constituição”, disse Stédile, ao lado dos companheiros que prometem fechar a boca. “Tem dois recursos aguardando julgamento –uma ADC do PCdoB, que consulta se uma pessoa pode ser presa antes do julgamento de todos recursos; e um outro recurso da OAB, sobre validade da presunção de inocência até o julgamento da última instância. Basta colocar os recursos em plenário para acabar com a greve.”

Em português claro, deseja-se pressionar o Supremo para rever a regra que autorizou o encarceramento de condenados em segunda instância. A questão já foi apreciada pelos ministros da Suprema Corte quatro vezes desde 2016. Na votação mais recente, produziu-se um placar de 6 votos a 5 contra a concessão de um habeas corpus que impediria a prisão de Lula.

Ironicamente, os devotos do líder petista fazem por Lula um sacrifício que ele se abstém de fazer por si mesmo. Lula desenvolveu uma ojeriza por greves de fome. Em fevereiro de 2010, ainda na pele de presidente, o agora presidiário realizou uma viagem oficial a Cuba. Desembarcou em Havana no dia da morte do dissidente cubano Orlando Zapata Tamoyo, que ficara sem comer por 85 dias.

Instado a comentar a privação alimentar do preso político cubano, Lula declarou: “Lamento profundamente que uma pessoa se deixe morrer por uma greve de fome. Eu, depois da minha experiência de greve de fome, pelo amor de Deus, ninguém que queira fazer protesto peça para eu fazer greve de fome que eu não farei mais.”

Na época, o repórter Elio Gaspari rememorou a “experiência” de Lula: “Em 1980, quando penou 31 dias de cadeia que ajudaram-no a embolsar pelo Bolsa Ditadura um capital capaz de gerar mais de R$ 1 milhão, Lula fez quatro dias de greve de fome. Apanhado escondendo guloseimas, reclamou: ‘Como esse cara é xiita! O que é que tem guardarmos duas balinhas, companheiro?’.” (...)

Por Josias de Souza

Embraer é intimada a se manifestar sobre ação contra união com Boeing


Resultado de imagem para Embraer e Boeing

A Embraer informou nesta segunda-feira (30) que foi intimada a se manifestar sobre uma ação movida por 4 deputados que pedem a suspensão das negociações para a fusão da empresa brasileira com a Boeing. A informação foi divulgada em comunicado ao mercado.

A ação popular é movida pelos parlamentares Paulo Pimenta (PT-RS), Carlos Zarattini (PT-SP), Vicente Cândido (PT-SP) e Nelson Pellegrino (PT-BA).

A empresa disse que “adotará todas as medidas necessárias para exercer seu direito de defesa perante o juízo competente”.

União das empresas

A brasileira Embraer e a norte-americana Boeing anunciaram a criação de uma nova empresa, no modelo conhecido como joint venture, no dia 5 de julho. A nova empresa seria avaliada em US$ 4,7 bilhões, e teria a empresa dos Estados Unidos como dona de uma fatia de 80% e a brasileira, dos 20% restantes.

A conclusão do negócio depende do aval dos acionistas – entre os quais, no caso da Embraer está o governo brasileiro – e dos órgãos reguladores do mercado no Brasil e nos Estados Unidos. A expectativa é que a transação seja fechada até o final de 2019.

O anúncio de fusão da Embraer com a Boeing tem gerado discussões sobre as possíveis demissões dos funcionários da empresa brasileira. O Ministério Público do Trabalho (MPT) chegou a pedir na Justiça que houvesse garantia de manutenção dos empregos no Brasil, mas a solicitação foi negada.

Parceria entre Embraer e Boeing cria empresa de aviação comercial de US$ 4,75 bilhões (Foto:  Juliane Almeida/G1)

No G1 Vale

Embraer tem prejuízo de R$ 467 milhões no 2º trimestre


E195-E2 da Embraer (Foto: Embraer/Divulgação)

Receita líquida alcançou R$ 4,533 bilhões, queda de 20% na comparação com o 2º trimestre do ano passado.

A Embraer registrou um prejuízo líquido atribuído aos acionistas de R$ 467 milhões no segundo trimestre, ante um lucro de R$ 200,9 milhões no mesmo período do ano passado, informou a fabricante brasileira de aeronaves nesta terça-feira (31). No semestre, a companhia acumula prejuízo de R$ 507 milhões.

Já o lucro líquido ajustado, excluindo impostos diferidos, contribuições sociais e itens especiais, foi de R$ 2,3 milhões, ante R$ 409,4 milhões no segundo trimestre do ano passado.

O resultado operacional medido pelo lucro antes de juros, impostos, deprepreciação e amortização (Ebitda) ajustado recuou para R$ 599,1 milhões, ante R$ 803,4 milhões no mesmo período de 2017. A margem Ebitda ajustada caiu para 13,2%, ante 14,1% um ano antes, destaca a Reuters.

Sem ajuste, o Ebitda caiu para R$ 140,4 milhões, ante R$ 834,3 milhões na mesma comparação.

A receita líquida alcançou R$ 4,533 bilhões no 2º trimestre, 20% abaixo dos R$ 5,7 bilhões do 2º trimestre do ano passado, diante de um menor número de entrega de aeronaves.

No 2º trimestre, a companhia entregou 28 jatos comerciais e 20 executivos e a carteira de pedidos firmes fechou em US$ 17,4 bilhões. No mesmo período do ano passado, foram entregues 59 aeronaves.

"A companhia reafirma todas as suas estimativas financeiras e de entregas para 2018, que não incluem o impacto não recorrente da revisão de base de custos do KC-390, ocorrida no segundo trimestre", disse a Embraer em nota de divulgação do resultado.

No G1 Vale

segunda-feira, 30 de julho de 2018

Embraer terá centro de treinamento na África do Sul, garante Temer


Embraer

De acordo com o presidente da República, o novo centro contará com equipamentos modernos e formará milhares de profissionais por ano dentro do país africano

O presidente Michel Temer afirmou nesta sexta-feira (27) que será inaugurado "em breve" um centro de treinamento da fabricante brasileira de aviões Embraer, em Joanesburgo, na África do Sul.

Ele declarou que o novo centro contará com equipamentos modernos e formará milhares de profissionais por ano na África.

