segunda-feira, 30 de abril de 2012

Ele encara o demônio

O Vale

O padre exorcista José Antonio Fortea

Ele é ‘persona non grata’ no inferno. Trabalha desde 1996 para mandar o diabo e seus asseclas de volta ao mundo dos anjos caídos. Austero e sereno, sempre de batina negra, o padre de olhar esguio e fala mansa só mete medos nos seres espirituais malignos. A calvície avançada e os poucos cabelos grisalhos dão-lhe um ar professoral, bem distante do exorcista que ele é.

Padre José Antonio Fortea, 44 anos, é uma das maiores autoridades católicas em exorcismo. Sacerdote espanhol e teólogo especializado em demonologia, ele veio ao Brasil pela terceira vez, neste final de semana, para pregar na comunidade Canção Nova, em Cachoeira Paulista.

Sobre as duas visitas anteriores ao Brasil, ele desconversa e não confirma se fez um exorcismo aqui ou não. Mas deixa pistas: “O bispo pediu que ficasse no mistério”.

O mundo dos mistérios espirituais é tão real para Fortea quanto a terra que pisamos. Para quem não acredita em demônios, entre eles muitos sacerdotes, diz Fortea, a prova da sua existência está nos “signos e manifestações que nos induzem a pensar num ente espiritual maligno”.

As centenas de possessões demoníacas que ele diz ter visto em 16 anos de exorcismos, em várias partes do mundo, são a prova de que há mais do que matéria em nosso planeta.

O padre espanhol diz ter visto pessoas endemoniadas com fúria descontrolada, gritando blasfêmias e falando em outras línguas. Um colega dele, também exorcista, presenciou uma possuída levitar. 

“A possessão é o grande espetáculo do demônio. É o meio pelo qual um demônio pode se manifestar para os homens”.
(...)

Câmara paga até Mc Donald’s para deputado



McDia feliz na Câmara


A Câmara permite que os deputados (que já ganham cerca de 26 700 reais) utilizem a verba indenizatória de gabinete para bancar refeições em restaurantes país afora. Sendo assim, alguns deputados aproveitam.

Veja João Carlos Bacelar, por exemplo. O único parlamentar pendurado no Conselho de Ética da Câmara no momento usou a verba da Câmara, no ano passado, para pagar doze lanches feitos em lugares como Mc Donald’s, Big Burguer e Subway. A conta ficou em 385 reais.

Irã condena nova queima do Corão por pastor dos EUA


Veja

Durante o Ramadã, homem lê o Corão na Cisjordânia

O Irã condenou nesta segunda-feira uma nova queima do Corão, livro sagrado dos muçulmanos, realizada pelo pastor evangélico americano Terry Jones e afirmou que o ato provoca a "indignação dos muçulmanos no mundo todo".

No sábado passado, Jones repetiu o que já havia feito em março de 2011 e queimou um exemplar do Corão em um culto na Flórida, exibido pela internet. O religioso prostetava contra a prisão do pastor iraniano Youssef Nadaryani, condenado à morte por ter abandonado o islamismo e se convertido ao cristianismo há 16 anos.

Em um comunicado, o ministério das Relações Exteriores iraniano classificou a queima como "um insulto e um sacrilégio" e cobrou "mais responsabilidade" do governo dos Estados Unidos para coibir atos como esse.

Histórico - Manifestações contra a primeira queima do Corão realizada pelo polêmico pastor americano causaram a morte de pelo menos dez pessoas no Afeganistão, em 2011. Em um episódio mais recente, a descoberta de exemplares do livro sagrado queimados de uma base americana perto de Cabul provocou a fúria da população afegã e desencadeou uma onda de revoltas que deixou pelo menos oito mortos.

Taxas de desemprego no mundo são alarmantes, diz OIT


O Globo


Relatório sobre o emprego no mundo, divulgado neste domingo pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), diz que é "alarmante" a situação global do trabalho e que não há sinais de recuperação em um futuro próximo.

O organismo prevê que uma nova fase, "ainda mais problemática", na crise global de empregos ainda está por vir. Uma das razões, segundo o estudo, é que os países ricos tomaram medidas para buscar austeridade fiscal a qualquer custo e fizeram drásticas reformas trabalhistas.

Como consequência, acabaram caindo na chamada "armadilha da austeridade" — uma espécie de círculo vicioso no qual um baixo crescimento gera o aumento da volatilidade, contração do crédito, redução de investimentos e perda de empregos.

"A excessiva importância que muitos países da zona do euro estão dando à austeridade fiscal está aprofundando a crise de emprego e poderá inclusive conduzir a outra recessão na Europa", diz Raymond Torres, diretor do Instituto Internacional de Estudos Laborais e autor do estudo. 

Assaltantes roubam carro com material radioativo no Rio


Agência Brasil



A polícia fluminense continua procurando por um carro da empresa Arcteste Serviços de Inspeção e Manutenção Industrial com uma cápsula de material radioativo em seu interior.

O veículo foi roubado na Via Dutra, rodovia que liga o Rio de Janeiro a São Paulo, na altura da Pavuna, bairro da zona norte da capital fluminense, na noite de ontem (28).

De acordo com a Arctese, a cápsula contém Selênio 75, material radioativo usado para fazer raio X de soldas industriais. Apesar de a cápsula ter um dispositivo de segurança que impede a sua abertura, há risco de ser rompido. O Selênio 75 é considerado um elemento de alto risco ambiental e para a saúde.

domingo, 29 de abril de 2012

Aplicado à política, segredo de Justiça é injusto


Josias de Souza

O instituto do segredo de Justiça precisa ser urgentemente ilegalizado. Assim como a nudez feminina, o sigilo judicial perdeu todo o suspense. No Cachoeiragate, a corrupção vive a mais despida das épocas. As relações político-empresariais entraram numa fase ginecológica.

Nesta sexta (28), o ministro Ricardo Lewandowisk autorizou o envio ao Senado de cópia do inquérito aberto contra Demóstenes Torres. Não havia muito a ser compartilhado. As manchetes já haviam mostrado as entranhas dos autos.

Para completar, antes que a ordem do STF fosse cumprida, o processo foi pendurado na internet. O site ‘Brasil 247′ terminou de arrancar os últimos e diáfanos véus do processo.

Quem lê o papelório, disponível aqui, pergunta aos seus botões, que não respondem porque só admitem falar em juízo: por que diabos uma investigação que expõe as entranhas da baixa política deve ser guardada a sete chaves?

O sigilo processual pode ser justificável em muitos casos. Detalhes de um litígio matrimonial, por exemplo, não interessam senão ao ex-casal e ao magistrado. No caso dos políticos infiéis, porém, o biombo é injustificável. O eleitor tem o direito de saber que está sendo traído.

A nudez de Demóstenes Torres e Cia. é triste. Ninguém pediu para ver. Porém, se a turma resolveu ficar nua e meter-se numa orgia com Cachoeira, qual é o sentido de privar a platéia dos detalhes sórdidos? Recorde-se: a voz do senador começou a soar nos grampos da Polícia Federal numa investigação de 2008.

Correndo em segredo, o inquérito chegou à Procuradoria-Geral da República em 2009. Foi à gaveta. Em 2010, Demóstenes apresentou-se ao eleitorado de Goiás como o mesmo paladino de sempre. Embora já fosse outro, vendia-se como relator do projeto da Ficha Limpa. Reelegeu-se com votação consagradora.

