quarta-feira, 16 de agosto de 2023

Apagão elétrico acende a luz vermelha da empulhação política


Ministro de Minas e Energias, Alexandre SilveiraImagem: Gabriela Biló/Folhapress

Imaginou-se que o apagão desta terça-feira tivesse afetado apenas todos os estados do país, excetuando-se Roraima. Engano. O breu desligou da tomada também os responsáveis pelo setor elétrico no governo federal. O ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, entrou em curto-circuito.

Silveira convocou os repórteres para explicar as causas do apagão. Falou muito. Mas não disse coisa com coisa. Sustentou que o apagão não teve relação com a segurança energética do país. Em seguida, empilhou declarações que inspiram insegurança no consumidor de energia.

O ministro classificou o apagão como fato raro. Só aconteceu, segundo ele, porque o sistema elétrico sofreu duas anomalias simultâneas. Mencionou uma sobrecarga detectada no Ceará. Mas declarou que a localidade da outra pane ainda não foi identificada.

Ecoando a primeira-dama Janja, que correu às redes sociais para culpar a Eletrobras, o ministro expressou sua contrariedade com a privatização. Espremido pelos repórteres, afirmou que seria "leviano" vincular a Eletrobras ao apagão.

O ministro informou que acionou a Polícia Federal e a Abin para investigar a hipótese de sabotagem. Instado a informar de onde vieram os indícios de dolo, citou apenas os ataques a torres de transmissão atribuídos a bolsonaristas antes da posse de Lula.

Alexandre Silveira fixou prazo de 48 horas para que o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apresente relatório com as causas técnicas do apagão. Quer dizer: a principal autoridade do setor elétrico esclareceu, em essência, que o governo manterá o Brasil no escuro por pelo menos mais dois dias.

Por ora, sabe-se apenas que o apagão elétrico acendeu no painel de controle a luz vermelha da empulhação política.

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