"Será importante investimento da Embraer em favor da capacitação de profissionais em áreas de vanguarda, em favor da tecnologia e da inovação", disse o presidente da República, depois de participar da última reunião da 10ª Cúpula do Brics, em Joanesburgo.

PRIORIDADE.

Temer enfatizou que a aproximação com a África é uma "prioridade permanente" do Brasil, que está ligado ao continente africano "pela história, pela cultura, pelo sangue".

Ele destacou que o país já vem adotando medidas de estreitamento das relações econômicas com os africanos, além do apoio para que o Brics seja aliado no desenvolvimento do continente.

Segundo o Ministério das Relações Exteriores, o Brics responde por 23% do Produto Interno Bruto (PIB - a soma de todas as riquezas produzidas no país) e 18,2% do comércio mundial. Em dez anos, o comércio entre os países do bloco evoluiu de US$ 92 bilhões para US$ 288 bilhões.

O Vale

Há histórias bizarras na farra de licenças médicas da estatal EBC



A esperteza na estatal EBC (responsável pela TV Brasil), que emprega 2.300 funcionários e registrou 2.845 licenças médicas entre janeiro e junho, tem situações que seriam engraçadas não fossem fraudulentas. A pelegada defende a farra citando casos como o de um cinegrafista que desatou a pedir licenças médicas alegando “depressão” por ter de operar uma nova grua computadorizada, das mais modernas do País. 

“Tem muita gente com problemas mentais”, afirma um pelego que faz a maior pose de esquerdista com um livro de Lênin debaixo do braço.

“Malandro demais vira bicho”, advertiu o compositor Bezerra da Silva: perícia médica investigará o “fenômeno” das licenças médicas na EBC.

A expectativa é que após a perícia, processos administrativos sejam abertos para demitir os espertos e ressarcir a empresa pública.

Serão revistas as facilidades para obtenção de licenças, inclusive a de cinco dias para “acompanhar” familiar, prorrogadas indefinidamente.

A informação é da Coluna Cláudio Humberto, do Diário do Poder.

domingo, 29 de julho de 2018

MDB, PSDB e PT oficializam candidatura de Skaf, Doria e Marinho ao governo de SP



Durante suas convenções estaduais, neste sábado (28), MDB, PSDB e PT oficializaram as candidaturas de Paulo Skaf, João Doria e Luiz Marinho, respectivamente, como candidatos ao governo de São Paulo.

Skaf, que se licenciou da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) para disputar a eleição, chegou à convenção acompanhado de Henrique Meirelles, pré-candidato à presidência pelo partido.

A vice de Skaf é a tenente coronel da Polícia Militar Carla Basson. Maria Aparecida Pinto, conhecida como Cidinha, vai disputar o Senado. A outra vaga do MDB ao senado está reservada à Marta Suplicy, que pediu até dia 4 de agosto para decidir se vai ou não concorrer.

Tucanos

No anúncio da candidatura de Doria, os tucanos insistiram na ideia de que São Paulo estava quebrada antes da chegada do PSDB. Um vídeo abriu o ato comparando o estado em 1994, antes de o PSDB assumir o Palácio dos Bandeirantes. “Estava abandonado”, disse locutor.

PT

Além da candidatura de Marinho, os petistas apresentaram os candidatos do partido ao Senado, Eduardo Suplicy e Jilmar Tatto. Ana Estela Haddad, mulher do ex prefeito Fernando Haddad, leu uma carta enviada por Lula para a cerimônia em apoio aos candidatos de São Paulo. (Com informações da FolhaPress)

Salários custam 90% do orçamento do Judiciário



Os gastos com os chamados “recursos humanos” são responsáveis por mais de 90% da despesa total de todo o orçamento do Poder Judiciário brasileiro, de R$84,8 bilhões. Inclui, além de magistrados, os salários dos servidores ativos e inativos, terceirizados e estagiários, além de todos os penduricalhos como auxílios, até de moradia, passagens, diárias etc. Os dados são de 2016, os mais recentes disponíveis. 

Dos R$9 bilhões que sobram, após os salários, são gastos em despesas de custeio, principalmente na área de informática.

O orçamento da Justiça Estadual totaliza R$48,1 bilhões ao ano. O segundo maior custo é a do Trabalho: R$ 17 bilhões anuais.

Em 2016, o custo da Justiça foi de R$ 411,73 para cada um dos 208 milhões de brasileiros, segundo o “Justiça em Números”, do CNJ.

A informação é da Coluna Cláudio Humberto, do Diário do Poder.

sábado, 28 de julho de 2018

Dodge diz que Procuradoria vai abrir ação de impugnação contra candidaturas sem ficha limpa


Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, afirmou nesta sexta-feira (27) que o Ministério Público irá ajuizar ações judiciais de impugnação contra todos os candidatos cuja candidatura esteja vetada pela Lei da Ficha Limpa, incluindo os condenados por órgão colegiado. Ela manteve reunião com todos os procuradores regionais eleitorais.

“Assinei uma instrução normativa no âmbito da [minha] atribuição eleitoral que visa instruir os procuradores regionais eleitorais sobre uma questão que é importante. […] Orienta que todos os promotores e procuradores ajuízem ação de impugnação ao registro, com base na lei complementar 64, [como na] existência de condenação transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado.”

Dodge concede uma entrevista coletiva à imprensa na sede da PGR (Procuradoria Geral da República) nesta sexta-feira (27). Indagada se ela vai mover ação contra a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva, Dodge disse que haverá “um tratamento uniforme qualquer que seja o cargo disputado pelo candidato. Haverá uma uniformidade nesse tratamento. Não há candidaturas específicas registradas”. (…)

Na Folha.

sexta-feira, 27 de julho de 2018

Colégio Embraer vai cobrar até R$ 1.980 de mensalidade para 20% dos novos alunos


Das 200 vagas do colégio em São José, 40 serão para alunos pagantes (Foto: Prefeitura de SJC/Divulgação)

O Instituto Embraer vai cobrar, a partir de 2019, mensalidade de até R$ 1.980 de 20% dos ingressantes nos Colégios Engenheiro Juarez Wanderley, em São José dos Campos; e Casimiro Montenegro Filho, em Botucatu. O edital foi publicado nesta quinta-feira (26). (leia aqui)

As escolas, que eram exclusivamente voltada a alunos de baixa renda e de rede pública de ensino, estão entre as melhores do país. Essa será a primeira vez que o acesso de alunos pagantes, oriundos de escolas particulares, será permitida.

