segunda-feira, 5 de setembro de 2022

'Risco de arruaça encarece o Sete de Setembro', reclama ministro do Supremo



Sequestrado politicamente por Bolsonaro, o 7 de Setembro tornou-se um feriado custoso. Cobra do país o preço da intranquilidade política. Impõe também o custo das medidas de segurança adotadas para proteger prédios e autoridades. Numa troca de mensagens com a coluna, um dos ministros do Supremo Tribunal Federal reclamou: "Não se sabe qual será o tamanho da confusão. Mas o risco de arruaça encarece o 7 de Setembro. Somos obrigados a adotar medidas de segurança que, noutros tempos, seriam inimagináveis."

Abstendo-se de fornecer detalhes sobre o plano de segurança da Suprema Corte, o magistrado declarou que "o dispêndio deste ano de 2022 será muito maior do que o do ano passado." Perguntou-se ao ministro qual seria o total dos gastos. E ele: "Não chamaria essa despesa de gasto. O nome correto é desperdício. Não fosse a tentativa de fabricar uma crise, a verba seria economizada."

Quanto à soma do "desperdício", o ministro fez mistério. "Não é um cálculo simples. Não estamos falando apenas do orçamento do Supremo. Outros tribunais foram acionados para ajudar. As forças de segurança do governo do Distrito Federal tiveram que reforçar a proteção na região da Esplanada dos Ministérios, limitando o acesso à Praça dos três Poderes. Mobilizou-se um aparato compatível com o risco."

O ministro do Supremo não mencionou, mas o "desperdício" do Bicentenário da Independência inclui o traslado do coração de dom Pedro I de Portugal para o Brasil. Entram na conta ainda o deslocamento de homens e equipamentos das Forças Armadas para ornamentar os comícios de Bolsonaro na Esplanada e, sobretudo, na orla de Copacabana.

Se o Brasil ainda fosse um país lógico, o 7 de Setembro de Bolsonaro terminaria num processo judicial com pedido de ressarcimento das verbas desperdiçadas

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