Logo quando o passarinho põe a cara fora da gaiola e começa a cantar, vem o ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, e ameaça trocar os agentes federais que o escutam caso qualquer som vaze para o distinto público.
Não é maldade que se faça com ninguém. O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante-de-ordem de Bolsonaro, finalmente se dispõe a contar o que nunca contou, e Moraes não quer que ninguém por enquanto fique sabendo, só ele e a Polícia Federal.
Aqui está o pouco que vazou. Foi por obedecer a ordens do alto (leia-se: Bolsonaro) que o passarinho que veste farda providenciou certificados falsos de vacina contra a Covid para o ex-presidente e sua filha Laura. Providenciou também para sua própria mulher.
Foi por obedecer a ordens do alto que o passarinho embarcou no avião presidencial levando para os Estados Unidos no ano passado parte das joias roubadas. Ali, algumas foram vendidas e mais tarde recompradas para esconder o crime.
O passarinho livrou seu pai, um general, de qualquer culpa na operação. Não sei que argumentos usou, mas se empenhou em livrá-lo de culpa. E contou (ou cantou) coisas desconhecidas sobre outras joias que desapareceram sem que muitos soubessem.
Mauro Cid está disposto a contar muito mais no novo depoimento marcado para amanhã, quando Bolsonaro, Michelle e o advogado Frederick Wassef também serão ouvidos. Se Wassef não aparecer, será buscado onde estiver. Condução coercitiva serve para isso.
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