Em São José, das 200 vagas abertas, 40 delas serão para alunos pagantes - o valor da mensalidade será R$ 1.980. Em Botucatu, das 120 vagas abertas, 24 serão nessa modalidade, cujo valor da mensalidade é menor, de R$ 1.590.

A escola atende apenas estudantes do ensino médio, em ensino integral. O valor da mensalidade inclui transporte, alimentação e o material.

Para o preenchimento das vagas, após seleção por meio de vestibulinho, serão convocados para matrícula os candidatos aprovados, por ordem de classificação, em duas listas - uma de candidatos das chamadas vagas sociais, que vão estudar gratuitamente, e outra de candidatos de vagas gerais.

Anualmente, o Colégio Embraer atende 960 alunos, sendo a maioria em São José dos Campos. A mensalidade que será cobrada é compatível com os valores praticados em escolas particulares da cidade.

A Embraer justificou, na época do anúncio da mudança, que a medida pretende garantir a 'sustentabilidade no longo prazo' e que a ação não vai gerar lucro. A companhia informou que investe R$ 20 milhões por ano nos dois colégios. Do valor total, R$ 14 milhões é aplicado em São José.

Inscrição

As inscrições estarão abertas de 20 a 31 de agosto no site da Vunesp, que organiza o processo seletivo. O valor da inscrição é de R$ 50 e a prova é no dia 21 de outubro.

A prova terá 60 questões, sendo de de língua portuguesa, ciências humadas, matemática, ciências naturais, além de redação.

Os alunos vão escolher, no ato da inscrição no processo seletivo, se querem concorrer por cota pagante ou não. O aluno bolsista precisa comprovar renda bruta per capita de até um salário mínimo e meio nacional, per capta, limitado a nove salários mínimos por família.

Os detalhes para os alunos interessados na inscrição estão disponíveis no site da Embraer.

No G1 Vale

A arma do PT para tocar fogo no país



Uma coisa é o PT, ante a possível decisão do Tribunal Superior Eleitoral de barrar a candidatura de Lula, lançar de imediato outro candidato a presidente para substituí-lo. Ou apoiar um nome de outro partido, o que parece improvável.

Outra, bem diferente, será o PT travar a partir daí uma batalha de recursos judiciais que poderá levar Lula a ser candidato, para que só depois das eleições se saiba se os votos colhidos por ele serão considerados válidos ou nulos.

O primeiro caminho é razoável, seja para dar conforto ao próprio Lula, condenado a 12 anos de prisão e encarcerado em Curitiba, seja para reforçar suas chances de transferir o maior número de votos para o candidato que venha a merecer sua benção.

O segundo caminho seria uma aposta no caos institucional. Imagine que Lula dispute a eleição e que se eleja. O que aconteceria mais tarde se a Justiça, em última instância, anulasse seus votos? Tomaria posse o candidato derrotado por ele. Que tal?

Há uma fatia grande do PT que investe no quanto pior, melhor. A prevalecer, é o que acontecerá. Salvo se a Justiça der um jeito de liquidar a situação no prazo mais curto possível. Por lenta e sujeita a injunções políticas, não será tão simples assim.

A estabilidade política do país – ou o risco de uma ruptura – está nas mãos do PT.

Por Ricardo Noblat

A (ir)relevância eleitoral da Lava Jato



Alimentou-se em setores da sociedade a ilusão de que, depois da Lava Jato, nada seria o mesmo na política brasileira.

As águas de março de 2015 trouxeram uma enxurrada: a tal “lista de Janot”, com os nomes citados nas delações da Lava Jato quando esta atingiu em cheio o mundo político, de A a Z, ampliando um foco que, até então, havia mirado sobretudo o PT. A lista com os pedidos de abertura de investigação do Procurador Geral foi recebida com enorme estardalhaço por incluir os chefes e os principais líderes do Legislativo. Ao longo dos últimos três anos, em que houve novas listas, investigações e denúncias, alimentou-se em setores da sociedade a ilusão de que, depois da Lava Jato, nada seria o mesmo na política brasileira.

Só que não. A última palavra será, como sempre, do eleitor. Mas o que se vê no cenário de candidaturas para outubro, de cabo a rabo, é mais, muito mais, do mesmo. Pode-se dizer, grosso modo, que hoje quem não está preso é candidato.

Não há pudor, escândalo, vergonha ou constrangimento, por maior que tenha sido a recercussão de tantas denúncias na mídia, que os desencoraje – ou a seus partidos – a disputar um novo mandato, ainda que a prerrogativa de foro tenha sido limitada. A julgar pelas pesquisas e articulações eleitorais, muitos têm boas chances de sucesso.

Como vai, por exemplo, o PP, partido que teve o maior número de políticos na primeira lista de Janot? Muito bem, obrigada. Cortejado por Ciro Gomes e Geraldo Alckmin, entrou na negociação do pacote do Centrão, grupo no qual todos os partidos têm acusados na Lava Jato. Optaram pelo tucano, em troca de promessas como a de manter o latifúndio ministerial num eventual governo. O presidente do PP, senador Ciro Nogueira, também alvo de denúncia, tem boa chance de reeleição pelo Piauí. Os líderes na Câmara também.

No Senado, aliás, a Lava Jato parece não ter passado de uma brisa. Também denunciados, os senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Romero Jucá (MDB-RR), por exemplo, vão se reeleger bem. Fernando Collor (PTB-AL) engatou uma pré-candidatura à presidência. Mesmo Aécio Neves, mais machucado pelas gravações da JBS, deve se candidatar e se eleger deputado.

As candidaturas estaduais também parecem estar pouco ligando para a Lava Jato. No Rio, por exemplo, os quatro principais candidatos sofrem acusações: Eduardo Paes (DEM) e Garotinho (PRP), que andou até preso, foram citados nas delações da Odebrecht; Romário (Podemos) é investigado pelo Coaf por movimentações milionárias e Índio da Costa foi citado na ramificação carioca da operação.