Sobreveio o segundo inquérito. De novo, em segredo. O que era claro, tornou-se cristalino: mantido no escuro, o eleitor de Goiás reconduziu ao Senado uma farsa. Assim, lento e misterioso, o Judiciário nem julga nem deixa o eleitor fazer justiça com os próprios dedos, no teclado da urna eletrônica.

‘A CPI está mais para arca do que para dilúvio…’


Josias de Souza



De um congressista que frequenta CPIs desde a do Collorgate: “Todo mundo diz que a nova CPI foi criada para investigar. Bobagem. A investigação está feita. Consumiu duas rumorosas operações da PF…”

“…A primeira, Vegas, mirou o Cachoeira e acertou o mar. A segunda, Monte Carlo, veio para detonar um dique erguido na Procuradoria-Geral da República. Como não há represa que segure o mar, as comportas foram arrombadas…”

“…Do modo como foi feita, a CPI está mais para arca do que para dilúvio. No momento, selecionam-se os bichos que serão salvos. Corre-se o risco de repetir o erro de Noé, que não barrou a entrada de ratos e baratas.”

Cachoeira caiu na gargalhada ao ver lista com membros de CPI

Folha


Um dos interlocutores do empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, afirma que ele caiu na gargalhada ao ver a lista de parlamentares que fazem parte da CPI que o investigará no Congresso.


Cachoeira, que está preso na penitenciária da Papuda, em Brasília, teria afirmado estar curioso para saber as perguntas que alguns integrantes, que conhece, farão no dia em que ele for depor na comissão.

A comissão, composta por 16 deputados e 16 senadores, vai investigar as relações do empresário de jogos ilegais com políticos e agentes privados.

ANP descobre grandes reservas de gás em bacias terrestres


Ramona Ordoñez e Bruno Rosa, O Globo


Visto como a nova fronteira energética do país, o gás natural pode colocar o Brasil em um novo patamar no cenário internacional.

Até então associado à exploração de petróleo no mar, o gás virou tema de estudos profundos, feitos pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) e por empresas, que indicam enorme potencial em bacias terrestres. Para especialistas, o país tem reservas gigantescas de gás natural do porte das de petróleo no pré-sal da Bacia de Santos.

Com isso, a oferta ao mercado deve aumentar 360%, passando dos atuais 65 milhões para 300 milhões de metros cúbicos por dia entre 2025 e 2027.

Para 2020, a Petrobras, principal produtor, trabalha com um cenário de 200 milhões de metros cúbicos por dia. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, vai mais longe. Em entrevista ao GLOBO, prevê a autossuficiência do país no setor em cinco anos. Depois, pode até se tornar exportador:

— O país vai viver a era de ouro para o gás.

É tanto gás que em áreas como nas bacias dos Parecis, em Mato Grosso, e do São Francisco, em Minas Gerais, o gás chega a borbulhar, num fenômeno denominado exsudação. Em certos pontos, como na pequena Buritizeiro, em M8inas Gerais, na água que jorra do solo, com apenas um fósforo, se acende uma chama intermitente.


1 em cada 4 professores da educação básica não tem diploma superior


Amanda Cieglinski, Agência Brasil


Aproximidamente 25% dos professores que trabalham nas escolas de educação básica do país não têm diploma de ensino superior.

Eles cursaram apenas até o ensino médio ou o antigo curso normal. Os dados são do Censo Escolar de 2011, divulgado este mês pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep).

Apesar de ainda existir um enorme contingente de professores que não passaram pela universidade – eram mais de 530 mil em 2011 – o quadro apresenta melhora. Em 2007, os profissionais de nível médio eram mais de 30% do total, segundo mostra o censo.

Para o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Roberto Leão, os números são mais um indicativo de que o magistério não é uma carreira atraente.

“Isso mostra que as pessoas estão indo lecionar como última opção de carreira profissional. Poucos profissionais bem preparados se dedicam ao magistério por vocação, uma vez que a carreira não aponta para uma boa perspectiva de futuro. Os salários são baixo, e as condições de trabalho ruins”, explica.


Crimes, temos por aqui. Falta um país, por Luis Fernando Veríssimo



Quando o grampo telefônico e a minicâmera escondida ainda não eram instrumentos de denúncia e moralização, o político corrupto podia contar com uma certa tolerância tácita dos seus pares e do público.

Mesmo quando não havia dúvidas quanto a sua corrupção, havia a disposição de perdoá-lo, até de folclorizá-lo — e o político que roubava mas fazia tinha o privilégio do artista, de ser um canalha em particular se sua obra o redimisse.

Uma única gravura do Picasso absolve uma vida de mau-caráter. A obra do Marquês de Sade é estudada com a mesma isenção moral dedicada à obra de Santo Agostinho — que nem sempre foi santo — e ninguém quer saber se o escritor engana o fisco ou bate na mãe se seus livros são bons.

Ou querer saber, queremos, mas só pelo valor de fuxico.

A absolvição custa um pouco mais quando o pecado do artista é o da ideologia errada. Pois se se admitia no político a perversão privada do artista, a única inconveniência intolerável no artista era a incorreção política.
Assim um Louis Ferdinad Céline e um Wilson Simonal tiveram que esperar a remissão que o tempo acabou dando a Kipling, Claudel, Nelson Rodrigues, Jean Genet, etc. Mas a receberam.

O político que declaradamente roubava mas se redimia fazendo tinha um pouco desta imunidade de artista. Sua obra justificava seus pecados, quando não era uma decorrência deles.

Todo o sistema de conveniências e deixa-pra-laísmo que domina o Congresso brasileiro e que está sendo testado agora presume a mesma desconexão entre moral privada e moral aparente. A cultura do clientelismo, onde o suposto proveito político substitui a ética, está baseada nela.

O que causou a atual revolta contra a roubalheira e a tolerância com a corrupção no Brasil, além das modernas técnicas de averiguação, é a constatação crescente de que aqui não se tem nem a ética nem o proveito, rouba-se para poucos e não se faz para a maioria.

Em cleptocracias mais avançadas a obra dos artistas do desenvolvimento, todos bandidos, redimiu-os. Empresários corruptores e políticos corruptos fizeram dos Estados Unidos, por exemplo, o que eles são hoje.

O capitalismo selvagem americano domou a si mesmo depois de construir um país, ou controlou-se razoavelmente, mas nos seus tempos desinibidos escandalizaria até o Cachoeira. Aqui se tem o crime mas ainda não se tem o país.

sábado, 28 de abril de 2012

Assim caminha a Cabralândia

Festança no Hotel Ritz em Paris

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Sérgio Côrtes, secretário da Saúde, e Carlos Wilson, secretário de governo, fazem papel ridículo em Paris ao lado de Cavendish, aquele já com a fralda (a cada camisa) fora da calça
Sérgio Côrtes, secretário da Saúde, e Carlos Wilson, secretário de governo, 
fazem papel ridículo em Paris ao lado de Cavendish, 
aquele já com a fralda (a da camisa) fora da calça

Júlio Lopes, secretário de Transportes do Rio, Fernando Cavendish e Regis Fichtner na Avenida Champs-Elysées, em Paris. Fichtner faz um pente fino nas obras que a Delta realiza no estado...
Júlio Lopes, secretário de Transportes do Rio, 
Fernando Cavendish e Regis Fichtner na 
Avenida Champs-Elysées, em Paris. Fichtner faz um pente fino
 nas obras que a Delta realiza no estado...

