Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, ganhou mais um problema para resolver. Atende pelo nome de Guilherme Derrite, Secretário da Segurança Pública de São Paulo, bolsonarista e deputado licenciado pelo PL.
Em discurso para marcar os 10 meses de sua gestão, Derrite afirmou que parte da imprensa paulista é canalha, publica “fake news” e trabalha a serviço do crime. É a denúncia mais grave que saiu até aqui da boca de um auxiliar de Tarcísio.
Presume-se que não sairia se a Derrite faltasse provas do que disse. Ele deve tê-las, e deve ser obrigado a apresentá-las. Caso não disponha de nenhuma, é natural esperar que seja demitido. Não vale a desculpa de que foi mal interpretado.
Em setembro, após missão de emergência da polícia no litoral paulista, o Conselho Nacional de Direitos Humanos recomendou que Tarcísio interrompesse a Operação Escudo e denunciou violações que incluem assassinatos sumários e sequestros.
Derrite foi ovacionado por policiais e fabricantes de armas ao dizer que criminosos que atentarem contra a vida de policial civil ou militar serão caçados:
“Quando eu falo ser caçado, preferencialmente será preso. Eu sei que tem órgãos na imprensa aí que estão loucos para soltar uma notinha”.
Em seguida, encaixou:
“Os senhores acham que aquela conversa furada de uma imprensa, uma parte da imprensa canalha, que solta fake news dizendo que o indivíduo foi torturado, arrancaram as unhas e depois executado, nenhum laudo do Instituto Médico Legal apontou hematomas nem sinais de tortura.”
Como diria um ex-comandante meu: esses indivíduos, não é que eles torcem para o outro lado. Eles trabalham a favor do crime, esses covardes”.
Ao negar-se a dar nome aos bois, Derrite ofende todo o rebanho, preservando sua banda podre. E deixa a forte impressão de que é irresponsável e leviano por fazer acusações sem provas.
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