São só alguns poucos exemplos diante da massa de candidatos acusados, denunciados e processados – mas não condenados, o que os habilita legalmente a concorrer nas eleições.

Aí é que está o problema, que passa pela lentidão do STF em julgar os políticos, mas tem sua origem no caráter espetacularizado dado à Lava Jato desde seus primórdios em Curitiba. Ao misturar acusações por crimes de corrupção, como pagamento de propina e direcionamento de licitações, a outras menores, como as que envolvem exclusivamente o caixa 2 de campanha, a força tarefa da Lava Jato jogou a todos no mesmo saco.

Ao criminalizar todo o mundo político, de forma fundamentalista e espetacular, manteve o joio misturado ao trigo. Agora, ninguém separa mais. Infelizmente, não dá para jogar o saco inteiro fora, sob o risco de a democracia morrer de inanição. O eleitor terá que ir às urnas e vai acabar engolindo pelo menos uma parte desse mingau indigesto.

Por Ricardo Noblat

quinta-feira, 26 de julho de 2018

General Mourão sobre bolsonaristas: “Existe um certo radicalismo nas ideias, um radicalismo até meio boçal”


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Um dos consultores da candidatura à Presidência de Jair Bolsonaro (PSL), o general da reserva Hamilton Mourão (PRTB), de 64 anos, afirma que há um “certo radicalismo nas ideias, até meio boçal”, entre os apoiadores do candidato nas eleições 2018. Ao Estado, ele diz que a campanha é “meio amadora” e reclama que a imprensa trata Bolsonaro com “preconceito”. Há dois meses no comando do Clube Militar, entidade que teve espaço de destaque na política até os anos 1960, Mourão, gaúcho de Porto Alegre, diz que o setor ficou dentro do “casco” como tartaruga desde o fim do regime militar, mas voltou disposto a atuar em disputas eleitorais.

A campanha do PSL tentará um eleitorado mais amplo ou preservar o que conseguiu?

Ele está num momento de encruzilhada, tanto em relação à escolha do vice, que não está fácil, como à necessidade de buscar novos eleitores. Ele alcançou o limite daquele pessoal que, por decantação, se sente atraído. Tem de buscar aquelas pessoas que ainda não escolheram em quem votar. Ele tem de estar preparado, desde agora, para ser o presidente de todos os brasileiros, e não apenas do grupo que o apoia fanaticamente. (...)

Os seguidores tradicionais de Bolsonaro entenderão o pragmatismo de uma campanha?

Existe um certo radicalismo nas ideias, um radicalismo até meio boçal. Tem boçal dos dois lados. Os extremos se atraem. Quando a Janaina (Paschoal) falou que o pessoal não pode ser o PT ao contrário, ela tem razão. A gente não pode dividir o País. Isso foi o que o PT fez. O PT é a vanguarda do atraso. A gente tem de trazer todos os brasileiros e aceitar as ideias de uns e de outros e não ficar se matando.
(…)

O grupo dos senhores está mesmo no jogo?

Estamos para ganhar. O que eu julgo é que a campanha do Bolsonaro está meio amadora. É aquela história: ele se fez, então tem dificuldades de ouvir as pessoas. Mas acho que ele vai colocar um coordenador de campanha, que poderia ser o general (Augusto) Heleno. Alguém tem de coordenar esse troço aí, tem de colocar já uma equipe para escrever logo o programa de governo, o que ele vai fazer. Não pode o camarada ganhar a eleição e perguntarem: ‘O que ele vai fazer agora?’. Se ele pretende reduzir o número de ministérios, tem de ter um estudo. Qual é o programa de privatização? Tem de ser mais claro. Até porque, a partir daí, ele buscará aquele eleitorado liberal que ainda está fazendo cara feia porque sente que não tem muita profundidade nessa lagoa.

Posse de vice em viagens do titular é uma tolice brasileira



Lá fora, presidente que viaja continua governando à distância

Persiste no Brasil uma regra tão boba quanto dispendiosa, que ordena a posse dos vices (presidente, governador e prefeito) quando o titular se ausenta. Como se, fora do País, perdesse a capacidade de decidir, de governar. Michel Temer viajou para a África do Sul e foi substituído pela ministra Cármen Lúcia, porque os presidentes do Senado e da Câmara, que a precedem na linha sucessória, viajaram para não assumir e ficar inelegíveis, tornando essa brincadeira ainda mais cara.

Atos firmados pelos titulares no exterior deveriam estar sujeitos a nulidade: afinal, há outra pessoa investida no cargo de presidente.

Essa regra jabuticaba já não existe no exterior. Lá fora, presidentes são substituídos só quando morrem, renunciam ou sofrem cassação.

Países como a França aboliram a figura do vice, por desnecessária. Nos Estados Unidos, presidente é presidente inclusive quando viaja.

Há um século fazia sentido, as viagens eram de navio, em demoradas travessias. Hoje, o titular não fica um segundo sem contato com o País.

Diário do poder

quarta-feira, 25 de julho de 2018

Facebook remove 196 páginas do Brasil sob acusação de ‘desinformação’



O Facebook removeu nesta quarta-feira 196 páginas e 87 perfis brasileiros que, segundo comunicado da rede, “violavam as políticas de autenticidade” da plataforma. “Essas páginas e perfis faziam parte de uma rede coordenada que se ocultava com o uso de contas falsas no Facebook, e escondia das pessoas a natureza e a origem de seu conteúdo com o propósito de gerar divisão e espalhar desinformação”, diz o texto.

A rede social não divulgou, em seu comunicado, os nomes das páginas nem os conteúdos excluídos. Também não cita organizações em seu texto de divulgação. Muitas estão ligadas ao Movimento Brasil Livre (MBL). É o caso do perfil de Renan Santos, um dos coordenadores do grupo. Pelo Twitter, o MBL se posicionou, dizendo que foram “derrubados perfis de pessoas reais”, que se tratavam, dizem, de “blogs e perfis que eram públicos e apresentavam fontes de tudo que diziam”. O perfil do MBL, porém, continua no ar.

Entre as páginas deletadas estão as dos sites Jornalivre e O Diário Nacional e a do movimento Brasil 200, grupo de empresários liderado pelo empresário Flávio Rocha, que até a semana passada era pré-candidato à Presidência da República pelo PRB com o apoio do MBL.

