quinta-feira, 26 de outubro de 2023

Parte da imprensa paulista está a serviço do crime, afirma secretário



Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, ganhou mais um problema para resolver. Atende pelo nome de Guilherme Derrite, Secretário da Segurança Pública de São Paulo, bolsonarista e deputado licenciado pelo PL.

Em discurso para marcar os 10 meses de sua gestão, Derrite afirmou que parte da imprensa paulista é canalha, publica “fake news” e trabalha a serviço do crime. É a denúncia mais grave que saiu até aqui da boca de um auxiliar de Tarcísio.

Presume-se que não sairia se a Derrite faltasse provas do que disse. Ele deve tê-las, e deve ser obrigado a apresentá-las. Caso não disponha de nenhuma, é natural esperar que seja demitido. Não vale a desculpa de que foi mal interpretado.

Em setembro, após missão de emergência da polícia no litoral paulista, o Conselho Nacional de Direitos Humanos recomendou que Tarcísio interrompesse a Operação Escudo e denunciou violações que incluem assassinatos sumários e sequestros.

Derrite foi ovacionado por policiais e fabricantes de armas ao dizer que criminosos que atentarem contra a vida de policial civil ou militar serão caçados:

“Quando eu falo ser caçado, preferencialmente será preso. Eu sei que tem órgãos na imprensa aí que estão loucos para soltar uma notinha”.

Em seguida, encaixou:

“Os senhores acham que aquela conversa furada de uma imprensa, uma parte da imprensa canalha, que solta fake news dizendo que o indivíduo foi torturado, arrancaram as unhas e depois executado, nenhum laudo do Instituto Médico Legal apontou hematomas nem sinais de tortura.”

Como diria um ex-comandante meu: esses indivíduos, não é que eles torcem para o outro lado. Eles trabalham a favor do crime, esses covardes”.

Ao negar-se a dar nome aos bois, Derrite ofende todo o rebanho, preservando sua banda podre. E deixa a forte impressão de que é irresponsável e leviano por fazer acusações sem provas.

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