sábado, 31 de outubro de 2015

Fatiamento da Lava Jato não precisa necessariamente acabar em desastre


Zavascki é o relator da Operação Lava-Jato no STF (Foto: André Coelho / Agência O Globo)

Ao retirar o processo sobre a corrupção na Eletronuclear das mãos do juiz Sérgio Moro, o ministro Teori Zavascki, do STF, deixou claro que a Lava Jato será mesmo fatiada. A dispersão de uma operação bem-sucedida tem cara de desastre, tem chifres de desastre, tem rabo de desastre. Mas pode ser apenas uma oportunidade.

A transferência dos processos para longe de Curitiba tornou-se uma espécie de sonho dos suspeitos de corrupção. Isso ocorre porque a força-tarefa da Lava Jato e o juiz Moro converteram suas vidas num pesadelo. Os encrencados têm a esperança de encontrar vida fácil longe da máquina de moer instalada na capital do Paraná.

Vai prevalecendo a tese segundo a qual só deve permanecer sob os rigores do doutor Moro o pedaço da pilhagem diretamente relacionado à Petrobras. Já havia sido remetido para São Paulo um processo que envolve a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e o ex-ministro Paulo Bernardo. Agora, seguirão para o Rio os autos da Eletronuclerar, que mencionam o senador e ex-ministro Edison Lobão (PMDB-MA).

Os magistrados escalados para digerir fatias da Lava Jato não receberão apenas mais um processo. Caiu-lhes sobre o colo uma oportunidade para demonstrar que há juízes também fora 3ª Vara Federal de Curitiba. O fatiamento da Lava Jato só será um desastre se, em vez de aproveitar a oportunidade, os novos juízes se tornarem oportunidades que os corruptos aproveitam.

Contas de Lula e 3 ex-ministros têm movimentação milionária: R$ 297 mi



Responsável por detectar operações financeiras suspeitas, o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), órgão do Ministério da Fazenda, concluiu no último dia 23 de outubro um documento explosivo. Chama-se ‘Relatório de Inteligência Financeira 18.340.’ Tem 32 páginas. O conteúdo foi exposto pelo repórter Thiago Bronzatto em notícia veiculada na mais recente edição de Época.

O relatório do Coaf revela transações com indícios de irregularidades de pessoas e empresas que se encontram sob investigação nas operações policiais que eletrificam a República: Lava Jato, Zelotes e Acrônimo. Entre elas Lula e três ex-ministros petistas: Antonio Palocci (Fazenda e Casa Civil), Fernando Pimentel (Desenvolvimento) e Erenice Guerra (Casa Civil). Juntas essas pessoas e suas logomarcas registraram movimentação de notáveis R$ 297,7 milhões.

Lula, Palocci, Pimentel e Erenice integram uma lista de 103 pessoas e 188 empresas varejadas pelo Coaf. Juntas, movimentaram quase meio bilhão de reais em operações que, por atípicas, foram informadas pelo Coaf ao Ministério Público Federal, à Polícia Federal e à Receita Federal. Enviou-se uma cópia do levantamento também para a CPI do BNDES.

As informações colecionadas pelo Coaf foram repassadas pelos bancos e corretoras. Essas instituições são obrigadas a informar ao órgão da Fazenda sobre transações que, por fugirem dos padrões, podem ocultar crimes como pagamento de propinas e lavagem de dinheiro.

Em relação a Lula, o Coaf farejou uma movimentação de R$ 52,3 milhões nos últimos quatro anos. A empresa de palestras do ex-presidente petista recebeu R$ 27 milhões e transferiu R$ 25,3 milhões. Para o Coaf, trata-se de “movimentação de recursos incompatível com o patrimônio, a atividade econômica ou ocupação profissional e a capacidade financeira do cliente.” Procurada, a assessoria de Lula preferiu não se manifestar objetivamente sobre o relatório.

No seu item de número 8, o documento do Coaf anotou que “Luiz Inácio Lula da Silva foi objeto de três comunicações de operações suspeitas efetuadas por empresas atuantes no mercado segurador”. Essas comunicações ocorreram porque Lula adquiriu planos de previdência privada ou título de capitalização com valores superiores a R$ 1 milhão.

Em transação efetivada no dia 29 de maio de 2014, Lula pagou R$ 1,2 milhão à Brasilprev Seguros e Previdência S.A.. Em 6 de junho de 2014, a empresa que leva as iniciais de Lula em sua logomarca —LILS Palestras, Eventos e Publicações Ltda.— contratou por R$ 5 milhões um plano de previdência na BB Corretora de Seguros e Administradora de Bens S.A.. No mesmo dia 6 de junho de 2014, repassaram-se mais R$ 5 milhões à Brasilprev.

Sobre Antonio Palocci, ex-ministro da Fazenda de Lula e ex-chefe da Casa Civil de Dilma Rousseff, o relatório do Coaf menciona a movimentação nas contas da empresa dele, a consultoria Projeto. Coisa de R$ 216 milhões entre entradas e saídas, desde junho de 2011.

Eis o que anotou o Coaf sobre Palocci: “Contas que não demonstram ser resultado de atividade ou negócios normais, visto que utilizadas para recebimento ou pagamento de quantias significativas sem indicação clara de finalidade ou relação com o titular da conta ou seu negócio.”

A certa altura, o Coaf resume os informes que recebeu da rede bancária: “A empresa Projeto, Consultoria Empresarial e Financeira Ltda, com sede fiscal na cidade de São Paulo, composta societariamente por Antonio Palocci Filho (98%), André da Silva Palocci (1%) e James Adrian Ortega (1%), foi objeto de comunicações de operações financeiras […] com valor associado de R$ 216.245.708,00, reportados no período de 2008 a 2015, dos quais R$ 185.234.908,00 foram registrados em suas contas correntes e o restante em contas de terceiros…”

Numa das transações, a empresa de Palocci recebeu R$ 5.396.375 da montadora de automóveis Caoa, investigada sob a suspeita de ter comprado uma medida provisória. O advogado de Palocci, José Roberto Batochio, declarou que “não há relação alguma entre o serviço prestado pela Projeto para a Caoa e a aprovação de medidas provisórias.”

Quanto ao ex-ministro Fernando Pimentel, hoje governador de Minas Gerais, a movimentação financeira registrada no relatório do Coaf atingiu o montante de R$ 3,1 milhões. O órgão recebeu três informes do sistema bancário sobre Pimentel. Um cita saque em dinheiro vivo feito pelo agora governador dois meses após a eleição de 2014. Outros dois tratam de operações com empresas das quais Pimentel foi sócio. “As comunicações, além de envolverem saques em espécie de alto valor, foram registradas porque Pimentel apresentou resistência na apresentação de informações”, escreveu o Coaf em seu documento.

Diz o Coaf sobre o governador petista de Minas: “Fernando Damata Pimentel, com domicílio fiscal em Belo Horizonte, foi objeto de comunicações efetuadas por empresas atuantes no mercado segurador com valor associado total de R$ 676.588,00 e recebidas no período de 2009 a 2014.”

“Parte dessas comunicações foi reportada porque o titular apresentou resistência na apresentação de informações, ou fornecimento de informações incorretas relativas à identificação ou à operação”, acrescentou o Coaf.

Ainda de acordo com o Coaf, Pimentel “foi objeto de comunicações automáticas por ter efetuado duas operações de movimentação em espécie no montante de R$ 300 mil, sendo uma de provisionamento para saque, em 18/12/2014, no valor de R$ 150 mil, e outra de saque do mesmo valor em 19/12/2014. Tais operações foram registradas na conta corrente número 4075218, da agencia/CNPJ número 5645, do Banco do Brasil, na cidade de Belo Horizonte.”

O Coaf acrescentou: “A primeira comunicação [sobre Pimentel] reportou movimentação financeira da empresa Belorizonte Couros Ltda. No montante de R$ 2.262.064, no período de 01/12/2009 a 31/05/2010, sendo R$ 979.020,00 a crédito e R$ 1.283.044,00 a débito, registrado na conta corrente número 094368, da agência/CNPJ número 0557, do Banco Itaú SA, na cidade de Regente Feijó/SP.”

Ouvidos, os advogados de Pimentel afirmaram que o “governador apresentará todos os esclarecimentos assim que as informações mencionadas forem disponibilizadas nos autos do inquérito e que a defesa desconhece a origem e o conteúdo dos documentos.”

No trecho dedicado a Erenice Guerra, ex-braço direito de Dilma, o Coaf informa que ela movimentou a impressionante cifra de R$ 26,3 milhões entre 2006 e 2015. Parte dessa movimentação fluiu por meio de contas de terceiros.

O Coaf escreveu: “Movimentação de recursos de alto valor, de forma contumaz, em benefício de terceiro e também incompatível com a capacidade financeira da cliente”.

“Erenice Alves Guerra, com domicílio fiscal em Brasília, foi objeto de comunicações de operações financeiras […] com valor associado de R$ 26.308.821, no período de 2008 a 2015, dos quais R$ 2.822.486,00 foi registrado em suas contas correntes e o restante em contas de terceiros.”