Há um déficit de interesse público na sucessão


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O processo de formação das alianças eleitorais e das chapas dos candidatos à Presidência da República é uma aula sobre o desrespeito ao eleitor. Hoje, as três principais preocupações do brasileiro são a corrupção, o desemprego e a falência da saúde pública. A ética é assunto proibido na articulação das coligações. Não há um posto de trabalho com carteira assinada em jogo. Nem sinal de preocupação com a qualidade do atendimento nos leitos hospitalares.

Começa em 31 de agosto o horário eleitoral no rádio e na TV. Durante 37 dias, os candidatos se venderão ao eleitor como protótipos do avanço. Farão isso depois de terem negociado a alma com o atraso, em troca de minutos adicionais de propaganda eleitoral. É essa dicotomia entre o novo e o arcaico que eterniza a crise de compostura no Brasil. O eleitor que não enxergar isso se arrisca a fazer papel de bobo.

Há um chocante déficit de interesse pública na cena eleitoral. Nenhuma questão da vida real dos brasileiros está presente nessa briga pelo tempo de propaganda e pelo rateio do poder no próximo governo. Fica-se com a incômoda sensação de que a política perdeu a função. Se for eleito o candidato A, fica tudo igual. Se for eleito B, C ou D, não será muito diferente.

Algum dia, quando alguém pesquisar o que aconteceu neste ano eleitoral de 2018, talvez conclua que a grande novidade do Brasil pós-Lava Jato é a ausência de novidade. Está claro que, na política, é errando que se aprende… a errar.

Por Josias de Souza

terça-feira, 24 de julho de 2018

Médica brasileira é metralhada na Nicarágua por paramilitares a serviço de Ortega



Do ponto de vista moral, o PT tem um cadáver sobre as costas: o da estudante de medicina Raynéia Gabrielle Lima, de 31 anos, uma brasileira que morava em Manágua, capital da Nicarágua. Ela foi assassinada pelos paramilitares brucutus que servem à ditadura de Daniel Ortega, cujo governo já matou quase 400 pessoas em três meses. A ditadura imposta por esse sanguinário, em companhia de sua mulher, Rosario Murillo, vice-presidente do país, em nada fica a dever àquela liderada pela família Somoza e que foi derrubada pela revolução sandinista de que Ortega foi um dos líderes, em 1979 e 1980. Já chego lá.

Raynéia já era residente em medicina. Segundo sua família, que mora em Pernambuco, ela não era militante política, limitando-se a atender a pessoas feridas nos confrontos entre os que lutam contra a ditadura e os militares e paramilitares que atiram para matar. A tortura se tornou uma rotina no país. A médica brasileira voltava para casa quando o seu carro foi metralhado, prática típica das milícias a serviço de Ortega. Os métodos a que ele recorre são os mesmos consagrados por Hugo Chávez e Nicolás Maduro, na Venezuela, mas com uma diferença: Ortega é ainda mais violento e está organizando uma cleptocracia familiar no país, daí que a comparação com a família Somoza seja absolutamente pertinente.

segunda-feira, 23 de julho de 2018

Bolsonaro não sabe o nome do presidente do BC


Ilan Goldfajn, é o nome, Bolsonaro…

Então que se vá ao básico: qual será a política de combate à inflação, quis saber o Globo ao entrevistar Jair Bolsonaro. O homem responde: “É com ele”. O “ele”, no caso, é Paulo Guedes. Outra questão elementar: seria Bolsonaro favorável à autonomia do Banco Central? A resposta evidencia que a política nos está roubando um bom humorista. Disse ele, tentando lembrar o nome do atual presidente do BC:

“O Goldf… Como é o nome dele? (um assessor diz o nome de Ilan Goldfajn.) A ideia do Paulo Guedes é mantê-lo. Outro dia, o Paulo deu uma declaração importante: devemos manter alguns integrantes da equipe econômica atual. Até alertei: ‘Paulo, não fala em manter alguns da equipe, fala o nome dos caras, para não me vincular com o Temer.’ Daqui a pouco, a imprensa vai dizer que apoio o governo Temer."

Para não variar, o Brasil corre o risco de ter mais um boçal como presidente.



Indagaram os entrevistadores de O Globo a Jair Bolsonaro:

“Um garoto não poder ver um beijo gay, mas pode fazer gestos como se estivesse com armas?”

Referiam-se ao fato de, na quinta em Goiânia, o candidato ter ensinado uma garotinha, quase um bebê, a simular com a mão uma pistola. E veio esta pérola como resposta:

“Pelo amor de Deus! Você quer comparar beijo gay com isso? Essa foto foi tirada de maneira totalmente espontânea, o pai autorizou e tudo. Ontem fiz mais uma. Chega de frescura! Quando eu era criança, brincava de arma o tempo todo. Nas favelas, tem gente de fuzil por todo o lado. Um filho vê o pai policial armado todo dia. Não vejo maldade nenhuma nisso. As crianças do Brasil têm que ver as armas como algo ligado à responsabilidade e de proteção à vida.”

Está tudo aí. Entre o beijo gay e a morte, a morte. Se não for por acidente, quem sabe por uma pistola, com as quais as crianças devem ir se acostumando…

Vote em Bolsonaro. Ele não sabe nem o nome do presidente do Banco Central nem o que é dividendo. Também não sabe o que vai fazer com a economia. Tudo isso é com Paulo Guedes. Mas ele já deixou claro o que quer para as nossas crianças.

CPI dos Cartões de Créditos deu em nada



Juros criminosos continuam a ser cobrados no País

Criada sob a justificativa de investigar a cobrança de juros extorsivos pelas operadoras de cartões, que chegaram a quase 500% ao ano, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Cartões de Crédito do Senado acabou em pizza, encerrando os trabalhos pouco antes do recesso parlamentar de julho, com a aprovação do relatório do senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE). O documento traz 19 recomendações inaplicáveis, algumas inócuas, que, para entrarem em vigor, boa parte delas depende de órgãos reguladores do sistema financeiro, especialmente do Banco Central.