Enquanto isso os desabrigados da região serrana do Rio de Janeiro continuam assim:

O Rock do Mensalão apresentado no “Programa do Jô”. A nova “Festa de Arromba”

Circula na Internet o Rock do Mensalão, uma adaptação de “Festa de Arromba”. A música foi apresentada no “Programa do Jô”, comandado por Jô Soares. Segundo se diz na rede, não foi ao ar, mas a informação é falsa. Foi, sim! Divirtam-se.

Mensalão em junho



Antes da volta em agosto

Ayres Britto respondeu ofício da Academia Brasileira de Direito Constitucional que pedia a cassação do recesso de julho no STF para o julgamento do Mensalão. Ao presidente da entidade, Flávio Pansieri, disse o seguinte:

*Ricardo Lewandowski deve entregar seu voto de revisor até o fim de maio. Com isso, o julgamento do Mensalão terá inicio em junho.

*Cerca de seis sessões serão necessárias para o julgamento. Três para as sustentações orais e três para individualizar condutas e calcular penas – caso elas existam.

*Se não conseguir encerrar o julgamento em junho vai consultar os demais ministros e pedir mais uma ou duas sessões durante o recesso de julho. Ele quer que a Corte retome suas atividades normais em agosto sem a sombra do Mensalão.

(A assessoria de Ayres Britto disse que Lewandowski não sinalizou ao presidente uma data para a entrega do seu voto. Se ele for apresentado em maio, o Mensalão será julgado em junho. Se a entrega demorar, o caso poderá ir para a pauta em agosto).

Arruda de novo: agora envolvido em caso de tentativa de suborno


Arruda: encrencado

Preso em fevereiro de 2010 por tentar atrapalhar as investigações da Polícia Federal sobre o mensalão do DEM de Brasília, José Roberto Arruda parece não ter aprendido a lição. Na semana passada, uma ex-secretária do delator do escândalo, Durval Barbosa, envolveu o nome de Arruda em uma tentativa de suborno a testemunha. Danubia Vieira disse à Polícia Civil do DF que a ex-mulher de Barbosa, Fabiani, ofereceu dinheiro, um carro zero (Danubia poderia até escolher o modelo) e prestígio social para que ela prestasse depoimento incriminando Barbosa. As orientações de Fabiani, segundo Danubia, seriam repassadas por Arruda e pelo empreiteiro José Celso Gontijo.

Em SP, motorista que não respeitar ciclista pagará até R$ 574,62


Estadão



Motoristas paulistanos terão de respeitar ciclistas se não quiserem levar multa de até R$ 574,62 e ganhar sete pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH). No dia 14 de maio, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) vai começar a fiscalizar e autuar veículos que não dão prioridade às bicicletas.

A partir dessa data, infrações baseadas em cinco artigos do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) já deverão ser aplicadas por 2,4 mil agentes de trânsito.

Universidades paulistas descartam cotas raciais


Estadão.com.br

Mesmo após o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir pela legalidade das cotas raciais, a USP não pretende adotar o sistema.

Em 2009, quando assumiu a reitoria da USP, João Grandino Rodas afirmou que as cotas seriam "discutidas" no Conselho Universitário, mas o assunto só foi falado de forma marginal durante debate para reforma do programa de inclusão de alunos de escolas públicas na instituição.

As universidades estaduais Paulista (Unesp) e de Campinas (Unicamp) também informaram que não vão adotar cotas. USP, Unesp e Unicamp defendem a prevalência do mérito na seleção, embora tenham ações de inclusão - sem, no entanto, reservar vagas.

A ONG Educafro afirmou que vai entrar com uma ação na Justiça contra as três instituições para que o sistema seja adotado. O processo deverá ser protocolado até o dia 11 de maio.

"Após a decisão do STF e da orientação expressa dos ministros, vamos entrar com ação de Obrigação de Fazer", afirma o presidente da Educafro, frei David dos Santos. "Único programa que provou eficiência na inclusão de negros é a cota. Se a USP provar que incluiu a mesma porcentagem de negros que a UERJ e UnB, eu mudo de opinião", afirmou.

Quando Rodas foi escolhido reitor da USP, a Educafro comemorou. Rodas havia defendido as cotas em conversas com a ONG. Em entrevista ao Estado, no dia em que foi anunciado reitor, disse: "Realmente é necessário que a USP discuta cotas e outras coisas. Por essa razão, vamos levar essa problemática ao Conselho Universitário".

Com Cachoeira, Demóstenes combina 'bater' em Gurgel, um 'sem vergonha'


Estadão

Investigado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) chamou o procurador-geral, Roberto Gurgel, de "sem vergonha" durante o escândalo do caso Palocci, em 2011.

Áudios obtidos pelo Estado mostram que, em conversa com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, o parlamentar afirmou que tinha de "bater" em Gurgel para ele não se animar a investigá-lo.



Segundo a Polícia Federal, a interceptação foi feita na manhã seguinte a um pronunciamento no Senado em que Demóstenes criticava a atuação do procurador-geral, que arquivou a investigação contra o ex-ministro da Casa Civil do governo Dilma Rousseff, Antonio Palocci, por enriquecimento ilícito a partir de consultorias supostamente prestadas por sua empresa, a Projeto.

A representação foi feita pelos partidos de oposição. Na ocasião, o senador foi um dos maiores críticos à postura de Gurgel.

"Se não der nele, ele (Gurgel) começa a pegar a gente também, você entendeu? Agora, se ele está cumprindo obrigação do governo, agora ele inocenta o governo e depois pega um da oposição. Isso é sem vergonha. Se não bater nele, ele anima", disse Demóstenes, em conversa às 10h06 do dia 7 de junho de 2011. Cachoeira elogiou o discurso do parlamentar e ressaltou que o procurador ficou "desmoralizado" depois da fala do senador.

Na época em que Demóstenes criticava Gurgel, a PF já havia remetido ao procurador peças do inquérito da Operação Vegas, que demonstravam a proximidade entre o senador e Cachoeira.

Nos grampos, o parlamentar pede dinheiro ao contraventor para pagar suas despesas. Contudo, mesmo de posse do material desde 2009, o procurador só pediu autorização ao STF para investigá-lo em 2012, após a crise provocada pela Operação Monte Carlo.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Lula exige do PT que faça da ‘Veja’ alvo na CPI


Josias de Souza


Depois de insuflar no PT o ânimo que levou o partido a aderir à CPI do Cachoeira, Lula opera para direcionar a ação do petismo na investigação iniciada nesta semana. Sua principal obsessão é a de converter a ‘Veja’ em alvo.

Lula cobra de congressistas e dirigentes do PT que levem a revista à alça de mira. Declara-se convencido de que a publicação associou-se ao aparato de espionagem de Carlinhos Cachoeira para produzir reportagens contra o governo dele.

Cita, entre outras passagens, a filmagem que pilhou um funcionário dos Correios recebendo propina e levou Roberto Jefferson (PTB-RJ) a denunciar a existência do mensalão, cujo processo o STF está prestes a julgar.

Lula também menciona o grampo que captou conversa do senador Demóstenes Torres com o ministro Gilmar Mendes, do STF. Atribuída à Abin, a escuta clandestina forçou-o a afastar da direção da agência de inteligência o delegado federal Paulo Lacerda.