O relatório prossegue: “A empresa Guerra Advogados Associados, com sede em Brasília, composta societariamente por Erenice Alves Guerra (98%) e Antonio Eudacy Alves Carvalho (2%), foi objeto de comunicação de operações financeiras […] por ter movimentado o montante de R$ 23.323.398,00 no período de 08/08/2011 a 10/04/2015, sendo R$ 12.056.507,00 a crédito e R$ 11.266.891,00 a débito, registrado na conta corrente número 104000, da agência/CNPJ número 5746 – Península Sul, Brasília, do Banco Bradesco SA, na cidade de Brasília.”

O coaf acrescentou: “A empresa Capital Assessoria e Consultoria Empresarial Ltda., com sede no Condomínio RK, em Sobradinho/DF, com status de ‘cancelada’ na Receita Federal, composta societariamente por Saulo Dourado Guerra (60% – filho de Erenice Alves Guerra) e Sônia Elizabeth de Oliveria Castro (40%), foi objeto de comunicação de operações financeiras […] por ter movimentado a crédito o montante de R$ 209.649,83, no período de dezembro de 2009 a setembro de 2010, regitrado na conta corrente número 225.800-5, da agencia/CNPJ número 3147 – Asa Sul, do Banco do Brasil SA, na cidade de Brasília.” Procurada, Erenice não quis se pronunciar.

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Caminhos inexplorados



É muito comum a tendência de só trilharmos por caminhos conhecidos, já experimentados por outras pessoas, pois assim deixamos de cair onde outros já caíram ou sofrer o que já foi sofrido por alguém.

Esse é o caminho mais fácil a ser seguido para aqueles que não querem correr riscos, principalmente financeiros. Raros são os que se arriscam a investir seu patrimônio – ou mesmo parte dele – em algo ainda não experimentado por outros.

Entretanto, isso nos torna mais um na multidão, sem perspectivas de conhecer ou criar algo novo, realmente diferente. Só os que saíram das trilhas comuns foram capazes de repensar, viver, provar e criar coisas totalmente desconhecidas.

Provavelmente todos já sonharam em ter uma ideia revolucionária, que mudasse algo e ainda rendesse muito dinheiro, mas aqueles que realmente podem ser chamados de inventores estão sempre pensando além do seu tempo, procurando maneiras de tornar atividades corriqueiras mais práticas e muitas vezes essa busca é tão intensa que alguns nem se preocupam ou não conseguem se beneficiar financeiramente de seu invento.

Em 1947, depois d
e ser ferido durante a segunda guerra mundial e ter de ficar um tempo no hospital, o soldado Mikhail Kalashnikov, da então União Soviética, aproveitou seu tempo para projetar uma das melhores armas de combate já criadas, a AK-47. Com mais de 100 milhões de rifles circulando por aí, Kalashnikov deveria estar na lista dos homens mais ricos do mundo.

Tudo o que o soldado recebeu foi um bônus de agradecimento pelos serviços prestados, pois o governo comunista não pagava os “inventores” na época em que a arma foi criada. Cinquenta e dois anos depois, em 1999, a Izhevsk Machine Shop conseguiu patentear a arma e Mikhail deixou de ganhar centenas de bilhões com o seu projeto.

Todos os homens que deixaram marcas na história da humanidade, promovendo profundas alterações no comportamento de todos os que os sucederam – como Alberto Santos Dumont com seu Hangar com portas de correr, o avião e o ultraleve; Alexander Graham Bell com seu telefone e o alto falante; Alfred Nobel com sua dinamite; Denis Papin e sua panela de pressão; Ferdinand Carré e o refrigerador; Henry Ford com a linha de produção em série; Thomas Edison com a lâmpada elétrica, o fonógrafo e a iluminação elétrica e, atualmente, Ivan Getting com seu fantástico GPS e Bill Gates e Steve Jobs com seus sistemas operacionais -, foram pessoas que repensaram, inventaram, e, com isso, transformaram o modo de vida de bilhões de pessoas.

Como dizia Malcolm Muggeridge, “Não se esqueça de que apenas os peixes mortos nadam a favor da corrente”.

Um caminho sem curvas, desvios ou obstáculos, sempre será o mais seguro e confortável, mas certamente não levará a um lugar que proporcionará novas descobertas. Os caminhos já traçados, só nos levam a lugares onde outros já estiveram.

Em todas as áreas, sejam elas políticas, econômicas ou sociais, para que algo seja mudado é necessário que ele seja repensado, questionado, até que surjam ideias que possibilitem sua alteração ou uma nova criação, um novo modelo.

Só correndo riscos e enfrentando caminhos ainda inexplorados, podemos mudar nosso destino e criar algo desconhecido, realmente novo.

Sibá Machado: o deputado que adora ser notícia


O deputado federal Sibá Machado, do PT do Acre
MIDIÁTICO – O deputado Sibá: 97 000 reais para 'divulgar seu mandato' para o Brasil
Veja.com

Nos últimos anos, ora como senador sem voto, ora como líder da bancada de deputados do Partido dos Trabalhadores, o acriano Sibá Machado notabilizou-se pelas patacoadas que nunca teve vergonha de dizer no Congresso Nacional. Às vezes, as bobagens ditas por Sibá ficam apenas no mundo das chacotas, como o alerta de que a agência americana CIA estava por trás dos protestos contra a presidente Dilma Rousseff. Às vezes, seu descontrole ultrapassa limites, como a convocação de militantes para "ir para o pau" e "botar para correr" o grupo de jovens que acampavam em Brasília pedindo o impeachment. Nos dois casos, Sibá foi criticado, seja pela tolice ou pela imprudência, nos meios de comunicação. Porém, em alguns veículos do seu Estado, Sibá é rotineiramente elogiado pela boa atuação parlamentar. Uma das respostas pode estar nas notas fiscais apresentadas pelo petista para justificar os gastos do seu mandato.

Desde janeiro, Sibá Machado desembolsou 97.092 reais em recursos da Câmara dos Deputados para "divulgação do mandato". Trata-se de uma rubrica destinada a custear boletins, jornais e outros informes sobre a atuação dos 513 deputados em suas bases eleitorais. No caso de Sibá, alguns recibos deixam clara a finalidade: comprar reportagens, como registrou de próprio punho o dono do blogSentinela da Fronteira na nota fiscal de 2.800 reais abaixo, "referentes a oito matérias em junho". No mês de junho, uma das principais reportagens do blog trazia um pronunciamento exclusivo do petista, em vídeo, intitulado "Oposição quer entregar riqueza do pré-sal, garante Sibá". E o blog não é o único. ARádio Ecoacre também "divulgou o mandato" do petista no programa "Jornal Diário de Notícias", por 1.500 reais, em abril.

Os 97.000 reais desembolsados por Sibá - ou melhor, pelo contribuinte, já que a verba é pública - são mais do que o dobro do que gastaram juntos, com a mesma rubrica, os colegas de bancada do seu estado, os petistas Angelim (18.600 reais) e Leo Rocha (23.000).

O valor destinado aos gastos com o mandato varia de acordo com o Estado do deputado: desde que as passagens aéreas foram incluídas na cota parlamentar, em 2009, quanto mais longe de Brasília, maior o reembolso. No caso Acre, são ressarcidos 44.260 reais mensais, num total de 531.127 reais por ano. Em 2015, Sibá gastou 380.943 reais, incluindo 71.820 reais para alugar carros e 23.800 com o fretamento de jatinhos.

Recibo
Recibo emitido pelo proprietário do blog 'Sentinela da Fronteira':
 pagamento por oito reportagens favoráveis a Sibá Machado

Recibo
Recibo emitido pelo dono da 'Rádio Ecoacre':
1 500 reais para o programa Jornal Diário de Notícias

FAMÍLIA LULA PREFERE VIVER EM IMÓVEIS DE ‘AMIGOS’



Enrolada em acusações de corrupção, a família Lula da Silva mantém um suspeito hábito de morar em imóveis que não lhe pertencem, ao menos oficialmente. Assim como Lula nos tempos de sindicalistas vivia em uma casa supostamente de propriedade do compadre e advogado Roberto Teixeira, seu filho Luiz Cláudio da Silva há três anos reside em imóvel de uma empresa controlada pelo mesmo Teixeira. E Fabio Luiz, o “Lulinha”, escolheu viver em apartamento pago por um amigo.

Lulinha optou por um apartamento na exclusiva região dos Jardins, em São Paulo, pago pelo amigo empresário Jonas Leite Suassuna Filho.

Em 2010, o apartamento onde Lulinha morava, nos Jardins, tinha aluguel mensal fixado em R$ 12 mil mensais. 

Lulinha foi para outro apartamento do mesmo Jonas, em Moema, cujos vizinhos pagam ao menos R$ 40 mil entre aluguel, condomínio e IPTU.

Quando Lula foi eleito em 2002, consta que Lulinha ganhava R$ 1.300 em um zoológico. Em 2010, já era sócio de ao menos seis empresas.

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Vídeo: Sem-teto agridem grupos pró-impeachment

Deputado do DEM flagrou sem-teto furando as costas de um manifestante pró-impeachment; agressão ocorre após petista convocar militantes para a briga

Integrantes do MTST entram em confronto com manifestantes pró impeachment no gramado em frente ao Congresso Nacional em Brasília (DF) - 28/10/2015

Um grupo de integrantes do MTST (movimento dos sem-teto) atendeu nesta quarta-feira ao chamado do líder do PT na Câmara, Sibá Machado (AC), para atacar - inclusive, fisicamente - os jovens acampados em frente ao Congresso Nacional para protestar pela abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Nesta terça, Sibá conclamou grupos aliados do PT a "botar para correr" os manifestantes pró-impeachment. "Eu vou juntar gente e vou botar vocês para correr daqui da frente do Congresso. Bando de vagabundos, vocês são vagabundos. Vamos para o pau com vocês agora", disse, aos berros, da tribuna da Casa, após se irritar com uma faixa do Movimento Brasil Livre.

Quando soube do tumulto causado pelos sem-teto, o deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA) foi até o local e flagrou uma mulher furando as costas de um jovem do MBL.

"Fui ao acampamento e presenciei (veja o vídeo abaixo) as cenas de intimidação e até agressão por parte de militantes do MTST contra os manifestantes pró-impeachment", escreveu Aleluia. "Estou agora encaminhando ofícios aos presidentes de Câmara e Senado para que acionem as duas polícias legislativas. É dever do Congresso manter a integridade física de todos."



Observem aí uma tiazinha que faz cara de sonsa. Ela estava com um instrumento pontiagudo na mão ferindo os manifestantes do Brasil Livre. Foi identificada pela Polícia Legislativa como servidora e militante do PSOL — o principal esbirro com o qual PT conta hoje em dia. Renan Santos, como se vê, foi ferido nas costas, embora protegido por uma camisa e uma camiseta.

Senado contraria PT e aprova projeto que cria o crime de terrorismo


Plenário do Senado Federal durante sessão deliberativa ordinária - 28/10/2015

Em sessão tumultuada, o Senado aprovou na noite desta quarta-feira o texto principal do projeto de lei que tipifica o crime de terrorismo, ainda sem punição específica no país. A ausência de uma legislação sobre o tema, além de colocar em xeque a segurança do Brasil em eventos como as Olimpíadas do Rio em 2016, deixa o país sob o risco de sofrer sanções internacionais, como o rebaixamento das agências de avaliação de risco.

O texto relatado pelo senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), aprovado por 34 votos a 18, define o terrorismo como "atentar contra pessoa, mediante violência ou grave ameaça, motivado por extremismo político, intolerância religiosa ou preconceito racial, étnico, de gênero ou xenófobo, com objetivo de provocar pânico generalizado". A pena prevista é de 16 a 24 anos de reclusão. Se o ato resultar em morte, a punição vai de 24 a 30 anos.

Entre as práticas que podem ser equiparadas a atos terroristas estão causar explosão e incêndios em prédios ou locais com aglomeração de pessoas e destruir ou danificar hospitais, escolas, estádios ou instituições onde funcionem serviços públicos essenciais. Para parlamentares petistas, essa previsão poderia criminalizar a atuação de movimentos sociais, uma das principais bases eleitorais do partido. O texto aprovado na Câmara fazia ressalvas às manifestações populares, mas esse trecho foi retirado no Senado.

Ainda assim, a orientação do Palácio do Planalto, a pedido do ministro Joaquim Levy (Fazenda), era de aprovação urgente. A pressa se deve à ameaça de sanções internacionais. O PT, no entanto, contrariou os apelos do governo e de Levy e se posicionou contra a matéria.

Durante a votação, o líder do governo, senador Delcídio Amaral (PT-MS), afirmou que assumiu um compromisso pela aprovação e pediu o aval dos demais senadores petistas. Mas não foi atendido e a bancada do PT orientou o voto contrário ao texto. "No momento em que a oposição tenta ajudar o governo a aprovar uma matéria que é uma exigência internacional e pode levar nosso país a sofrer penalidades, vem o PT e encaminha contra. É difícil entender o grau de confusão que eles se encontram", afirmou o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB).

Sem uma legislação nacional sobre terrorismo, o país segue na mira do Grupo de Ação Financeira contra a Lavagem de Dinheiro e o Financiamento do Terrorismo (Gafi), que já ameaçou incluir o Brasil em sua "lista suja" de não cooperantes. Atrasar a matéria deixaria o Brasil mais suscetível a rebaixamentos pelas agências internacionais de avaliação de risco.

O projeto aprovado pelo Senado nesta quarta foi concluído pela Câmara dos Deputados em agosto deste ano, mas sofreu alterações dos senadores, o que faz a proposta retornar à análise dos deputados antes de seguir para sanção presidencial.

Fechando o cerco sobre a morte de Celso Daniel


morte-celso-danielVolta à tona o assassinato de Celso Daniel com a divulgação do contrato de mútuo (um empréstimo de coisas consumíveis, como dinheiro) entre Marcos Valério com Ronan Maria Pinto e a empresa Remar. O documento foi apreendido pela Polícia Federal em março do ano passado – quando foi deflagrada a Operação Lava Jato – no escritório da contadora do doleiro Alberto Youssef, Meire Pozza.

Estava guardado a sete chaves, pois é a ligação da possível chantagem de Ronan contra Lula, Dirceu e Gilberto Carvalho sobre a morte de Celso Daniel à suspeitas de corrupção na cidade que teriam motivado a morte do prefeito petista em 2002, como afirmado por Valério na sua tentativa de delação ao final do mensalão.

A matéria está no blog do Fausto Macedo, no Estadão.

As imagens abaixo são do depoimento de Alberto Youssef e parte do contrato de Mútuo.

TERMO-25-YOUSSEF-SOBRE-CASO-CELSO-DANIEL

CONTATO-2S-E-RONAN

PT decide tocar trombone sob telhado de vidro



Josias de Souza

O PT divulga nesta quinta-feira um documento eleitoral. É a primeira peça pública do planejamento da legenda para as eleições municipais de 2016. Nela, o partido encara a realidade como uma espécie de conto do vigário em que caiu. No seu enredo particular, o PT é sempre vítima de alguém —da mídia monopolizada de direita, da oposição golpista, de delegados e procuradores mal-intencionados… O PT não enxerga a vilões no espelho.

A impostura é evidente. Um partido que, em meio ao maior escândalo do planeta, depois de 13 anos saqueando o Estado junto com os esquemas que o acompanharam ao poder, consegue fazer pose de vítima é uma organização 100% feita de cinismo. Aposta na fantasia como uma opção preferível ao caos —ou ao Michel Temer, que a cúpula do PT acha que é a mesma coisa.

O documento do PT informará que uma das prioridades da legenda é defender o mandato de Dilma. Para evitar Temer, o petismo finge que não vê a conversão de Eduardo Cunha em herói da resistência. Antes, o governo convivia com Cunha por obrigação prototolar. Hoje ministros petistas correm atrás do Cunha, cortejam o Cunha, confiam a viabilidade do governo às conveniências do Cunha.

Outra prioridade eleitoral do PT é fazer a defesa do legado de Lula. Um legado de dois gumes: o pedaço representado pelos boas estatísticas sociais e econômicas foi aniquilado no primeiro mandato de Dilma. E a parte da herança referente aos escândalos escorregou suavemente para dentro do governo Dilma. Mas o PT, mesmo com João Vaccari Neto e José Dirceu atrás das grades, não admite ser chamado de ladrão por outros ladrões. Quem haverá de discutir com especialistas?

Nas palavras do presidente do PT, Rui Falcão, a legenda iniciará uma articulação política para “ter melhor diálogo com a sociedade e colaborar para que o governo retome o rumo do crescimento do país.” Quem ouve o companheiro Falcão fica tentado a acreditar que o país pode melhorar, deve melhorar, tem que melhorar. Mas qualquer um desanima ao lembrar que o governo convive com a perspectiva de fechar 2015 com um rombo de R$ 100 bilhões nas suas contas.

Na prática, o PT absolve-se dos erros do governo Lula, idealizando-o. E enxerga o governo Dilma como um pesadelo do qual o partido precisa acordar. Na falta de melhor estratégia, a legenda promove um barulho intenso e perturbador. O PT toca trombone sob o seu telhado de vidro.

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Grupo pró-impeachment se algema na Câmara



Oito integrantes de grupos pró-impeachment algemaram-se em torno de uma pilastra no Salão Verde da Câmara, perto da entrada do plenário. O grupo representa a autodenominada Aliança Nacional dos Movimentos Democráticos, que reúne 42 movimentos que pregam a interrupção do mandato de Dilma Rousseff. Os manifestantes dizem que só deixarão o local depois que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, acatar o pedido de abertura de processo contra Dilma. Considerando-se a ausência de pressa de Cunha, é improvável que a promessa seja mantida.

Promotor venezuelano diz que Maduro ordenou prisão de líder opositor


O presidente venezuelano Nicolás Maduro gesticula em frente ao Palácio de Miraflores, em Caracas
O presidente venezuelano Nicolás Maduro gesticula em
 frente ao Palácio de Miraflores, em Caracas
Veja.com

O promotor que denunciou que o líder opositor venezuelano Leopoldo López foi condenado com provas falsas afirmou nesta quarta-feira que a ordem para o julgamento foi dada pelo presidente Nicolás Maduro, para afastá-lo do "jogo político". Em uma entrevista ao canal CNN em Miami, para onde viajou na semana passada alegando pressões do governo e de seus superiores, Franklin Nieves citou uma conversa com López na qual expressou que sua condenação estava "escrita" porque Maduro e o número dois do chavismo, Diosdado Cabello, temem sua liderança.

"Eles são os que manejam tudo. Quem orientou a ata policial de apreensão de Leopoldo López foi o próprio Diosdado Cabello, que dá as instruções no gabinete de coordenação dos promotores", disse. Nieves, um dos promotores do caso, disse que um comandante militar, que identificou-se como o general de brigada Manuel Bernal, solicitou que ele tramitasse a ordem de captura contra López em fevereiro de 2014. "Ele me disse que as instruções vinham do presidente Nicolás Maduro, para solicitar quatro ordens de apreensão. E me mostrou um pequeno papel em que aparecia o cidadão Leopoldo López em primeiro lugar", declarou o promotor.

O governo venezuelano não reagiu até o momento às denúncias que Nieves está fazendo desde a semana passada. Líder da ala mais exaltada da oposição venezuelana, López foi condenado por incitação à violência durante os protestos para exigir a renúncia de Maduro, entre fevereiro e maio de 2014, que deixaram 43 mortos. Nieves, destituído após sua primeira declaração, afirmou que os poderes do Estado venezuelano estão "ajoelhados" diante de Maduro e Cabello, presidente do Congresso.

A procuradora-geral Luisa Ortega negou na segunda-feira ter pressionado os promotores. "Se Nieves acreditava que estava fazendo algo ilegal poderia inibir-se ou pedir que o substituíssem do caso", disse Ortega. O ex-promotor respondeu que se tivesse tomado tal atitude, seria imediatamente "perseguido".

Repercussão nos EUA - O porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, John Kirby, expressou nesta terça sua inquietação sobre as pressões políticas sofridas pelo promotor Franklin Neves e afirmou que o fato coloca em dúvida "a independência judicial" no país.

PARTIDOS ARRANCAM R$ 1 BILHÃO DO CONTRIBUINTE ATRAVÉS DO FUNDO PARTIDÁRIO



A crise atormenta os brasileiros, mas não os partidos, que só este ano já tomaram R$ 608 milhões do fundo partidário, que sai do bolso do contribuinte. Pior: até dezembro, embolsarão R$ 867 milhões no total. A tunga, que na prática consagra o financiamento público, pode chegar a R$ 1 bilhão: o relator do Orçamento, Ricardo Barros (PP-PR), quer acrescentar R$ 600 milhões aos R$ 311 milhões previstos para 2016.

Os milhões do fundo partidário, divididos entre os partidos, pagam mensalmente sua estrutura, aluguel de jatinhos, festas, jantares, etc.

No ano não-eleitoral de 2015, o PT recebeu R$ 81,6 milhões do fundo, seguido de PSDB (R$ 66,87 milhões) e PMDB (R$ 65,2 milhões).

O deputado Laércio Oliveira (SD-SE) apresentou emenda para reduzir o fundo para R$ 245 milhões, em 2016. Dificilmente conseguirá êxito.

Partidos nanicos não têm votos, mas também têm fundo partidário: PCO (R$ 1,02 milhão), PCB (R$ 1,19 milhão) e PPL (R$ 1,79 milhão).

O senhor das asneiras


Bobagem (Foto: Arquivo Google)

Ricardo Noblat

A espantosa quantidade de aberrações ditas por Lula de público ou no sigilo do seu instituto, em São Paulo, o maior vazadouro político a céu aberto da República, preocupa, e com razão, as cabeças mais sensatas e inteligentes do PT e do governo. Sim, porque tanto num lugar e como no outro, elas ainda existem.

Lula não estava pronto para carregar o fardo de más notícias que se abatem sobre ele, seu partido e o governo que comanda à distância. Aprendeu pouco com o escândalo do mensalão, do qual escapou graças ao prestígio que acumulara com sua primeira eleição para presidente.

E de lá para cá, apesar da eclosão de outros escândalos e da condenação que ele não julgava provável dos mensaleiros, simplesmente nada parece ter aprendido. Mesmo com o desastre do desempenho de sua sucessora, imaginou que bastaria dar tempo ao tempo para emergir como todo poderoso candidato à vaga dela.

Quando a ficha começou a cair, ele revelou todo o seu despreparo para tentar sobreviver ao vendaval. Em Salvador, há 10 dias, ele disse coisas do tipo:

“(...) um cidadão é preso e delata até a mãe, se for o caso, pra poder sair da enrascada”. Como se a lei da delação fosse invenção dos seus inimigos e não de Dilma, sua aliada. Como se muito do que disseram os delatores da Lava-Jato até aqui não tivesse sido comprovado por meio de provas.

“(...) A gente não pode permitir que ladrões queiram pôr na nossa testa o carimbo da corrupção”. Ora, por que não? Quantos ladrões não são condenados a partir da confissão de outros ladrões?

“(...) Eu, de vez em quando fico muito puto quando vejo corruptos históricos falando de ética.” Fica por quê? Quantos “corruptos históricos” não governaram com ele? Quantos não governam com Dilma? Hipocrisia!

“(...) Eles não se conformam com um analfabeto que governou melhor do que eles”. Discurso velho, que já não convence mais ninguém.

“(...) O que eles fazem com a Dilma é nojento. Eles têm preconceito, veem a mulher como objeto de cama e mesa. Machistas." Coisa mais tola, idiota e descolada da realidade. Lula explorou a condição de mulher de Dilma para elegê-la. Tenta fazer o mesmo para sustentá-la. Truque bobo.

Nas últimas 48 horas, por conta da ação da Polícia Federal contra um dos seus filhos, ele quase perdeu a cabeça. E em conversas com fiéis acólitos que costumam visita-lo, disparou palavrões e mais asneiras.

Responsabilizou pela ação Dilma e José Eduardo Cardoso, ministro da Justiça. Acusou-os de ter perdido o controle sobre a Polícia Federal.

Ora, a Polícia Federal é um órgão do Estado, não do governo. Nem mesmo o presidente da República pode orientar seu comportamento. Desrespeita a lei se tentar.

Apresentou-se como alvo número 1 da Polícia Federal, que pretende enfraquece-lo para abortar sua candidatura a presidente daqui a três anos.

Como se não fosse o culpado por estar sendo investigado em várias frentes. Como se não houvesse fortes indícios de que ele prevaricou e deixou que prevaricassem.

O Diretório Nacional do PT se reunirá em Brasília amanhã. Lula deverá estar presente – segundo alguns dos seus confidentes, para pregar uma forte reação dos companheiros em sua defesa.

Terá mais uma oportunidade para sacar em cima do estoque de besteiras que acumulou ao longo de todos esses anos.

Avança projeto que revoga Estatuto do Desarmamento e facilita porte de arma



Comissão especial criada na Câmara para reformular a legislação sobre o uso de armas no país aprovou por 19 votos a 8 uma proposta que, na prática, revoga o Estatudo do Desarmanento. O texto reduz a idade mínima para a compra de armas e autoriza que elas sejam portadas até por pessoas que respondem a inquérito policial ou processo criminal. A proposta relaciona categorias profissionais que poderão dispor de porte de armas. Foram incluídos na lista, por exemplo, deputados e senadores.

O texto resulta da fusão de vários projetos. Chama-se Laudívio Carvalho (PMDB-MG) o relator da versão final. Aprovou-se, por ora, o texto principal. Falta apreciar um lote de 11 emendas sugeridas pelos parlamentares. O processo de votação será concluído na semana que vem. Em seguida, o texto terá de ser votado no plenário da Câmara, antes de ser enviado ao Senado. Vão abaixo algumas das principais modificações propostas pelos deputados:

1. O Estatuto do Desarmamento é rebatizado de Estatuto de Controle de Armas de Fogo. Autoriza a posse e o porte de armas de fogo para proteção do patrimônio pessoal e para o exercício do direito à legítima defesa. Hoje, o interessado em adquirir armas precisa justificar a compra, que pode ser indeferida pelos órgãos de segurança responsáveis pela emissão das licenças.

2. A idade para a compra de arma de fogo cai de 25 para 21 anos. O comprador poderá usar a arma em casa e no local de trabalho.

3. O porte de armas passa a ser renovado a cada dez anos. Hoje, a renovação ocorre a cada três anos.

4. O relator criou o porte de arma rural. Donos de terras poderão andar armados dentro dos limites de suas propriedades.

5. Listaram-se as categorias que poderão portar armas. A lista inclui deputads e senadores. Menciona também corporações como advogados da União, oficiais de justiça e membros do Ministério Público.

6. Hoje proibidas de comprar armas, pessoas que respondem a inquéritos policiais ou figuram como réus em processos criminais poderão adquiri-las normalmente se a proposta virar lei. Apenas condenados por crimes dolosos serão proibidos de comprar armas.

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Lula culpa Dilma por operação da PF que investiga seu filho


DINHEIRO SUJO - O empreiteiro apresentou extratos de movimentação de uma conta criada na Suíça para pagar propina. De lá, segundo ele, saíram 2,4 milhões de reais para a campanha de Lula
Ex-presidente Lula responsabiliza Dilma Rousseff pela
 falta de 'limite' das operações da Polícia Federal

A já desgastada relação da presidente Dilma Rousseff com seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, ficou ainda pior nesta segunda-feira: em conversas com aliados, Lula não escondeu a mágoa com sua criatura, e responsabilizou a sucessora pela operação de busca e apreensão feita pela Polícia Federal na empresa LFT Marketing Esportivo, pertencente a Luís Cláudio, seu filho mais novo. O ex-presidente completa nesta terça-feira 70 anos, mas o clima não é de comemoração. Em conversa com pelo menos três amigos na segunda, em momentos distintos, Lula se queixou de Dilma e disse que a situação "passou dos limites", segundo o jornal O Estado de S. Paulo.

Para o ex-presidente, Dilma só ouve o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo - que, na sua avaliação, quer apenas "aparecer" -, e não entende que, em nome do combate à corrupção, pode destruir o projeto político do PT.

Em São Paulo, o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, tentou ontem pôr panos quentes na crise e acalmar Lula. Não conseguiu. "O governo não tem qualquer interferência nas investigações. Agora, nem a Operação Lava Jato nem a Zelotes podem ser a agenda do país", disse Wagner. "Precisamos virar essa página."

Lula estará em Brasília na quinta-feira para participar da reunião do Diretório Nacional petista, e vai pregar uma forte reação do partido ao que chama de "ofensiva" para destruir o PT e o seu legado. Além de Luís Cláudio, o presidente do Sesi, Gilberto Carvalho - chefe de gabinete de Lula de 2003 a 2010 e ministro da Secretaria-Geral da Presidência no primeiro mandato de Dilma - também foi citado no relatório da Operação Zelotes.

Braço direito de Lula, apelidado por ele de "Gilbertinho", Carvalho prestou depoimento ontem no inquérito que investiga a denúncia de compra de medidas provisórias para favorecer o setor automotivo.

'Mentirão' - Um dos amigos que conversaram com Lula contou que ele estava "furioso" e chegou a chamar a delação premiada feita em outras operações, como a Lava Jato, de "mentirão premiado". Disse, ainda, que o governo Dilma "perdeu o controle" das investigações e que ilações são vazadas, sem prova, para enfraquecê-lo e impedir uma nova candidatura dele, em 2018.

O ex-presidente disse ter perdido até mesmo o ânimo para comemorar seu aniversário. O Instituto Lula, porém, vai organizar uma reunião para lembrar a data. Os amigos queriam promover uma festa para Lula na quinta-feira, no restaurante São Judas, em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, mas ele pediu para que a confraternização fosse cancelada.

Em nota, o Instituto Lula afirmou que "não têm qualquer fundamento" as informações de que o ex-presidente responsabilizou Dilma pela ação da Polícia Federal.

(Com Estadão Conteúdo)

Caçapavense – A escolha é sua. E quanto antes melhor!



Faltando apenas um ano para eleições municipais é natural que o cidadão comece a pensar nas suas escolhas. É natural que prefeito e vereadores correntes sejam passados a limpo, avaliados. E é na rede social que cidadãos comuns deixam suas opiniões e expectativas para as próximas eleições. Não existe lei que proíba qualquer cidadão de expressar sua opinião, de expor sua expectativa para próxima administração e principalmente, incentivar bons cidadãos a se candidatarem.

O atual prefeito de Caçapava parece não pensar assim. Na rádio quarta-feira (21), onde ele desde que foi eleito faz propaganda política velada, para não variar, fez ameaças a cidadãos que nas redes sociais especulam sobre as próximas eleições. Ele não quer ser incluído nas especulações do povo como candidato. Ele diz que não é candidato, portanto, não quer ver seu nome nas enquetes populares. Conversa mole para boi dormir, a Constituição Federal garante o direito dele concorrer à reeleição, então hoje, ele é o único candidato, os outros sim, são pura especulação. O que o atual prefeito pode fazer é desistir formalmente da sua candidatura, e enquanto não fizer, ele é candidato.

Na verdade toda essa onda tem nome. Chama-se Fernando Diniz (PV). Preferido e incentivado pela sociedade caçapavense que espera mudar definitivamente este quadro político de gente despreparada, sem estudos e sem experiência administrativa, apavora aqueles que por falta destes quesitos não conseguem reagir com lógica às cobranças populares, apelam para intimidação e acusações infundadas.

Vejam, na mesma quarta-feira (21) na rádio, o prefeito através do secretário de Mobilidade Urbana mostrou que o número de multas de trânsito em Caçapava diminuiu, em comparação a gestão anterior, onde o secretário era Fernando Diniz. Apoiado pelo boquirroto da rádio ele insinuou que existia uma “indústria da multa” no governo anterior. Ora, Indústria da multa? Como o secretário pode ser responsabilizado por infrações de trânsito cometidas por cidadãos imprudentes? Na verdade o atual prefeito quer usar a educação e as boas atitudes do cidadão caçapavense como se fosse ele a causa. Não é! E talvez, aí uma dúvida, ele esteja sendo leniente com os infratores para fazer índices “favoráveis” a sua gestão. Se é que ignorar infratores é bom para qualquer gestão. 

Fernando Diniz fez campanhas educativas nas escolas e ruas de Caçapava, distribuiu cartilhas e fez palestras, manteve as ruas bem sinalizadas, enfim, deu ao cidadão a ferramenta necessária para um bom comportamento no trânsito. Quem não se comportou foi multado. E é assim que funciona uma sociedade organizada.

Bem, o atual prefeito adora uma comparação, mas só em ambiente favorável. O cidadão também faz comparações, e deve fazer mesmo, e o ambiente é a rede social - Tribuna Livre do Cidadão - e isso ninguém pode impedir.

Bancários voltam ao trabalho no Vale e região após 21 dias de greve


Bancários no Vale do Paraíba aderem à greve nacional por aumento (Foto: Reprodução/TV Vanguarda)Após 21 dias de paralisação, bancários do Vale do Paraíba e região bragantina devem voltar ao trabalho nesta terça-feira (27).

A categoria aprovou a proposta feita pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) em assembleia realizada na noite de segunda-feira (26).

Até segunda, 339 bancos permaneciam fechados por conta da greve. Com o fim da paralisação, as agências devem voltar a funcionar normalmente nesta terça-feira, às 9h. Segundo o sindicato, a previsão é que os bancos recebam uma grande quantidade de clientes na primeira semana após o fim da greve.

A Fenaban propôs reajuste de 10%, em resposta à reivindicação de 16% da categoria. Frente à proposta, bancários de 24 estados e do Distrito Federal decidiram, na noite desta segunda-feira, encerrar a greve da categoria, iniciada no dia 6 de outubro. Os dias parados não serão descontados - uma parte será anistiada e a outra, compensada.

Zelotes indica que Gilberto Carvalho recebeu ‘kit’ de consultorias


Gilberto Carvalho (Foto: André Dusek / Estadão)

O ex-ministro Gilberto Carvalho foi ouvido nesta segunda-feira, 26, pela Polícia Federal, em um inquérito da Operação Zelotes, que investiga a suposta compra de Medidas Provisórias para favorecer o setor automotivo. Documentos apreendidos pela PF revelam que o ex-ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República no Governo Dilma (2011/2015) e assessor do ex-presidente Lula no Palácio do Planalto teria recebido ‘um kit’ do esquema de consultorias envolvidas com o suposto esquema das MPs.

A PF questionou lobistas presos ou conduzidos coercitivamente sobre o conteúdo do ‘kit’.

Os investigadores também encontraram outros documentos durante buscas realizadas nas etapas anteriores da Zelotes. Um desses documentos aponta para uma reunião entre o consórcio formado pelas consultorias SGR e Marconi & Mautoni e Gilberto Carvalho e do qual constam especificações de valores e momentos de pagamentos, segundo os investigadores.

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

PF prende lobista e faz buscas em escritório do filho de Lula


Na VEJA.com:

A Polícia Federal deflagrou nesta segunda-feira a quarta fase da Operação Zelotes, que investiga fraudes em julgamentos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, ligado ao Ministério da Fazenda. Em comunicado, a PF informou que 33 mandados judiciais estão sendo cumpridos nesta manhã, sendo seis de prisão preventiva, nove de condução coercitiva e dezoito de busca e apreensão.

Segundo reportagem do jornal o Estado de S. Paulo, os policiais fizeram buscas no escritório de Luís Claudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula. Ele é dono da empresa LFT Marketing Esportivo, suspeita de receber pagamentos de uma das consultorias investigadas por lobby na “compra” da MP 471, que prorrogou benefícios fiscais de empresas do setor automobilístico. De acordo com as investigações, a Marcondes & Mautoni Empreendimentos repassou à LFT 2,4 milhões de reais – o valor foi transferido em parcelas de 400.000 reais. A empresa foi aberta por Luís Claudio em 2011, mesmo ano em que a MP começou a vigorar.

Entre os presos está o lobista Alexandre Paes dos Santos, conhecido como “APS”, suspeito de participar do esquema de negociação da MP, e o ex-conselheiro do Carf José Ricardo da Silva. O dono da Caoa, Carlos Alberto Oliveira Andrade, foi alvo de condução coercitiva. A PF também faz buscas na casa de Fernando César Mesquita, que já foi porta-voz da Presidência e secretário de comunicação do Senado.

“Esta nova etapa da operação aponta que um consórcio de empresas, além de promover a manipulação de processos e julgamentos dentro do Carf, também negociava incentivos fiscais a favor de empresas do setor automobilístico”, informou a PF, em nota. A operação encontrou provas que indicam “provável ocorrência” de tráfico de influência, extorsão e corrupção de agentes públicos para que “uma legislação benéfica a essas empresas fosse elaborada e posteriormente aprovada”. Cerca de 100 agentes participaram da operação deflagrada no Distrito Federal, São Paulo, Piauí e Maranhão.

A PF investiga as suspeitas de que a MP, editada em 2009, no governo Lula tenha sido negociada por meio de lobby e de corrupção para favorecer montadoras. Empresas do setor teriam negociado pagamentos de até 36 milhões de reais a lobistas para conseguir do Executivo um “ato normativo” que estendesse incentivos fiscais de 1,3 bilhão de reais por ano. Mensagens interceptadas pela PF citam a oferta de propina a agentes públicos para viabilizar o texto, que vigora até o fim deste ano.

Os contratos datam de 11 e 19 de novembro de 2009. No dia 20 daquele mês, o ex-presidente Lula assinou a MP 471, esticando de 2011 até 2015 a política de descontos no IPI de carros produzidos em três regiões do país (Norte, Nordeste e Centro-Oeste). Na época, a Ford tinha uma fábrica na Bahia, e a CAOA e a Mitsubishi, fábricas em Goiás.

Qual é a origem da fé?


UM PARA CADA LADO - Até muito pouco tempo atrás, seria inimaginável ciência e religião, duas formas tão diferentes de ver o mundo, caminharem juntas

Já ouviu falar daquele louco que acendeu uma lanterna numa manhã clara, correu para a praça do mercado e se pôs a gritar incessantemente: 'Eu procuro Deus! Eu procuro Deus!'? Como muitos dos que não acreditam em Deus estivessem justamente por ali naquele instante, ele provocou muitas risadas... 'Onde está Deus?!', ele gritava. 'Eu devo dizer-lhes: nós o matamos - você e eu. Todos somos assassinos... Deus está morto. Deus continua morto. E nós o matamos...' " A definitiva descrição da morte de Deus, ideia cunhada por Friedrich Nietzsche em A Gaia Ciência, de 1882, é o mais bem-acabado registro do fim de um período em que tudo era explicado a partir da revelação divina. O racionalismo de Nietzsche pôs o homem no lugar de Deus, subtraindo do cotidiano a crença no sobrenatural.

A busca pelas razões da fé, em movimentos de sístole e diástole que ora nos põem mais próximos a Deus, ora nos afastam dele, é humana, demasiado humana. Como traduzir algo tão poderoso e impalpável que por milênios nos move? Enfim, por que alguns creem e outros não? Convencionou-se imaginar que pessoas menos instruídas tendem a ter contato mais amistoso com a religião - os mais letrados seriam majoritariamente céticos, avessos à fé.

Não é assim, necessariamente, e que bom que não seja. Não se trata de formação intelectual. Um recente estudo conduzido pela Universidade Harvard, nos Estados Unidos, chegou a uma conclusão bem mais instigante. O mote: as pessoas intuitivas são naturalmente mais religiosas do que as reflexivas. Os pesquisadores primeiramente avaliaram a capacidade intuitiva e reflexiva dos voluntários. Cerca de 1 200 homens e mulheres com idade média de 30 anos foram desafiados a resolver um questionário que exige um raciocínio extremamente lógico. Por meio desse teste, adotado há pelo menos cinco décadas em investigações comportamentais, aqueles que erram as questões são classificados como intuitivos, por tentar resolvê-las com pressa, impetuosos. Os que acertam são os reflexivos, que pensam, pensam e pensam. Em outro momento do estudo, ambos os grupos tiveram de falar sobre fé. Do cruzamento das respostas, despontaram as conclusões. Os intuitivos afirmaram ser mais religiosos que os reflexivos. A premissa faz sentido. Diz o psiquiatra Frederico Leão, coordenador do Programa Saúde, Espiritualidade e Religiosidade, do Instituto de Psiquiatria da USP: "É mais simples para os menos racionais acreditar em algo impreciso".

A intuição e a reflexão são fundamentais no mecanismo cognitivo do cérebro humano. Os intuitivos tomam decisões a partir de processos que ocorrem com pouco esforço e atenção. "Eles usam naturalmente a primeira ideia que vem à mente", diz o psiquiatra Arthur Guerra de Andrade, do departamento de psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP e supervisor do Grupo de Estudos de Álcool e Drogas. Os reflexivos concentram-se mais e usam um raciocínio mais elaborado para chegar a conclusões. Não há como afirmar, portanto, que os reflexivos sejam mais inteligentes que os intuitivos, apesar de essa ser a impressão inicial. Um pouco antes da realização do estudo da Universidade Harvard, o mesmo teste de avaliação cognitiva foi aplicado entre os alunos dos prestigiosos Instituto de Tecnologia de Massachusetts e Universidade Harvard, nos Estados Unidos, com o objetivo de avaliar a capacidade lógica de pessoas tão aptas. Metade dos estudantes errou as respostas. Metade, portanto, tinha um raciocínio essencialmente intuitivo.

Até muito pouco tempo atrás, seria inimaginável ciência e religião, duas maneiras de pensar o mundo tão diferentes, caminharem na mesma direção. Uma das primeiras teorias a pô-las lado a lado é do início de 2000. A fé, assim como as religiões surgidas em torno dela, seria um ingrediente seminal para a evolução da espécie humana. O homem, o único ser vivo com a capacidade de ter consciência da finitude, precisaria recorrer a algo maior e impalpável para conviver com tal ideia. Além disso, as religiões estimulam a solidariedade e a compaixão, sentimentos que levariam à proteção em momentos de risco, como procura por comida, guerras e catástrofes naturais. O biólogo americano David Sloan Wilson, da Universidade Binghamton, ateu, um dos grandes defensores do papel da crença em Deus na sobrevivência humana, sustenta que a fé evolui com o homem porque confere vantagens àqueles que a desenvolvem.

A tese de que a religiosidade acompanha o ser humano em sua evolução ganhou força ruidosa um pouco mais para a frente, quando o biólogo americano Dean Hamer, coordenador do setor de genética do National Cancer Institute, afirmou que a fé em Deus estaria no gene, no "gene de Deus". Ao avaliar o grau de espiritualidade de 1 000 adultos, Hamer descobriu uma coincidência: aqueles que tinham sentimentos religiosos compartilhavam o gene VMAT2, responsável pela regulação das chamadas monoaminas, grupo de compostos que incluem a adrenalina (substância excitante) e a serotonina (sensação de prazer). As monoaminas têm papel importante na construção da realidade e na percepção das alterações da consciência, situações comuns em experiências místicas.

O rompimento entre ciência e religião não é tão antigo. Ocorreu no século XVIII, com o iluminismo. Despontado na França, o movimento viu na razão e no progresso científico um instrumento de emancipação do homem, pondo os dogmas cristãos em xeque. A Igreja logo reagiu, com a publicação da primeira encíclica da história. O documento (Ubi Primum - Tão Pronto Como), assinado pelo papa Bento XIV (1675-1758), reforçou questões cruciais da Igreja: a rígida formação intelectual dos bispos e a importância da conduta moral no magistério eclesiástico. O ponto máximo da cisão ocorreu no século XIX, quando Charles Darwin negou o criacionismo, definindo a clássica teoria da evolução das espécies.

O papa Pio XII (1876-1958) sinalizou uma reaproximação, em 1943, ao escrever a encíclica Divino Afflante Spiritu (Sob a Inspiração do Espírito). No documento, ele reconhecia hipóteses defendidas pela ciência, como a da evolução e a do Big Bang. Agora o papa Francisco foi além. No fim do ano passado, soltou uma das frases mais bombásticas de seu pontificado, diante de oitenta pesquisadores de vários países que compõem a tradicional Pontifícia Academia de Ciências do Vaticano, instituição fundada em 1603: "Quando lemos no Gênesis sobre a criação, corremos o risco de imaginar que Deus tenha agido como um mago, com uma varinha mágica capaz de criar todas as coisas. Mas não é assim. O Big Bang, que hoje temos como a origem do mundo, não contradiz a intervenção criadora, mas a exige. A evolução na natureza não é incompatível com a noção de criação, pois a evolução exige a criação de seres que evoluem". Há quatro meses, o pontífice argentino utilizou novamente ferramentas da ciência para lidar com questões religiosas. Na encíclica Laudato Si (Louvado Sejas), documento que tratou de questões ambientais, o jesuíta escreveu: "Sobre muitas questões concretas, a Igreja não tem motivo para propor uma palavra definitiva e entende que deve escutar e promover o debate honesto entre os cientistas, respeitando a diversidade de opiniões".

A postura de Francisco merece atenção, é corajosa, não aparta religião de ciência, de modo a não separar fiéis crentes de outros nem tanto assim. Para uns e outros, prossegue a busca eterna pela compreensão da fé, de como ela nasce e cresce, para além de constatações evidentes (como a fé alimentada por uma tragédia familiar). Não há como explicar o inexplicável, o misterioso, possivelmente porque Deus talvez seja mesmo um conceito pelo qual medimos e aplacamos nossa dor. Lembre-se aqui o momento bíblico em que Jesus, no auge do sofrimento físico e psicológico, pergunta a Deus: "Por que me abandonaste?". Cristo morreu sem resposta para a sua incerteza. Mas em sua última frase, dita ainda na cruz, retomou a força brutal da fé: "Nas tuas mãos eu entrego meu espírito". Jesus Cristo entregou tudo o que tinha a Deus. Até mesmo sua racionalidade.

Veja.com

Uma frase de 2067 anos


domingo, 25 de outubro de 2015

Maluf rejeita comparação com Eduardo Cunha


Isadora Brant/Folha

A semana terminou sem que Eduardo Cunha recobrasse a memória sobre as contas que abriu na Suíça. A insistência com que o deputado continua negando tudo o que está na cara lhe valeu uma posição de destaque no panteão do cinismo. Foi acomodado à direita de Paulo Maluf. A comparação deixou Maluf abespinhado. “Você viu algum documento meu? Cartão de crédito? Viu cheque? Algum extrato?”, indagou o modelo de Cunha.

Responsável pelas investigações que desbarataram as malufagens que desviaram verbas da prefeitura de São Paulo para contas bancárias no estrangeiro, o promotor Silvio Marques diz que foram encontradas, sim, assinaturas de Maluf em papeis de empresas donas de contas na Suíça. Encontrou-se também, segundo ele, o jemegão de Flávio Maluf, filho do deputado, em documentos que autorizaram movimentações em contas abertas no paraíso fiscal britânico de Jersey.

– Moral: as más companhias podem fazer com que pessoas consideradas péssimas se sintam muito melhores do que são.

sábado, 24 de outubro de 2015

Cerco ao Congresso


Guilherme Fiuza
Quem roubou não pode chamar o PT de ladrão, disse Luiz Inácio da Silva. Ou seja: ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão, mas ladrão que xinga ladrão vai se ver com Lula. Até que enfim, uma medida moralizadora. O PT quer ser respeitado ao menos pelos bandidos — o que dentro da cadeia é uma coisa importante.

E por falar em bandido, roubo e cadeia, o delator Fernando Baiano disse que deu R$ 2 milhões do petrolão à nora de Lula. Enquanto isso, retorna à pátria (e à Papuda) Henrique Pizzolato, um dos heróis petistas do mensalão. As obras completas dos companheiros nestes 13 anos são realmente impressionantes. Se o governo do PT fosse um filme, seria o “Sindicato dos ladrões” — com todo o respeito. O mais curioso é como o Brasil se harmonizou bem com esse projeto criminoso de poder, na definição do ministro Celso de Mello (que não roubou, então pode dizer que o PT é ladrão).

Pizzolato esfaqueou o Banco do Brasil, Baiano esfolou a Petrobras — e esses são apenas dois agentes do maior sistema de corrupção da história, regido pelo PT de dentro do Palácio do Planalto. Agora tirem as crianças da sala para a notícia estarrecedora: o PT continua dentro do palácio.

Como escreveu Fernando Gabeira, o Brasil desmoralizou a instituição do batom na cueca. A mancha veio da lavanderia, o batom era progressista e a cueca era do bem. O ministro Gilmar Mendes disse que Dilma não precisa de um Fiat Elba como o de Collor para cair. Claro que não. Ela pode cair pedalando — o que seria inclusive menos poluente. As pedaladas fiscais que o TCU já condenou são crime de responsabilidade, e constituem uma fração do tal projeto criminoso — que não é feito só de mensalões e pixulecos, mas também de fraudes contábeis para maquiar o rombo.

Não deixem as crianças ouvirem: essa orgia companheira acaba de render ao Brasil o selo de país caloteiro. Agora sejam fortes: as pedaladas continuaram este ano, depois de flagradas e desmascaradas, e pelo menos uma das centrais de tramoias do petrolão continuou ativa depois da revelação do escândalo. Deu para entender? O PT é o cupim do Estado brasileiro, e não dá para pedir a ele: senhor cupim, por favor, poderia parar de devorar a mobília até 2018? O Brasil está esperando que os cupins passem a se alimentar de vento estocado e façam o ajuste fiscal.

Dilma Rousseff declarou na Finlândia que este governo não está envolvido com corrupção. É verdade. A corrupção, coitada, é que está envolvida com este governo. De cabo a rabo. A Lava-Jato já apresentou as evidências de que a própria reeleição de Dilma se alimentou do petrolão — e Vaccari, o ex-tesoureiro do PT, está preso por causa disso. Mas o governo promete tapar o rombo, e lá estão os brasileiros com os braços estendidos para a seringa da nova CPMF, ou bolsa cupim. Contando, ninguém acredita.

Nesse meio tempo, num lugar muito distante da Finlândia, o Banco Central informa que desistiu de cumprir a meta fiscal. Note bem: não foi uma frase de Mercadante, Mantega ou outra das nossas autoridades de picadeiro. O Banco Central do Brasil, espremido entre a inflação e a recessão, teve que largar no chão a arma da política monetária: simplesmente não há o que fazer para respeitar a meta fiscal em 2016. Dilma reagiu: pediu à sua equipe econômica para flexibilizar a meta fiscal. Nessa linha, poderia aproveitar e pedir para flexibilizar o Código Penal. Seria mais eficaz neste momento.

O governo parou. Dilma, a representante legal (sic) do projeto criminoso de poder, está morando de favor no palácio. Conta com a blindagem do STF aparelhado, do companheiro procurador Janot e de um bando de inocentes úteis que doam suas reputações em troca de uma fantasia progressista cafona (alguns perderam a inocência na tabela dos pixulecos). Quem pode descupinizar o palácio é o Congresso Nacional. O pedido de impeachment está nas mãos do presidente da Câmara, que um Brasil abobado transformou em inimigo público número um — porque aqui quem assalta com estrelinha no peito é herói. Eduardo Cunha pode ser cassado, condenado ou execrado, só não pode roubar a cena daqueles que roubaram o país inteiro.

Os brasileiros que estão autorizados por Lula a chamar o PT de ladrão estão chegando a Brasília, acampando em frente ao Congresso Nacional. Quando deputados e senadores estiverem devidamente cercados pela multidão, brotará num passe de mágica sua responsabilidade cívica. Aí os nobres representantes do povo farão, altivamente, a descupinização do palácio — sem traumas, em nome da lei. O resto é com a polícia.

ELE 'ARMOU' COMPRA DA PARTICIPAÇÃO DA
CAMARGO CORRÊA NA ITAÚSA POR R$ 3 BILHÕES.

Todo mercado sabia que houve rolo para que o fundo Petros, dos funcionários da Petrobras, comprasse por R$ 3 bilhões algo que ninguém queria: a participação na Camargo Corrêa na Itaúsa, holding do banco Itaú. Agora se sabe o nome da fera que “armou” a operação, segundo acredita a CPI dos Fundos de Pensão: Antônio Palocci, ex-ministro de Lula e Dilma. O negócio foi desastroso para o Petros.

A manipulação dos recursos, no negócio do Itaúsa, causou grandes prejuízos aos segurados do Petros, no período de 2003 a 2015.

Atuando fortemente, inclusive no Instituto Lula, Palocci é conhecido no mercado como parceiro de negócios e soluções do ex-presidente Lula.

A compra da participação da Camargo na Itaúsa foi fechada à revelia do Comitê de Investimentos da Petros, com prejuízo para os fundos.

O deputado Raul Jungmann (PPS-PE) descobriu o papel de Palocci no caso Itaúsa, e o convocou para depor na CPI dos Fundos de Pensão.

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Pizzolato, o fujão do PT, divide cela com 'anão do Orçamento' e preso por estupro


O ex-diretor do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, é escoltado por agentes da PF no aeroporto de Brasília (DF), nesta sexta-feira 23
Ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato é escoltado 
por agentes da PF no aeroporto de Brasília (DF), nesta sexta-feira 23

O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, de 63 anos, dividirá uma cela no Complexo Penitenciário da Papuda com dois presos, um deles condenado por envolvimento em assassinato e no escândalo dos "Anões do Orçamento" e o outro por estupro. Extraditado da Itália, Pizzolato foi transferido às 10 horas desta sexta-feira para a cadeia em Brasília, e em seguida recolhido na ala B do Centro de Detenção Provisória, a chamada "ala dos vulneráveis", destinada a presos idosos, célebres e mais sujeitos à violência.

Um dos companheiros de cela de Pizzolato é o economista José Carlos Alves dos Santos, ex-chefe da Assessoria de Orçamento do Senado. Ele foi condenado por envolvimento no escândalo dos "Anões do Orçamento", que veio à tona em 1993. O esquema envolvia desvio de recursos de emendas parlamentares para entidades ligadas a congressistas, além de pagamento de propina para destinar verba a obras de grandes empreiteiras. Apontado como um dos integrantes da quadrilha, José Carlos Santos delatou o caso na época, o que motivou a abertura da CPI dos Anões do Orçamento. Ele também foi condenado a 20 anos de prisão por mandar matar a esposa, Ana Elizabeth Lofrano, em 1992. Na mesma cela, está Elton Antônio dos Santos, condenado por estupro e violência contra a mulher.

Pizzolato foi recebido nesta sexta-feira pela direção da Papuda e integrantes da Subsecretaria do Sistema Penitenciário do Distrito Federal. Ao chegar, aparentava tranquilidade e se disse cansado, justificando que não conseguiu dormir bem no voo para o Brasil. Ele explicou que gosta bastante de ler e escrever, e perguntou se havia uma mesa para isso - na cela, há uma de plástico.

O ex-diretor procurou ainda saber se a rotina da cadeia brasileira seria semelhante à da Itália, onde passava as manhãs fora da cela, das 8h às 11h, e fazia cursos. Foi informado de que o banho de sol é de duas horas diárias, à tarde, e de que há a possibilidade de estudos à distância.

Pizzolato também poderá trabalhar na cadeia para reduzir a pena de 12 anos e sete meses de prisão, mas, inicialmente, não há nenhuma vaga disponível, conforme informou o subsecretário do Sistema Penitenciário do DF, João Carlos Lóssio.

O ex-diretor ganhou três conjuntos do uniforme da cadeia, composto por calça e camiseta brancas, e foi encaminhado em seguida para a cela 1 da "ala dos vulneráveis". Ele entregou as roupas da viagem e outros pertences pessoais, incluindo 231,27 euros. Foi informado de que poderá receber 125 reais por semana de familiares e amigos para gastar na cantina da Papuda, que oferece refrigerantes, cigarros, minipizzas, chocolates e outros itens que não estão no cardápio padrão dos presos.

A cela de 21 metros quadrados tem três beliches. Ao fundo, separados por uma parede, há chuveiro elétrico e um vaso sanitário padrão. É permitido o uso de TV, desde que levada por familiares ou amigos dos próprios presos.

Pizzolato, que já fez exame de corpo de delito, deixará o recinto para tomar vacinas para hepatite e tétano. O ex-diretor poderá receber visitantes todas as sextas-feiras, das 8h às 17h, mas, por ora, ninguém se cadastrou para vê-lo. Ele terá direito a 30 minutos de visita íntima semanais, numa cela específica para isso.

Cada preso pode cadastrar até nove familiares e um amigo para as visitas. As senhas para entrar no presídio são retiradas pela internet. Há um scanner corporal na Papuda, mas o secretário de Justiça do DF, José Carlos Souto, explica que, por causa do grande fluxo de pessoas nas sextas-feiras, também é feita a tradicional revista para evitar a entrada de itens proibidos.

Num último apelo para evitar a extradição, a mulher de Pizzolato, Andrea Haas, escreveu ao ministro da Justiça da Itália, Andrea Orlando, na qual reclama que passaria por revistas vexatórias na penitenciária.

(Com Estadão Conteúdo)

BANCO SUÍÇO APOSTA EM RECESSÃO E REAL FRACO



O Lombard Odier, um dos maiores bancos suíços e da Europa, concluiu no relatório de “estratégia de investimentos” de outubro que o maior problema econômico do Brasil é, na verdade, político. Segundo o relatório, Dilma não tem força para angariar apoio para implementar as reformas necessárias para tirar o Brasil da crise. E pior: a expectativa suíça é de que a recessão da economia perdure “por algum tempo”.

Para o Lombard Odier, a recessão da economia brasileira vai continuar e deve contar com a desvalorização (ainda maior) do Real.

Segundo o relatório do Lombard Odier, há um problema estrutural no Brasil: 90% do orçamento só pode ser alterado através de leis.

De acordo com a estratégia de investimento suíça, o Brasil tem taxa de crescimento da dívida interna que preocupa investidores estrangeiros.

Lombard Odier concluiu: apesar de commodities, o déficit no orçamento e o preço do petróleo devem ser devastadores para a economia.

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Pizzolato está em avião a caminho do Brasil


Voo com Henrique Pizzolato está a caminho do Brasil
Voo com Henrique Pizzolato está a caminho do Brasil

O mensaleiro-fujão Henrique Pizzolato foi entregue pelas autoridades italianas à Polícia Federal nesta quinta-feira e está em um voo comercial a caminho do Brasil. Três agentes da PF e uma médica escoltam o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil, condenado a 12 anos e 7 meses de prisão por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro. Para escapar da Justiça, ele usou a cidadania italiana e fugiu para a Europa com o passaporte falso de um irmão morto. O voo da TAM com Pizzolato a bordo saiu de Milão e aterrissará no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, de onde ele embarcará novamente em um jatinho da PF para Brasília (DF). Na capital federal, o mensaleiro passará por exames no Instituto Médico Legal e depois será transferido para o Complexo Penitenciário da Papuda.

Governo planeja estatal para cuidar de obras de infraestrutura


O governo federal quer criar uma estatal para cuidar da elaboração de projetos de rodovias, portos, aeroportos e demais obras de infraestrutura. Essa estatal teria um regime especial para contratação e não precisaria seguir as atuais regras da Lei de Licitações. A informação foi publicada nesta quinta-feira, pelo jornal Folha de S. Paulo.

Para isso, o governo deve enviar, em breve, um pacote de medidas ao Congresso visando a criação de um nova modalidade para contratação de projetos específicos na área de infraestrutura. Batizada de “PPP Mais”, a proposta busca atrair o investimento privado para obras consideradas estratégicas pelo governo.

O grupo de trabalho que elaborou a proposta é composto por juristas, procuradores e especialistas em licitações públicas. Segundo um dos membros da comissão, Carlos Ari Sundfeld, a proposta tem grande relevância e precisa ser tratada como prioridade para auxiliar a retomada do investimento.

A ideia de uma estatal voltada para a elaboração de projetos de infraestrutura não é novidade. Em 2012, o governo criou a Empresa de Planejamento e Logística (EPL) que tem o objetivo de preparar estudos para a interligação de portos, rodovias, hidrovias, aeroportos e ferrovias. Em um primeiro momento, a empresa teve papel relevante no setor, mas veio perdendo espaço político no governo.

Uma das principais reclamações das empresas privadas que participam de licitações é com relação ao processo de liberação de licenças. Para tentar driblar o problema, a nova estatal deverá ter um consórcio em cada projeto, formado pelas diversas áreas envolvidas no processo de concessão de autorizações.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

PT não quer Gilmar Mendes como relator de ações no TSE


Ministro Gilmar Mendes

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Dias Toffoli, vai decidir se Gilmar Mendes assume ou não a relatoria da principal ação que tramita no tribunal acusando irregularidades na campanha eleitoral de Dilma Rousseff — (Ação de Investigação de Mandato Eletivo 7-61) — e de outras três que são conexas. Toffoli poderia ter tomado a decisão hoje, mas deixou para os próximos dias. O PT não quer que a relatoria passe para as mãos de Mendes, embora seja o que recomenda a ordem legal.

Vamos ver: o PSDB protocolou a AIME, acusando a chapa de Dilma de abuso de poder político e econômico e de uso de dinheiro irregular da Petrobras. A relatora do caso foi a ministra Maria Thereza de Assis Moura, que, em decisão liminar, recusou a ação. Os tucanos recorreram, e o tribunal, por cinco votos a dois, resolveu dar continuidade à investigação. Quem abriu a divergência foi Gilmar Mendes.

Segundo prática consagrada pelo Regimento Interno do Supremo, que subsidia o TSE, quando um relator é vencido, a relatoria do caso passa para o ministro que abriu a divergência. A própria Maria Thereza, que assumiu a corregedoria do tribunal, levantou uma questão de ordem, sugerindo que Mendes assuma a relatoria da AIME e das outras três ações. É a prática consagrada.

Toffoli, acertadamente, chamou a questão para si e poderia ter definido o caso conforme a prática do Supremo. Mas preferiu ouvir as partes. A defesa de Dilma já disse que não quer Mendes como relator, alegando que a ministra Maria Thereza tem de continuar na função, já que a transferência de relatoria, segundo essa leitura, só se daria se o mérito tivesse sido julgado. O PSDB certamente vai argumentar que se deve seguir no TSE o rito do STF.

O que fará Toffoli? Espero que decida segundo a prática do Supremo. Até porque é preciso tomar cuidado para que não se inaugure uma prática em que ministros têm declarada informalmente a sua suspeição. Se o PT acha que não pode ser Mendes, que formalize, então, uma denúncia de suspeição do ministro. Não cabe a Toffoli quebrar esse galho para o PT.

Ademais, é mentira que Mendes decida sempre contra o que quer o PT. Basta consultar o arquivo para saber que não é assim. Parece que o que os companheiros não querem mesmo é o rigor técnico do ministro.