sexta-feira, 23 de setembro de 2022

A Festa Acabou


Felicio Vitali autor do texto

Com o resultado das três últimas pesquisas, a campanha do presidente, "que era uma vez um mito", ficou com a cara de fim de festa.

Aos poucos, os convidados mais espertos e os menos indecentes, vão abandonando o rega-bofe.

O presidente, pra não se ver sozinho, vai reunir a família, os mais chegados e o que restou de alguns desavisados, pra falar mal dos ausentes, beber das suas sandices e empanturrar-se das asneiras que ele próprio cozinhou no fogo alto.

Ele vai tentar reter outros convidados, com promessas de festas melhores, mas todos sabem que já era. É a sua festa derradeira e os que ficam, por falta de opções, querem aproveitar do jeito que der. Terão pouco tempo pra pilhar o que restará do orçamento secreto.

Aumentam o som, as mulheres tiram os saltos altos e os homens tiram as gravatas e arregaçam as mangas das camisas.

Tem alguns, ainda embriagados pelo fanatismo, não percebem que o caldo entornou. Acham que a festa está só começando e como se espelham no lider da mitologia que inventaram, abusam destratando as garçonetes, tirando as camisas e urinando com a porta aberta.

Todo mundo sabe que coisa boa não vai sair dali. O nível de embriaguez que o fanatismo causa, excede o recomendável para o bom senso. Mas é o próprio presidente que, ao invés de dar o respeito ao cargo e bons exemplos, que incentiva as baixarias, expondo a primeira dama ao ridículo testemunho público do seu duvidoso desempenho sexual.

Alguém vai pensar que com isso foi dada a senha para o liberou geral e vai passar a mão na mulher de alguém e daí tudo passa a ser imprevisível, com tendências para acontecer coisas muito piores.

Não se sabe se a festa vai acabar em tiros pra todos os lados ou vai virar um grande surubão. O certo, e ninguém duvida, é que vai dar em polícia.

Também é certo que tempos difíceis estão pra chegar e muito pouco pra comemorar. Paciência, foi um erro permitir que a coisa chegasse a este ponto. Vai ser o preço que vamos pagar pra botar essa turma de vez pra fora do Palácio e pra dentro das viaturas policiais.

Com muita fé, logo outra festa com os novos hóspedes vai acontecer no Palácio. Mas desta vez, espera-se que, com a experiência adquirida, os responsáveis façam uma seleção melhor, convide gente de melhor gabarito, de bom comportamento, só os mais educados e com experiência para coisa.

Que os novos hóspedes saibam não apenas "à receber", como que também sejam generosos em oferecer. Que usem a despensa do Palácio com parcimônia e que além dos comes e bebes, ofereçam responsabilidade social e respeito com a "turminha da cozinha".

Que tenham a consciência clara de que nenhuma "tia do banheiro" merece ficar limpando as sujeiras dessa gentalha.




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