O diálogo veio à luz apenas em versão impressa. Demóstenes e Gilmar confirmaram o conteúdo. Mas o áudio jamais apareceu. Agora, Lula instila a suspeita de que é “a turma do Cachoeira” que está por trás da trama, não a Abin.

Nesta semana, Lula discutiu o assunto em reuniões com pelo menos duas lideranças do PT. Falou de ‘Veja’ como uma ideia fixa. Mesmo sem dispor de provas, disse não “engolir” a versão segundo a qual a revista serviu-se de Cachoeira e seus espiões apenas como fontes de informações.

Na versão do ex-soberano, ‘Veja’ teria ultrapassado as fronteiras da ética jornalística, ajudando a preparar as ações de espionagem. Uma versão que a revista já negou e que os grampos da Operação Monte Carlo veiculados até aqui desautorizaram.

Numa das escutas telefônicas captadas pela PF na investigação que levou Cachoeira à cadeia em 29 de fevereiro, o contraventor conversa com Jairo Martins, ex-espião da Abin.

No diálogo, diferentemente do que sustenta Lula, o jornalista que chefia a sucursal de ‘Veja’ em Brasília, Policarpo Júnior, é citado como personagem no qual a quadrilha não pode confiar. Recorde-se, por eloquente, um trecho:

- Cachoeira – O Policarpo, você conhece muito bem ele. Ele não faz favor pra ninguém e muito menos pra você. Não se iluda, não […] Os grandes furos do Policarpo fomos nós que demos, rapaz […] Ele não vai fazer nada procê.

- Jairo - É, não, isso é verdade aí.

- Cachoeira - Limpando esse Brasil, rapaz, fazendo um bem do caralho por Brasil, essa corrupção aí. Quantos já foram, rapaz? E tudo via Policarpo. Agora, não é bom você falar isso com o Policarpo, não, sabe? Você tem que afastar dele e a barriga dele doer, sabe? Tem que ter a troca, ô Jairo. Nunca cobramos a troca.

- Jairo - Isso é verdade.

Cachoeira - E fala pra ele […]: eu ganho algum centavo seu, Policarpo? Não ganho. […] Nós temos de ter jornalista na mão, ô Jairo! Nós temos que ter jornalista. O Policarpo nunca vai ser nosso…

Jairo - É, não tem não, não tem não. Ele não tem mesmo não. Ele é foda!

Nesta quinta (26), os congressistas que representam o PT na CPI reuniram-se com a bancada de deputados do partido. Debateu-se no encontro a estratégia a ser seguida pelo petismo.

Concluiu-se o óbvio: no caso de ‘Veja’ e dos outros alvos do PT, a conversão dos desejos em prática depende da existência de provas –indícios pelo menos— que justifiquem a ação partidária na CPI.

Optou-se por priorizar a análise dos volumes e dos CDs colecionados pela Polícia Federal nas duas operações abertas contra Cachoeira e sua quadrilha: Vegas, concluída em 2009, e Monte Carlos, de 2012. Requisitados na quarta (25), os autos ainda não chegaram à CPI.

Também ficou decidido que o PT vai mover suas engrenagens para arrastar o procurador-geral da República Roberto Gurgel até o banco da CPI. Deseja-se constrangê-lo numa inquirição.

O partido de Lula acusa Gurgel de ter retardado deliberadamente a parte da investigação que envolveu Demóstenes Torres. O petismo escora a acusação num fato, do qual extrai ilações que levam à suspeição.

O fato: O inquérito da Operação Vegas, a primeira aberta contra Cachoeira, chegou à Procuradoria-Geral da República em 2009. Iniciada em Goiás, a investigação subiu a Brasília porque a voz de Demóstenes começou a soar nos grampos.

Gurgel tinha duas providências a adotar: ou considerava o inquérito frágil e o mandava ao arquivo ou enxergava consistência no papelório e requisitava a abertura de investigação contra Demóstenes no STF.

Não ocorreu nem uma coisa nem outra. O caso Vegas dormitou nas gavetas da Procuradoria por arrastados três anos. Gurgel só levou Demóstenes à grelha do Supremo no mês passado, quando o envolvimento do senador com Cachoeira já se encontrava pendurado nas manchetes.

As ilações: os petistas difundem a suspeita de que a inação de Gurgel atendeu a interesses alheios às suas atribuições de chefe do Ministério Público Federal. O céu é o limite das insinuações que fazem ferver o partido.

Oficialmente, Gurgel já informou que reteve a Operação Vegas à espera da conclusão da segunda operação da PF, a Monte Carlo. Munido de informações que dizem ter recolhido no governo, os petistas descrêem.

Sustentam que ocorreu o contrário: a segunda investigação teria sido aberta pela PF em reação ao engavetamento da primeira. Nessa versão, Gurgel só agiu depois que os grampos, vazados em catadupas, tornaram o pedido de providências ao STF incontornável.

O advogado Antonio Carlos de Almeida ‘Kakay’ Castro, defensor de Demóstenes, desenvolve um raciocínio que distancia Gurgel das teorias conspiratórias do PT. Avalia que o procurador-geral demorou a acordar para a Operação Vegas por “desorganização” do Ministério Público.

Kakay recorda que, quando já ecoavam no noticiário as escutas da Operação Monte Carlo, um repórter da TV Bandeirantes lhe telefonou para indagar sobre o inquérito Vegas. O advogado diz ter procurado Demóstenes, que declarou desconhecer a investigação. Dirigiu-se, então, à Procuradoria. Foi informado de que “não havia nada”.

Súbito, a informação de que a Operação Vegas acumulava pó na Procuradoria desde 2009 virou notícia. 

“No dia seguinte, o inquérito apareceu”, diz Kakay. Um detalhe o leva a atribuir o sumiço à “desorganização”: Gurgel não tinha razões para proteger Demóstenes. Ao contrário, o senador é desafeto do procurador-geral.

No ano passado, Gurgel mandara ao arquivo uma representação na qual senadores oposicionistas pediam que apurasse o enriquecimento do então ministro Antonio Palocci (Casa Civil), que multiplicara por cinco seu patrimônio prestando “consultorias”.

Um dos signatários da petição, Demóstenes chamara Gurgel de covarde. Dissera que o procurador-geral protegera Palocci de olho na recondução ao cargo de procurador-geral, que seria confirmada por Dilma Rousseff. Assim, sustenta Kakay, a acusação de que Gurgel sentou sobre o processo para beneficiar Demóstenes não faz nexo.

Seja como for, o PT acha que Gurgel deve explicações. Na quarta (25), durante a sessão inaugural da CPI, o senador Fernando Collor (PTB-AL) propôs que fosse votado um requerimento de convocação de Gurgel.
O deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) tentou convencer Collor a retirar o requerimento. Não que estivesse contra. Apenas achava que não era hora. Jilmar Tatto (SP), líder do PT, desaconselhou a votação. E o presidente da CPI, Vital do Rêgo (PMDB-PB), absteve-se de levar o requerimento a voto.

Antes de convocar, o PT deseja “convidar” Gurgel a comparecer à CPI. Se ele recusar o “convite”, será convocado. A bancada do governo congrega 65% dos votos da CPI. Imagina-se que os não-petistas também desejarão ouvir Gurgel. A ver.

O que pode mudar na rotina do Senado com a CPI mista do Cachoeira


Senado: a CPI vai dar o que falar

O Senado estuda implantar um esquema especial de segurança para abrigar o palco da CPI mista do Cachoeira. Com praticamente todos os órgãos de imprensa concentrados na cobertura da investigação, o tradicional plenário das CPIs ficou pequeno para comportar parlamentares, jornalistas e uma infinidade de assessores parlamentares. Para evitar a superlotação do ambiente, o Senado estuda limitar o número de assessores nas reuniões da CPI. A ideia é adotar procedimento utilizado durante a CPI dos Correios, quando cada parlamentar teve direito a levar para o plenário apenas um assessor do gabinete.

Instalação de palanque politico com dinheiro público



Telão em praça pública

Projeto protocolado nesta semana na Câmara pelo petista Luiz Couto é mais um exemplo das propostas delirantes que, vira e mexe, são apresentadas pelos deputados em Brasília. Couto quer “estabelecer a obrigatoriedade de instalação de telões em praça pública nos municípios com população entre 20 000 e 100 000 habitantes, para transmissão dos trabalhos do poder Legislativo Federal”. Simples assim.

A infraestrutura audiovisual deve conter, no mínimo, telão, projetor, equipamento de som e facilidades de recepção de sinal de TV por transmissão da programação. E Couto especifica:

– Os equipamentos devem estar presentes em pontos estratégicos de maior aglomeração, de modo a maximizar o número de possíveis espectadores dos conteúdos por eles exibidos.

O projeto de Couto não tem a menor chance de vingar. Mas se fosse, de fato, convertida em lei, a ideia demandaria a instalação dos referidos equipamentos em pelo menos 1 200 municípios com população entre 20 000 e 100 000 habitantes. Já imaginou?

Paulistanas cobram STF para julgar mensalão até junho


Após terem se reunido, no fim do ano passado, para discutir o problema da corrupção no País, um grupo de mulheres paulistanas voltou a se encontrar nessa quinta-feira, 25, para outro ato de protesto: pedir que o Supremo Tribunal Federal (STF) julgue neste semestre o processo do mensalão.


Lideradas pela psicanalista lacaniana Maria Cecília Parasmo, nove representantes da sociedade civil passaram a tarde dessa quinta em um prédio nos Jardins, bairro nobre da capital, debatendo o assunto.

"Nós temos que sair, gritar, berrar: 'Ministro (Ricardo) Lewandowski, ponha a mão na consciência e devolva o processo para que seja colocado em julgamento'", bradou Sileni Rolla, do Movimento Mulheres da Verdade. Ricardo Lewandowski, do STF, é o revisor do processo e deve liberar seu voto para que o caso possa ser julgado.

Para dar consistência à manifestação, o grupo - batizado de "Ação pela Cidadania" - tentou, sem sucesso, falar com dois ministros do STF pelo telefone: o novo presidente da Corte, Carlos Ayres Britto, e Joaquim Barbosa.

Enquanto o grupo deixava recados a assessores e secretárias dos gabinetes, os ministros estavam no plenário para julgar a questão das cotas raciais nas universidades.

As mulheres, no entanto, não se abalaram e prometeram uma ida à Brasília para tentar uma audiência com os membros da Corte. "Já temos umas 15 pessoas dispostas a ir", disse a advogada Raquel Alessandri. "Já imaginou? Vai ser o povo tomando Brasília."

A proposta do grupo é a de que o dinheiro público supostamente desviado pelo mensalão, se recuperado, seja usado em obras sociais, como creches e hospitais.

Ampulheta. Com a mesma intenção de pressionar o STF, um grupo criado pelo Facebook tentou entregar ontem uma ampulheta a Lewandowski. O objeto foi escolhido para representar a passagem do tempo. Segundo eles, o ministro cancelou a audiência agendada há mais de um mês.

Em gravação, Carlinhos Cachoeira diz que elegeu Perillo


Conversas gravadas pela Polícia Federal mostram que o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, cobrou do ex-presidente do Detran de Goiás Edivaldo Cardoso a fatura pelo apoio à eleição do governador Marconi Perillo (PSDB).

No diálogo, o bicheiro e o ex-auxiliar do governador discutem a partilha da verba publicitária do Detran, segundo Edivaldo, no valor total de R$ 1,6 milhão. Cachoeira lembra da participação que teve na campanha de Perillo e exige a maior fatia do bolo.

Quem lutou e pôs o Marconi lá fomos nós — diz Cachoeira.


A conversa foi interceptada pela Polícia Federal em 2 de março do ano passado, logo no início do governo do tucano. Cachoeira descobriu que um jornal de Anápolis, de oposição ao governador, receberia uma verba mais expressiva que o jornal dele, que, segundo a Operação Monte Carlo, está em nome de um laranja do bicheiro.

Contrariado, Cachoeira diz que a partilha não está correta e deve ser revisada.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Conforme o previsto, cotas venceram; branco, pobre, heterossexual e cristão passa a ser o verdadeiro negro do Brasil


Por Reinaldo Azevedo

O caso está decidido, conforme o previsto. Pior do que o mérito, que joga no lixo o Artigo 5º da Constituição e faz de brancos pobres sócios do regime escravocrata que vigorou no Brasil — obrigando-os a pagar com a própria pele (!) por aquele processo histórico — são os argumentos. Todos eles atribuem ao tribunal — ou a seus membros — a competência de fazer justiça com a própria toga.

As cotas para negros nas universidades públicas já estão oficializadas. Agora resta às demais minorias, com base naqueles mesmos argumentos que sustentam que se possam suprimir direitos de uns para conceder privilégios a outros “em nome da igualdade e da dignidade humana”, reivindicar o seu quinhão.

Eu me sinto, vamos dizer, intelectualmente recompensado porque antevi isso há muitos anos, não? É minha a frase segundo a qual o branco, pobre, heterossexual e cristão passaria a ser o verdadeiro negro do Brasil. Ninguém é por ele, e todos são contra ele. É um sem-ONG, um sem-razão, um sem-direito. Está proibido até mesmo de reivindicar. Caso se mobilize, os bem-pensantes, inclusive os da imprensa, apontarão o dedo: “Fascista!”

Roteirista de HQ tira Batman do armário: 'Ele é gay'


George Clooney (à direita) no papel de Batman e Chris O'Donnel como Robin, em <i>Batman & Robin</i> (1997)

"Não estou usando o termo gay de modo pejorativo, mas a verdade é que Batman é muito, muito gay." Foi assim que o roteirista Grant Morrison tirou do armário o super-herói da DC Comics – cuja relação com o parceiro Robin era alvo de suspeitas há tempos. A declaração está na última edição da Playboy americana. A revista traz também trabalhos de Frank Quietly, desenhista que passa para o papel as ideias de Morrison.


"Obviamente, como personagem fictício Batman está destinado a ser heterossexual, mas a base de seu conceito é totalmente gay. E acho que é por isso que as pessoas gostam dele. Muitas mulheres avançam sobre Batman, pulando telhados com roupas fetichistas atrás dele. Mas ele nem liga – está mais interessado em sair com seu parceiro."


Não foi apenas a "sexualidade desviante", como a define, o único elemento que tornou Batman atraente para o roteirista. "Eu me interessei pela questão de classe do herói: ele é um homem rico que luta pelos pobres. É uma missão muito bizarra a de sair à noite vestido de morcego, mandar os junkies para o inferno e depois voltar para a sua mansão."

