sábado, 17 de setembro de 2022

Há evangélicos que respeitam muito Deus para enxergá-lo como cabo eleitoral


O presidente da República, Jair Bolsonaro, recebe oração de joelhos dobrados ao lado da mulher, Michelle Bolsonaro, e do pastor Josué Valandro Jr. na Igreja Batista Atitude, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio Imagem: WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO

Quando converte templo religioso em palanque, Bolsonaro não pede que seja feita a vontade de Deus. Ele diz amém à pregação de pastores que sustentam que Deus deseja que seja feita a vontade de um presidente precário de permanecer no poder por mais quatro anos. O Datafolha recolheu em sua nova pesquisa indícios de uma intervenção divina.

Bolsonaro continua sendo o preferido do eleitorado evangélico. Prevalece sobre Lula nesse nicho de 49% por 32%. Mas há uma semana esse placar era de 51% a 28%. A liderança do capitão despencou de 23 para 17 pontos percentuais. A taxa de rejeição a Lula entre os evangélicos se manteve estável. O índice de ojeriza a Bolsonaro cresceu cinco pontos.

Os dados indicam que uma parte do público evangélico começa a notar que tem muito respeito por Deus para enxergá-lo como cabo eleitoral de um presidente em apuros. Ao contrário da "ajudadora" Michelle Bolsonaro, nem todos os evangélicos parecem dispostos a permitir que sua fé seja manipulada politicamente.

Bolsonaro está preso por grilhões de barbante ao versículo multiuso que extraiu do Evangelho de João —"Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará". Alguns fieis percebem que o exagero da devoção de Bolsonaro é uma verdade que entrou em desespero.

Nenhum comentário: