terça-feira, 6 de setembro de 2022

Radicalização de Bolsonaro no Sete de Setembro seria um presente para Lula



Bolsonaro planejou usar o 7 de Setembro como evidência de que sua candidatura continua cheia de vida. Mas a pesquisa Ipesp sinaliza que o eleitor talvez já tenha jurado de morte o projeto da reeleição. Lula se manteve estável em 44%. Bolsonaro, com 31%, oscilou um ponto para baixo. A taxa de rejeição do presidente subiu. Piorou seu desempenho entre as mulheres. Os R$ 600 reais do Auxílio Brasil não compraram a simpatia do eleitor pobre. Como se tudo isso fosse pouco, Bolsonaro perde terreno na região que concentra 4 em cada 10 eleitores do país. O Sudeste vai se revelando um sumidouro dos votos de Bolsonaro.

Segundo o Ipesp, a vantagem de Lula sobre Bolsonaro no Sudeste subiu de seis para 11 pontos. Na comparação das pesquisas feitas pelo Ipesp nos Estados essa região que tem quatro em cada dez eleitores do país, o resultado das urnas de 2018 revela o tamanho do encolhimento do presidente ao longo do mandato. Se a eleição fosse hoje, Bolsonaro teria em São Paulo, 17% a menos de votos em relação ao resultado da sucessão passada. Lula, que estava preso em 2018, teria uma soma de votos 24% superior à que foi amealhada por Fernando Haddad, o presidenciável do PT na sucessão passada.

Em Minas Gerais, Bolsonaro teria hoje 13% a menos de votos, Lula, 20% a mais do que Haddad. No Rio de Janeiro, Bolsonaro teria um desempenho 18% menor em relação à contagem das urnas de 2018. Lula teria 26% mais votos do que Haddad. Sem reconquistar os votos que sumiram do seu mapa eleitoral nos últimos quatro anos, Bolsonaro terá dificuldades para se livrar do vexame de descer ao verbete da enciclopédia como primeiro presidente da história que não conseguiu se reeleger.

Nos planos do comitê da reeleição, Bolsonaro chegaria ao Dia da Pátria encostado em Lula, exibiria musculatura em comícios disfarçados de celebrações oficiais e chegaria entraria no segundo turno à frente do seu rival nas pesquisas. O enredo contado pelas pesquisas é bem diferente. De acordo com o Ipesp, a taxa de rejeição de Bolsonaro oscilou de 46% para 49% em 15 dias. No momento, a possibilidade de Lula vencer no primeiro turno é uma probabilidade estatística situada na margem de erro da pesquisa.

Se Bolsonaro repetir neste ano a radicalização do 7 de Setembro de 2021, arrisca-se a produzir o fato novo que pode presentear seu adversário com um triunfo antecipado.

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