O professor de Finanças do Ibmec e diretor da Valorum Consultoria Empresarial, Marcos Sarmento Melo, critica as propostas e destaca que as medidas precisam de projetos de lei ou de regulamentação do BC. “Em geral essas propostas não são aplicáveis imediatamente. São colocadas tentando interferir na natureza própria das operações. Não se consegue com uma canetada mudar, por exemplo, a natureza do cheque especial”, diz.

Cheque especial

No caso do cheque especial, a CPI sugere que a cobrança deixe de ser feita pelo percentual sobre o saldo negativo e passe a ser uma combinação de tarifa fixa – que compense os custos da operação – mais juros menores que as taxas atuais. Ou seja, ao entrar no cheque especial, seria cobrada uma tarifa de entrada, além dos juros. Em maio, os juros do cheque especial chegaram a 311,9% ao ano, bem acima da taxa média de juros para pessoas físicas: 53,8% ao ano. Naquele mês, começou a valer uma nova regra definida pelos bancos para tentar reduzir os juros do cheque especial: os clientes que utilizarem mais de 15% do limite do cheque durante 30 dias consecutivos vão receber a oferta de parcelamento, com taxa de juros menor.

Segundo o relator da CPI, o modelo proposto pelos senadores para o cheque especial é semelhante ao adotado nos Estados Unidos e em alguns países da Europa e beneficiaria os clientes que usam essa linha de crédito por mais tempo. Ainda na defesa da proposta, o senador avalia que são justamente esses clientes que, atualmente, incorrem em maiores gastos com juros e que apresentam maior risco de se endividarem fortemente. “A lógica desta combinação é, além de baixar as taxas do cheque especial, desestimular o uso habitual dele, que deve ser utilizado como recurso emergencial e de forma responsável”, ressalta o senador Bezerra Coelho.

Para Melo, a ideia de criar uma taxa para tentar impedir os clientes de tomarem crédito é equivocada. Na avaliação do professor, é preciso investir em educação financeira para que os consumidores saibam escolher a melhor opção. “Não se pode impedir as pessoas de tomar crédito. Esse não é papel do estado. É preciso educar as pessoas”, enfatiza.

Presidente da consultoria de varejo financeiro Boanerges & Cia, Boanerges Ramos Freire diz que a cobrança de tarifa fixa para o cheque especial inibe o uso do crédito. “É um sinal amarelo ou vermelho. Está entrando numa zona perigosa. Já vou cobrar um valor de ingresso alto para entrar no crédito emergencial. Mas essa é uma prática que nunca foi feita antes no Brasil”, diz.

Ele avalia que os consumidores podem até deixar de usar o cheque especial, mas podem procurar por linhas de crédito ainda mais caras ou entrar na inadimplência. “O Estado pode ajudar na educação do consumidor e fazer o mercado convergir para práticas mais eficientes, com custos mais baixos. Mas tutelar o consumidor é ir na contramão do que faz sentido”, contesta Boanerges.

Rotativo do cartão de crédito

Uma proposta semelhante à do cheque especial foi feita para o rotativo do cartão de crédito. A cobrança pelo uso seria uma combinação de tarifa fixa e juros no crédito rotativo, também nos moldes americanos e europeus. Segundo o relatório da CPI, simulação realizada pelo BC aponta que, para cada aumento de R$ 10 em uma tarifa hipotética aplicada ao rotativo do cartão de crédito, a taxa de juros média cairia 1,62 ponto percentual ao mês.

Essa tarifa é equivalente à metade do valor cobrado nos Estados Unidos, US$ 19 (R$ 69,52 pelo câmbio atual), e reduziria as taxas de juros do rotativo não regular – quando não é pago o valor mínimo exigido da fatura – de 14,1% para 2,9% ao mês. Como no caso do cheque especial a expectativa da CPI é que com a medida, reduza as taxas do crédito rotativo e desestimule o uso habitual dele.

No Relatório de Economia Bancária, divulgado em junho, o BC diz que a comparação internacional entre as taxas de juros do rotativo é dificultada pela restrição regulatória no Brasil à cobrança de tarifa de abertura de crédito rotativo não regular. Segundo a autoridade monetária, a prática é comum nos Estados Unidos, no Reino Unido e em países da União Europeia. Nos Estados Unidos, as tarifas de abertura de crédito rotativo não regular começam em US$ 27 e, caso o usuário entre novamente no rotativo não regular seis meses após a primeira operação, chegam a US$ 38, destaca o relatório.

O BC conclui no documento que as taxas de juros calculadas no cartão de crédito rotativo no Brasil ainda seriam superiores às dos mercados onde as tarifas são aplicadas, como nos Estados Unidos, em decorrência dos demais determinantes do custo do crédito, como tributos e inadimplência.

Máquinas de cartão de débito

A CPI sugeriu alterar a forma de tarifação na função débito, que passaria a ser um valor fixo (único ou por bandas) em vez de ser uma proporção do valor transacionado. Para os parlamentares, ao contrário do que ocorre nas transações na função crédito – onde há risco de inadimplência, o que faz com que o custo decorrente da inadimplência aumente com o valor da venda – nas transações a débito o custo tende a ser fixo.

Boanerges diz que esse é um pedido antigo dos varejistas, mas pode gerar distorções. Ele citou um exemplo: uma compra de valor pequeno, de R$ 10, por exemplo, com uma tarifa hipotética de R$ 1. Neste caso, a tarifa vai representar 10% da compra. Por outro lado, em uma compra de R$ 1 mil, seria uma tarifa muito pequena. “Ao cobrar tarifa fixa, isso pode representar muito de uma transação pequena ou diluir muito se a transação muito alta. Isso pode inibir transações de baixo valor no cartão de débito que deveria substituir dinheiro vivo. Isso pode ter o efeito contrário ao que o Banco Central gostaria. Os varejistas estão pensando em reduzir o custo”, explica.

Pagamentos instantâneos

No relatório, a CPI sugere também o incentivo ao desenvolvimento de pagamentos instantâneos: feitos principalmente por celulares, com disponibilidade imediata dos recursos para o credor da transação, independentemente das instituições nas quais o pagador e o recebedor tenham conta.

