quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

Se Bolsonaro fosse levado a sério na economia, o Tesouro teria problemas



O Banco Central tem quase R$ 700 bilhões de títulos que vencem neste começo de ano e têm que ser negociados no mercado. Se o país estivesse quebrado, como disse o presidente Jair Bolsonaro, a dívida não seria paga e o Tesouro já teria problemas logo no início de 2021. A frase é irresponsável. Porque poderia gerar uma dificuldade de rolagem da dívida. Felizmente, Bolsonaro não é levado a sério na economia e o mercado não se abalou.

A declaração é também desinformada: a dívida externa é menor do que os 365 bilhões de dólares de reservas cambiais. Do ponto de vista da dívida externa é um credor líquido, tem mais reservas que débitos. É um país com déficit alto, dívida interna alta, mas não é inadimplente. Se estivesse quebrado seria insolvente, não conseguiria compradores para a sua dívida.

O ministro Paulo Guedes teve que justificar o presidente mais uma vez, mas esse é um erro. O ministro da economia tem que contrariar o presidente da república e convencê-lo do seu projeto de ajustes das contas. 
Guedes foi derrotado em quase tudo que propôs ao presidente. 

Guedes erra também em dizer que o Brasil foi bem na crise e que a economia está voltando em 'v' e que nenhum emprego formal foi perdido. Dados do IBGE mostram que se comparar o último dado, do trimestre terminado em outubro, com o mesmo período de 2019, há 3 milhões de empregos e 400 mil empregos a menos com carteira assinado do que havia um ano atrás.

Por Míriam Leitão

Um comentário:

AHT disse...

Ontem, hoje e sempre,
qualquer semelhança
é mera coincidência.



Torcidas e paixões que cegam

Torcidas e paixões que cegam
Corruptos a favor pode
Se adversários, não pode
Logo, corruptos prosperam

Enquanto ideólogos e políticos
Encarados como entretenimentos
Esportivos, artísticos e humorísticos
E os burros, mulas, jegues e jumentos

Pastam e são disputados por burramas
Em caminhadas conduzidas por tropeiros
À mando de maus políticos e suas tramas
Dependentes até de milicianos e doleiros

A opinião pública alheia à verdade dos fatos
Segue mansa, sentadinha à beira do caminho
Entretida pelas burramas, notícias e boatos
Enquanto os corruptos sorriem baixinho


AHT
06/01/2021