terça-feira, 3 de outubro de 2023

PL cria Bolsa Patriota e faz do bolsonarismo a direita festiva



Se alguém desejasse produzir um veneno capaz de desmoralizar a direita bolsonarista, dificilmente chegaria a algo parecido com o Bolsa Patriota. A pretexto de remunerar Bolsonaro, Michelle, o general Braga Netto e uma penca de assessores, Valdemar Costa Neto, o dono do PL, transformou a folha do partido numa igrejinha de privilégios. A mamata deu ao bolsonarismo uma aparência de direita festiva.

A má notícia é que o contribuinte paga a conta de uma farra que custou R$ 870 mil em apenas seis meses. O espeto inclui salário de ministro do Supremo para Bolsonaro e remuneração de deputado federal para Michelle e Braga Netto. A conta irá às nuvens quando forem contabilizadas a infraestrutura funcional, as vantagens indiretas, as viagens e outras imoralidades.

Patriota extremado, Bolsonaro se casou com a pátria. Fixou residência no déficit público. Há mais de três décadas, dispõe de tudo o que o dinheiro do contribuinte pode comprar. Em 2022, a maioria do eleitorado sonegou a Bolsonaro a prerrogativa de se manter sob a marquise do erário. Mas o capitão não aceita se divorciar do déficit público.

Bolsonaro já enriqueceu com o faturamento da holding familiar da rachadinha, empreendimento que mordeu nacos dos salários de assessores, para bancar suas despesas e a aquisição dos imóveis da família. Agora, enfia para dentro dos cofres públicos Michelle, a "ajudadora". Tudo isso e mais o recebimento simultâneo de aposentadorias do Exército e da Câmara.

Fica demonstrado que aquela conversa toda, o patriotismo transbordante, a defesa incondicional da família, a ânsia por liberdade, tudo aquilo sempre foi impulsionado pela mesma invariável mola sedutora: o dinheiro. Crítico contumaz do que chama de "esquerda caviar", Bolsonaro consolida-se como líder inelegível da "direita leite condensado".

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