Para a CPI, internacionalmente, os pagamentos instantâneos, como o QR Code(código de barras bidimensional) têm sido vistos como a forma de pagamento mais próxima do dinheiro em espécie. Existe uma grande probabilidade de os pagamentos instantâneos contraporem-se, de forma efetiva, ao sistema de cartões de pagamento.

Boanerges lembra que o BC criou um grupo de trabalho para discutir o tema. “Precisa de uma regulamentação adequada. Tem que ser gradual, seguro. O pagamento instantâneo pode revolucionar nossa forma de pagamento e tornar os bancos menos importantes e até desnecessários no futuro”, acredita.

Teto para tarifa de intercâmbio

Outra sugestão da CPI é a imposição de teto para a tarifa de intercâmbio na função crédito. A taxa de intercâmbio é paga pelo credenciador (empresas fornecedoras das maquininhas) do estabelecimento comercial ao emissor do cartão, determinante para o preço cobrado do estabelecimento comercial (taxa de desconto).

A exemplo do praticado em outros países, a CPI acredita que a medida leve a uma redução da tarifa de desconto, reduzindo os custos dos lojistas, que seriam repassados para o preço final das mercadorias. A medida também inspira-se no teto recentemente fixado pelo BC para a tarifa de intercâmbio na função débito.

Para Boanerges, a aplicação de um teto para as tarifas na função crédito é mais complexa. Isso porque há várias modalidades no cartão de crédito, como parcelamento com e sem juros e parcelamento da fatura, com pagamento em 30 dias.

Prazo para lojistas receberem

A CPI propôs que o prazo para pagamento de recebíveis de compras com cartão de crédito a lojistas caia de 30 para 15 dias, e que, em um período de 18 meses, seja estudada a possibilidade para que esse prazo caia para apenas dois dias. Para a CPI, o lojista receberia mais rapidamente, a necessidade de capital de giro seria menor, ele demandaria muito menos financiamento e não pagaria juros nenhum. A expectativa é que a medida aqueça a economia e que o lojista tenha recursos para adquirir produtos e ampliar as atividades.

Boanerges lembra que, para reduzir o prazo de pagamento, as empresas de cartão chegaram a sugerir ao BC o fim do parcelamento “sem juros”. A ideia seria criar um crediário com taxas iguais para todas as lojas. Assim, os lojistas receberiam o dinheiro da venda mais rapidamente. “Não se baixa esse período de pagamento assim porque tem efeitos. Pra fazer isso, tem que cobrar juros desde o início da compra, criar um crediário, e talvez acabar com o parcelado sem juros. Atualmente, mais da metade é no parcelado sem juros que substituiu o cheque pré-datado”, disse, acrescentando que atualmente que os juros já são embutidos no preço do parcelado sem juros.

Por Diário do Poder

domingo, 22 de julho de 2018

Janaina estraga a festa de Bolsonaro. Candidato ouviu o que não queria e continua sem vice.



Não estava no script da convenção do PSL que há pouco, no Rio de Janeiro, lançou o deputado Jair Bolsonaro como candidato a presidente da República. Nem poderia estar naturalmente.

O discurso da advogada Janaina Paschoal, famosa por ter sido uma das subscritoras do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, estragou a festa.

Para desgosto de Bolsonaro e dos seus seguidores, Janaína disse coisas que eles jamais imaginaram ouvir. E para completar, pediu mais tempo para decidir se aceitará ou não ser vice na chapa.

“Não se ganha eleição com pensamento único. Não se governa uma nação com pensamento único”, ensinou a advogada. Que não poderia ter sido mais direta do que foi:

– Os seguidores, muitas vezes, do deputado Jair Bolsonaro têm uma ânsia de ouvir um discurso inteiramente uniformizado. Pessoas só são aceitas quando pensam exatamente as mesmas coisas. Reflitam se não estamos fazendo o PT ao contrário.

Janaína abordou assuntos incômodos para o candidato como drogas e aborto, questões de Direito, segundo ela. E disse ser desnecessário sair por aí “falando para as pessoas acreditarem em Deus”.

Os pastores evangélicos presentes à convenção detestaram. Os que cercam mais de perto Bolsonaro, também. E o candidato, que desejava sair da festa com um vice, foi embora com um problema.


sábado, 21 de julho de 2018

Bolsonaro ensina criança a imitar arma com a mão



Repercutiu muito negativamente nas redes sociais esta imagem. Na quinta-feira, 19, o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) subiu em um carro de som na cidade de Goiânia e foi filmado segurando uma criança no colo. O fanático conduziu a mão da garotinha, posicionou seus dedinhos e a fez imitar o gesto de disparar uma arma. Lamentável.

sexta-feira, 20 de julho de 2018

Como os presidenciáveis pretendem desarmar a bomba fiscal brasileira



O vencedor das eleições deste ano receberá, junto com a faixa presidencial, uma “bomba-relógio” fiscal, cujo processo de desarme não será nada fácil. Diante do tamanho do problema, que exige um ajuste fiscal de assombrosos 300 bilhões de reais, VEJA perguntou aos sete presidenciáveis com melhor colocação nas pesquisas quais são seus planos para resolvê-lo. O assunto, dadas as suas implicações junto à massa do eleitorado, tem sido cuidadosamente evitado por certos candidatos. O deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ), o ex-governador Ciro Gomes (PDT-CE) e o PT, que ainda não definiu seu candidato, negaram-se a dar qualquer declaração para esta reportagem. Confira as propostas de Marina Silva (Rede-­AC), Geraldo Alckmin (PSDB-­SP), Henrique Meirelles (MDB-DF) e Alvaro Dias (Podemos-PR):

1. Como pretende lidar com a questão da Previdência?

Marina Silva (Rede)
Não há como resolver o déficit previdenciário sem mudar a idade mínima. É preciso corrigir distorções e ter regras iguais para todos. Só os mais vulneráveis, como trabalhadores rurais, precisam de condições especiais
Geraldo Alckmin (PSDB)
Faremos um regime geral para os setores público e privado, com idade mínima. Para receber acima do teto do INSS, será preciso contribuir com um fundo complementar. Militares e policiais devem ter critérios diferenciados
Alvaro Dias (Podemos)
A regras previdenciárias devem acompanhar as práticas internacionais, com a definição de idade mínima e convergência entre os regimes público e privado, sem privilégio para nenhuma das partes
Henrique Meirelles (PMDB)
Nos primeiros três meses de governo, quero aprovar o relatório da reforma que já foi enviado ao Congresso. No longo prazo, todos os trabalhadores devem ter o mesmo sistema. Instituiremos idade mínima de aposentadoria