Morrison tem grande interesse pelo lado psicológico dos personagens. No ano passado, ele já havia adiantado que escreveria uma história sobre o confronto da Mulher Maravilha com suas origens feministas e fetichistas, trabalho que toca agora.


Ainda na edição, o roteirista aproveitou para explicar as origens do Super Homem, criado durante a Grande Depressão e destinado a ser o herói dos oprimidos. “Os escritores americanos frequentemente dizem que é difícil escrever Super-Homem. Eles dizem que ele é muito poderoso; você não pode dar problemas a ele. Mas ele é uma metáfora. Para mim, ele tem os mesmos problemas que nós, mas numa escala Paul Bunyan”, disse, em referência a um lenhador gigante, figura lendária nos Estados Unidos.

Oscar no Senado




A direção do Internacional anda tão desesperada no impasse em torno da liberação do meia Oscar junto ao São Paulo, que o presidente do clube, Giovanni Luigi, resolveu apelar até para a bancada gaúcha do Congresso.

Nesta quinta-feira, Ana Amélia Lemos, Pedro Simon e Paulo Paim usaram a tribuna do Senado para defender o direito de Oscar jogar pelo Inter. Enquanto os dois times não chegam a um acordo sobre o valor da multa contratual, Oscar segue treinando, mas não pode ser utilizado pelo Inter. Os senadores gaúchos entraram no assunto depois que Paim recebeu uma carta de Luigi. Diz Ana Amélia:

– Defendemos o direito do jogador jogar onde quiser. O Inter tem pressa porque o time anda jogando mal.

Suprema saia justa



Araju Sepete Guarani foi retirado à força pelos seguranças do Supremo Tribunal Federal na tarde desta quinta-feira (26), ao protestar pelo direito de cotas para indígenas em universidades, em julgamento pela Corte.  (Foto: Andre Dusek/Agência Estado)

Em sua segunda sessão à frente do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quinta-feira, o ministro Carlos Ayres Britto teve de enfrentar uma tremenda saia justa. Durante a discussão sobre cotas raciais no ensino superior, o julgamento teve de ser interrompido por causa da reação da plateia – fato raríssimo na Suprema Corte.

Logo no início da sessão, durante a leitura do voto do ministro Luiz Fux, o índio guarani Araju Sepeti, que acompanhava a sessão, começou a protestar, interrompendo o magistrado pelo menos três vezes. Ayres Britto bem que tentou intervir: pediu para que o manifestante se acalmasse e não atrapalhasse mais o julgamento. “Se prosseguir, vou mandar o senhor ser retirado”, disse o presidente.

A estratégia não deu certo. Ayres Britto precisou suspender a sessão, que só foi retomada depois que o índio foi carregado por seguranças para fora do plenário. Ele saiu gritando e pedindo socorro. “Racistas! Vocês não respeitam a Constituição”, disse aos seguranças. Protestou porque os ministros não citaram a possibilidade de cotas para índios durante o julgamento.

Na plateia do filme, José Dirceu, José Genoino, Agnelo Queiroz…


Estadão:

Mesmo depois de escancaradas suas diferenças com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em relação à conveniência da CPI do Cachoeira e à escolha do relator da comissão, a presidente Dilma Rousseff negou ontem que tenha divergências com o padrinho político. Ao lado de Lula, que desembarcou ontem em Brasília para conversar com a herdeira em meio ao tiroteio da CPI, Dilma procurou encerrar o assunto.

”Não tem diferença entre nós. Nunca vai ter”, disse a presidente, em tom taxativo. Bem-humorado, Lula afirmara, antes, que tinha diferença, sim, com sua sucessora. “É que ela pode fazer mais, fazer melhor. Se continuar assim, ela vai chegar a 87% no próximo mês”, emendou, numa referência à popularidade de Dilma.

Os dois fizeram os comentários depois de assistirem à sessão de estreia do documentário “Pela Primeira Vez”, no Museu Nacional. Dirigido por Ricardo Stuckert, o filme de 32 minutos mostra o último dia de Lula no Planalto e a passagem da faixa presidencial para Dilma.

Na plateia estavam réus do processo do mensalão, como o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, e o ex-deputado José Genoino. Também estavam o pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, e o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT) — suspeito de envolvimento com o contraventor Carlos Cachoeira.
(…)

O bacalhau



Em meio aos grampos, o bacalhau

Magistrados do Rio de Janeiro estão preocupados com o bacalhau. Dizem que, se não aceitam um pedido da Polícia ou do MP para escutas telefônicas, são taxados de coniventes com o crime. E, se aceitam, reclamam que sempre tem um bacalhau no meio.

A expressão é usada para as escutas adicionais enfiadas no pedido judicial, mas que não têm nada a ver com a investigação e servem para alimentar arapongagens e obter informações privadas de forma irregular com uma certa cobertura de legalidade.

Liberdade é a liberdade dos outros


Carlos Brickmann



O governo acaba de mostrar o que é que entende por liberdade de expressão (ou, se alguém preferir, liberdade de imprensa): o Palácio do Planalto informou que o CQC está proibido de acompanhar as viagens da presidente Dilma Rousseff. O Ministério das Relações Exteriores anunciou que o CQC está proibido de entrar no Palácio do Itamaraty.

É antidemocrático, claro. E é burro: a grande reportagem não precisa ser feita no prédio onde vivem ou trabalham seus personagens.

Quando fez a série das mordomias, Ricardo Kotscho não precisou ir à casa ou ao escritório de Sua Senhoria nenhuma para contar como funcionava a bandalheira.

E, num regime autoritário, em sua fase mais dura, o repórter Ewaldo Dantas Ferreira foi proibido de viajar com o presidente Emílio Médici aos Estados Unidos. Viajou sem ele, longe da comitiva, fez reportagens antológicas para o Jornal da Tarde e não teve de conviver com aquela gente gosmenta que cercava Sua Excelência.

O governo atual, com as proibições ao CQC, mostra sua face autoritária e desconhecedora do que seja a liberdade de expressão.

Já o Sindicato dos Jornalistas de Brasília, que propõe que o governo tome mais medidas contra o CQC, é pior: eles sabem, ou deveriam saber, que liberdade é a liberdade de quem pensa diferente de nós.

Eles sabem, ou deveriam saber, que jornalismo é oposição: ficar pedindo favores ao governo é coisa de pelego, não de jornalista. E querer monopolizar a coleta e distribuição de informações é coisa de pelego corporativista.

A propósito, este colunista acha que o tipo de cobertura feito pelo CQC é um horror; aliás, nem o considera jornalismo. Mas quem vai definir o que é jornalismo não é este colunista, nem o pessoal que se julga de esquerda e não conhece o pensamento essencial de Rosa Luxemburgo: é o público, é o consumidor de informação.

Ou é o público que define o tipo de informação que prefere ou o jornalismo acabou: teremos de volta a ditadura militar, que de vez em quando implicava com o “baixo nível da TV” e obrigava as emissoras a transmitir concertos e ópera.

Podemos ter, talvez, o Pravda ou o Izvestia, determinando qual a linha justa de pensamento; ou o Die Sturm, o favorito de Hitler.

Onde já se viu, sindicato de jornalistas pedindo censura?

Casa própria fica mais em conta


O Globo



Depois de liderar a derrubada dos juros no crédito pessoal, a Caixa Econômica Federal ataca no setor imobiliário, segmento onde já é líder. A partir de 4 de maio, vai cobrar juros mais baixos nos novos financiamentos habitacionais para a classe média.

Quem é cliente e recebe salário pelo banco terá um desconto de 21% na taxa para imóveis avaliados em até R$ 500 mil. Neste caso, o percentual cairá de 10% ao ano para 7,9%. Para quem não é correntista, a nova taxa será de 9%, queda de 10% em relação à atual.

No caso de imóveis com valor superior a R$ 500 mil, a taxa cairá de 11% para 9%, se o mutuário tiver relacionamento com a Caixa, o que equivale a uma redução de 18%. Se não for cliente, o juro ficará em 10% ao ano.

Até 4 de maio, a Caixa vai intensificar o treinamento dos funcionários nas agências e implementar um simulador no site da instituição (www.caixa.gov.br). A orientação para quem for fechar contratos nesse período é comparar as condições atuais com as taxas futuras e, se for vantajoso, esperar pela vigência das novas taxas. 

Deputados querem poder para mudar decisões do STF


Estadão.com.br



A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou nesta quarta-feira, 25, proposta de emenda constitucional que permite ao Congresso sustar decisões do Judiciário. Nesta quinta-feira, 26, o Legislativo só pode mudar atos do Executivo. A proposição seguirá para uma comissão especial.



A polêmica proposta foi aprovada por unanimidade após uma articulação de deputados evangélicos e católicos. Para eles, a medida é uma resposta à decisão do Supremo Tribunal Federal, que legalizou o aborto de fetos anencéfalos. Se a regra já estivesse em vigor, os parlamentares poderiam tentar reverter a permissão de interromper a gravidez nesses casos.

O texto considera de competência do Congresso sustar "atos normativos dos outros poderes que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa". Além de resoluções de tribunais e atos de conselhos, há deputados que acham ser possível sustar decisões do Supremo com repercussão geral e até súmulas vinculantes.

PT terá de devolver dinheiro do fundo partidário, decide TSE




O plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou nesta terça-feira (24) que o PT devolva R$ 9 mil aos cofres públicos e R$ 50 mil ao fundo partidário, após apontar irregularidades nas contas do partido de 2006. O G1 procurou o advogado do partido após o julgamento, mas não conseguiu localizá-lo.

De acordo com o relator da prestação de contas da sigla, ministro Marcelo Ribeiro, o dinheiro que deverá ser devolvido ao erário teria sido gasto com bebidas alcoólicas.

“Não é aceitável que as receitas do Fundo Partidário sejam gastas com bebidas alcoólicas, ainda que fossem componentes de buffet contratado para a inauguração da sede nacional do partido”, afirmou.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

“Não preciso de emprego”



"Não preciso de emprego"

Bastou Fernando Haddad rasgar elogios a Luiza Erundina para ganhar força em São Paulo o rumor sobre uma eventual composição de chapa entre o PT e o PSB. Se o movimento existe, esqueceram de avisar a própria Erundina, que está uma arara com o envolvimento do seu nome na corrida eleitoral. Veja o que ela diz:

– Não fui consultada nem pelo PT nem pelo meu partido. Isso é um balão de ensaio, um desrespeito comigo. Se pensam que vão decidir por mim, não vão. Quero ser ouvida. Não preciso de emprego.

Erundina diz que São Paulo precisa de um prefeito que pense a cidade para além de quatro anos de mandato. Sendo assim, ela avalia que nenhum dos candidatos apresentados tem esse perfil:

– Já governei aquela cidade e gostaria de apoiar um candidato que pensasse nos projetos para além de quatro anos. Mas não vi nenhum com essas qualidades.

SUPREMO RETOMA HOJE JULGAMENTO SOBRE COTAS RACIAIS.

NÓS, OS ANTIRRACISTAS, TEMOS O DEVER DE COMBATER A RACIALIZAÇÃO DO BRASIL


O Supremo Tribunal Federal deve retomar hoje o julgamento sobre as cotas raciais nas universidades públicas. Eis mais um tema que desperta paixões e que se abre a todo tipo de feitiçaria interpretativa da Constituição. Não há juízo neste mundo, NÃO À LUZ DA CONSTITUIÇÃO AO MENOS, que consiga dar sentido alternativo ao que vai no caput do Artigo 5º da Constituição, uma cláusula pétrea:

“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade (…)”

Causa finita est. Ou deveria ser ao menos. “Todos” quer dizer “todos” — brancos, mestiços, pretos, amarelos, vermelhos… Se as circunstâncias, em razão de uma gama enorme de fatores, torna desiguais os homens, desiguais eles são na vida social. E a política existe justamente para que se organizem e busquem viver na prática essa igualdade. Não será DESIGUALANDO-OS DIANTE DA LEI E JOGANDO FORA A CONSTITUIÇÃO que se vai produzir igualdade. O resto é o que chamo feitiçaria interpretativa. Em 2008, o ministro Ayres Britto, agora presidente do tribunal, fez uma afirmação de apelo supostamente poético, que seria endossada por qualquer representante de modelos totalitários do século 20, a saber:

“A verdadeira igualdade consiste em tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais”.

Não! Essa é só a verdadeira desigualdade. O jogo de palavras esconde um conceito terrível: alguns homens estão — os considerados, em princípio, “desiguais” — acima ou fora das leis. Repete, assim, na prática, o primado daquela tal Associação Juízes para a Democracia. O que precisa ser melhorado no Brasil é a escola pública. Ainda que fosse verdade — existem a respeito mais mistificações do que dados — que o regime de cotas amplia o número de negros nas universidades, isso não poderia se dar suprimindo direitos de terceiros, tenham que cor tiverem. Há três ações no Supremo. Uma delas destroça o aspecto supostamente virtuoso da frase da Britto.
(...)

Por Reinaldo Azevedo

Debandada de líderes na CPI



Líderes partidários estão fora da CPI

Quando José Sarney reuniu o primeiro time do Senado, há cerca de duas semanas, para avaliar a conveniência da CPI mista do Cachoeira, foram poucos os líderes que apoiaram a iniciativa. Diante da inevitável instalação da investigação, os mesmos líderes contrários à comissão resolveram então que iriam ocupar os cargos para evitar imprevistos.

Entre essa decisão e o anúncio da relação de indicados pela CPI ontem, algo misterioso aconteceu no Congresso: os caciques deram para trás e resolveram não botar a cara na CPI. Consequência: senadores desconhecidos, de primeira viagem e até suplentes são maioria na comissão.

O cenário não poderia ser pior para Agnelo Queiroz, Marconi Perillo e Sérgio Cabral. Na mira dos parlamentares, o trio não terá escudeiros de peso para defendê-lo de uma eventual convocação.

Médicos suspendem atendimento a pacientes de planos de saúde


Nadja Sampaio, O Globo


Médicos de 12 estados brasileiros vão paralisar os atendimentos nesta quarta-feira, Dia Nacional de Advertência aos Planos de Saúde, para reclamar contra os baixos honorários e a interferência dos planos na relação entre médico e paciente.

Na terceira mobilização no intervalo de um ano, os atendimentos de urgência e emergência serão mantidos, mas consultas eletivas pelos planos serão suspensas em Acre, Bahia, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe e Santa Catarina.

Os médicos pedem que os planos reajustem anualmente os honorários, que paguem multa se atrasarem o pagamento e que haja uma justificativa formal para as negativas de pagamento.

O Conselho Federal de Medicina, a Associação Médica Brasileira e a Federação Nacional dos Médicos também reforçaram o pedido para que as empresas de saúde suplementar negociem as reivindicações com os médicos. 

Foragido, tesoureiro de Cachoeira quer falar na CPI para 'cooperar'

Estadão.com.br

Apontado pela Polícia Federal como o arquivo vivo do esquema de pagamento de propina a políticos e servidores públicos comandado pelo contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, Geovani Pereira da Silva está “pronto para cooperar” com a CPI instalada para investigar, no Congresso, o caso.

O porta-voz do recado é seu advogado, Calisto Abdala Neto, que tenta garantir a liberdade do cliente. Para a Justiça, o homem apontado como tesoureiro de Cachoeira é considerado foragido há quase dois meses.
“Ele (o Geovani) está pronto para cooperar com a Justiça e com a CPI”, afirmou Abdala Neto ao Estado. O advogado disse que, a princípio, o tesoureiro poderia se defender das acusações das quais é alvo no Congresso e “contribuir” com as investigações. “Ele tem de responder por aquilo que ele fez.”

Para mostrar a disposição do cliente em ajudar, o advogado disse que, se ele for convocado para depor na CPI, não deve entrar com habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) para depor como testemunha, e não como investigado. Na condição de testemunha, teria a obrigação de falar a verdade e não poderia permanecer em silêncio.

No Congresso, apreensão com CPI do Cachoeira une base à oposição

O Globo

O clima de apreensão, principalmente no PT e no Planalto, aumentou muito nesta terça-feira com os rumos que vem tomando a CPI Mista do Cachoeira.

Antes manifestadas reservadamente, as preocupações foram explicitadas depois que o líder do PR, senador Blairo Maggi (MT), comunicou, em reunião dos líderes da base com a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, que o ex-diretor do Dnit Luiz Antônio Pagot está incontrolável, depois de ter se desligado do PR.

Em meio ao susto, alguns parlamentares davam nesta terça-feira novo apelido à investigação: CPI Jim Jones, porque “vai morrer todo mundo abraçado”, numa referência ao suicídio coletivo em 1978, na Guiana, que tinha à frente um líder de uma seita americana.

— O Pagot é um fio desencapado. Está descontrolado. Já avisou que quer ser o primeiro a depor na CPI e vai falar de tudo quanto é obra de rodovia e quem ordenou os contratos bichados em cada estado — disse Blairo a Ideli, segundo relato de um dos participantes.

Na reunião da bancada do PT mais tarde, para a escolha dos nomes, também se temia a imprevisibilidade com os rumos da CPI. 

terça-feira, 24 de abril de 2012

Dirigentes da Fifa receberam suborno de US$ 15 mi nos anos 90


Dirigentes da Fifa receberam suborno de US$ 15 mi nos anos 90

O Conselho da Europa revelou nesta segunda-feira que dois executivos da Fifa receberam 15.5 milhões de dólares de suborno da ISL, a falida empresa de marketing esportivo suíça que detinha os direitos de transmissão da Copa do Mundo. Segundo reportagem da BBC britânica em 2011, os dois dirigentes que receberam a propina são os brasileiros João Havelange, ex-presidente da Fifa, e Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol). Ainda segundo a reportagem, Havelange e Teixeira assumiram a culpa em troca do sigilo sobre o caso.

Marta e a empreiteira


Ajuda na campanha


Mantendo providencial distância do rolo da CPI mista do Cachoeira no Congresso, Marta Suplicy recebeu, em 2004, um senhor empurrão da Delta Construções na disputa pela Prefeitura de São Paulo.

A empreiteira de Fernando Cavendish doou 415 000 reais ao comitê de campanha do PT na capital paulista. Naquele ano, a Delta distribuiu 1,7 milhão de reais a candidatos e partidos políticos em todo o país.

Com ajuda de Demóstenes, Cachoeira 'nomeou' prima no governo de Minas


Estadão.com.br


Escutas telefônicas da Polícia Federal revelam que o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) intercedeu diretamente junto a seu colega, Aécio Neves (PSDB-MG), e arrumou emprego comissionado para uma prima do empresário do jogo de azar Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Mônica Beatriz Silva Vieira, a prima do bicheiro, assumiu em 25 de maio de 2011 o cargo de Diretora Regional da Secretaria de Estado de Assistência Social em Uberaba.



Do pedido de Cachoeira a Demóstenes, até a nomeação de Mônica, bastaram apenas 12 dias e 7 telefonemas. Aécio confirma o empenho para atender solicitação de Demóstenes, mas alega desconhecer interesse de Cachoeira na indicação.

São citados nos grampos Marcos Montes (PSD), ex-prefeito de Uberaba, e Danilo de Castro, principal articulador político de Aécio em seu Estado e secretário de Governo da gestão Antonio Anastasia (PSDB), governador de Minas. Eles negam envolvimento na trama.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Paulo Okamotto, uma CPI do passado e o dinheiro do jogo na campanha eleitoral de… Lula!


Folha Online:


Presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, negou nesta segunda-feira ter defendido a convocação de José Dirceu ou Rogério Buratti pela CPI do Cachoeira. “Jamais tive a vontade de manifestar a intenção de que a CPI convoque essas pessoas”, disse.

Na última semana, a Folha procurou Okamotto para que ele comentasse a disposição de parlamentares da oposição de ouvirem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre declarações dadas por um petista em outra CPI: a dos Bingos. Na ocasião, Buratti disse que a campanha de Lula em 2002 recebeu R$ 1 milhão de Cachoeira e de “empresários de jogos de São Paulo e Rio de Janeiro”.

“Buratti tá dizendo que o Lula recebeu?”, questionou.

“Isso. Que foi pra campanha do Lula”, respondeu a reportagem da Folha.

“E quem teria recebido o dinheiro?”, voltou a questionar Okamotto.

“O senhor José Dirceu”.

“Então tem que chamar o Zé Dirceu, o Buratti, o Cachoeira. Se tem fundamento o que ele tá falando chama quem tem que chamar, né”, afirmou Okamotto à Folha na semana passada, em conversa gravada.

Nesta segunda-feira, Okamotto disse que “isso não quer dizer que sou a favor que eles voltem à CPI”. “Eu, normalmente não falo sobre terceiros.” Okamotto disse ainda que “não é assessor do Lula” e que “não responde pelo ex-presidente nas coisas particulares dele”.

CPIs

Criada em 2005 também para investigar Cachoeira, a CPI tinha maioria governista, o que dificultou aprofundar a investigação, segundo o relator da comissão, o ex-senador Efraim Morais (DEM-PB).

Diz o texto da CPI dos Bingos: “Rogério Tadeu Buratti afirmou de maneira firme e clara que o senhor Waldomiro Diniz, representando José Dirceu, arrecadou dinheiro de ‘bingueiros’ no Estado do Rio de Janeiro, e ainda da Gtech e do empresário de jogos Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e que o valor arrecadado por Waldomiro seria algo em torno de R$ 1 milhão.”

No total, segundo o relatório, “empresas de jogos” irrigaram “a campanha do presidente Lula e o PT” com R$ 2 milhões de reais. “Os recursos transitaram pelo comitê financeiro da campanha.”
(…)