2. Privatizará estatais?

Marina Silva (Rede)
Há estatais que não servem ao interesse público. Por isso temos de privatizá-las. Mas sempre se questionando se elas têm função social ou estratégica que deixará de ser cumprida, como é o caso do Banco do Brasil e da Petrobras
Geraldo Alckmin (PSDB)
A privatização aumenta a competitividade e libera o capital investido em estatais para usos socialmente mais legítimos. Não privatizaremos Banco do Brasil e Petrobras, mas acabaremos com o monopólio da estatal no refino
Alvaro Dias (Podemos)
O processo de privatização de empresas estatais faz parte do arranjo para diminuir o desequilíbrio fiscal. Estamos estudando quais estatais podem ser privatizadas, exceto Petrobras, Eletrobras, Banco do Brasil e Caixa
Henrique Meirelles (PMDB)
Sim. Pretendo acabar o processo de privatização da Eletrobras o mais rapidamente possível, com pulverização do capital da empresa via mercado de capitais




3. Qual tipo de mudança fará na frente tributária?

Marina Silva (Rede)
Tributar dividendos, reduzir o IR sobre o lucro de empresas e criar novas faixas de alíquota de IR para quem tem renda muito alta. Ganhos de arrecadação poderão ser usados para reduzir o imposto indireto, que afeta mais a população carente
Geraldo Alckmin (PSDB)
Criar um Imposto sobre valor agregado com alíquota única para substituir ICMS, ISS, PIS, Cofins e IPI. Reduzir a alíquota máxima de imposto de renda de empresas para 25%, compensando a redução com um imposto sobre dividendos
Alvaro Dias (Podemos)
Caminhar para um imposto sobre valor adicionado (IVA), acabando com a guerra fiscal, simplificando o sistema tributário e melhorando o ambiente de negócios. Aperfeiçoar a tributação a pessoas físicas e jurídicas
Henrique Meirelles (PMDB)
Substituir ICMS, IPI, PIS, Cofins e ISS por um imposto de valor adicionado (IVA). Manter a cobrança de imposto de renda sobre pessoa física e substituir o imposto sobre o lucro das empresas por um imposto sobre dividendos



4. Pretende criar impostos temporários ou aumentar algum já existente?

Marina Silva (Rede)
Somos contra tributos temporários. O problema fiscal deve ser resolvido com um olhar para um horizonte de longo prazo. Ajustes fiscais devem ter em conta a qualidade dos impostos e dos gastos
Geraldo Alckmin (PSDB)
O imposto sobre dividendos, já citado, terá o objetivo de compensar a perda de arrecadação decorrente da redução do imposto de renda das pessoas jurídicas. Mas esse movimento não é temporário, mas permanente
Alvaro Dias (Podemos)
A elevação ativa de carga tributária total não faz parte do arranjo macrofiscal do meu programa de governo. É preciso tornar o Estado mais enxuto e eficiente, sem elevar o peso fiscal
Henrique Meirelles (PMDB)
Não. Não pretendo aumentar a carga tributária. Por isso, será fundamental aprovar o mais rápido possível a reforma da Previdência





5. Cortará despesas no Legislativo?

Marina Silva (Rede)
O problema tem de ser atacado com uma reforma mais ampla do Estado, que abranja os Três Poderes e retire as brechas da lei que permitem salários superiores ao teto do funcionalismo, como o auxílio-moradia
Geraldo Alckmin (PSDB)
O PSDB tem duas propostas: a primeira é reduzir de 3 para 2 o total de senadores por Estado, e as cadeiras na Câmara de 513 para 395; e a outra tem por objetivo cortar as verbas destinadas a deputados
Alvaro Dias (Podemos)
Reduzir o número de parlamentares, o que deve melhorar a qualidade da Câmara e do Senado; além de cortar gastos de gabinete, viagens e hospedagem. É preciso “cortar na carne” e dar o exemplo para a sociedade
Henrique Meirelles (PMDB)
O Legislativo é um poder independente. Os gastos de todos os poderes estão no orçamento e têm de ser respeitados. Mas, dada a crise fiscal, é importante que o Legislativo se una aos outros poderes para resolvê-la




6. Cortará despesas no Executivo?

Marina Silva (Rede)
O número de funcionários públicos no Brasil não é grande para padrões internacionais, e o salário dos servidores federais é, em média, 67% superior ao do setor privado. Há que estudar em detalhe para identificar distorções e reduzi-las gradualmente.
Geraldo Alckmin (PSDB)
O ajuste fiscal tem que ocorrer mantendo o teto de gastos, reduzindo benesses fiscais e cortando gastos correntes.
Alvaro Dias (Podemos)
Os números não deixam nenhuma dúvida da necessidade de reduzir o gasto e ineficiência em toda a máquina pública, inclusive no Executivo federal.
Henrique Meirelles (PMDB)
Os custos com a folha salarial são elevados e, provavelmente, há espaço para cortes. A redução será feita via privatização e terceirização de atividades não essenciais e não de Estado.




7.Pretende manter a lei de teto dos gastos?

Marina Silva (Rede)
Congelar o orçamento por 20 anos (como prevê a lei) é inviável, mas controlar o gasto público é inevitável. Em 2010, propus que a despesa aumentasse a metade do crescimento do PIB
Geraldo Alckmin (PSDB)
O teto de gastos será mantido, sem alterações. Nossa meta é zerar o déficit em dois anos e gerar um superávit, ao final do quarto ano, entre 2% e 2,5% do PIB
Alvaro Dias (Podemos)
A Constituição e as leis devem ser naturalmente cumpridas. A prioridade não é rediscutir o teto de gastos, mas, sim, criar as condições para a recuperação da solvência do setor público no país
Henrique Meirelles (PMDB)
Sim. Pretendo manter a lei. Com ela, todo aumento de despesa terá de ser compensado pela redução de outro gasto, o que exigirá que os políticos explicitem suas prioridades na discussão do orçamento




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